domingo, 27 de fevereiro de 2011

TESTEMUNHOS EM MOMENTOS DE LUTO


Precisamos buscar o conforto e o esclarecimento necessários não apenas a respeito de nossa própria morte, mas também sobre a morte de nossos entes queridos, amigos e familiares. Neste estudo, vamos observar relatos de cristãos que passaram por difíceis experiências com a morte de entes queridos.

O primeiro relato é do pastor Edison Queiroz. Em seu livro “O vaso quebrado”, ele nos conta sua experiência diante da morte de suas duas filhas gêmeas que tinham acabado de nascer:

“Eu me lembro sempre das minhas meninas gêmeas, que morreram alguns dias depois do parto. Para a Rutinha e para mim foi um quebrantar de Deus tremendo. As meninas estavam no hospital, aquela cena horrível, as criancinhas recém-nascidas dentro daquela caixinha com uma luzinha para icterícia, um carbono sobre os olhos para não estragar a visão, aquela respiração horrível, tanto é que, quando eu olhei, eu disse: ‘Senhor Deus, leve!’. Temos a tendência de ver o diabo nas coisas, e eu me lembro que uma pessoa da família veio ver os bebês e saiu chorando e dizendo: ‘Mas que diabo, também!’ Eu retruquei: ‘Não diga isso, quem é Satanás para pôr a mão nas minhas filhas? Ele não tem esse direito! É Deus’. ‘Como, é Deus?’. ‘É Deus’. As duas morreram, e foi Deus. O dia em que eu achar que o diabo tem poder para tirar a vida, é melhor eu adorar o diabo que a Deus. Foi Deus, que é o dono da vida, que controla tudo. O diabo quer matar, roubar e destruir, mas ele precisa primeiro pedir permissão a Deus, não vai fazendo tudo que quer e bem entende. Ali foi Deus quebrantando a mim e a Rutinha, preparando-nos para a obra missionária.” (pp. 25-26).

Melvin Tinker, bispo anglicano, em seu livro “Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?” relata a história de Mary Craig, que descreveu o seu sofrimento pelo fato de dois de seus quatro filhos terem nascido com anormalidades, um com síndrome de Hohler e o outro com a síndrome de Down:

“Em vista da evidência, não creio que qualquer sofrimento seja em última análise inútil ou absurdo, embora muitas vezes tenhamos dificuldade para continuar convencendo-nos disto. A princípio reagimos com incredulidade, ira e desespero. Todavia, o valor do sofrimento não está na dor sofrida, mas no que o sofredor faz com ela. É no sofrimento que descobrimos as coisas que realmente importam; é no sofrimento que descobrimos a nós mesmos” (p. 28).

Outro relato importante deste último livro traz uma perspectiva semelhante com a que acabamos de ver. O falecido professor Sir Norman Anderson viu o seu filho, Hugo, morrer de câncer aos 21 anos depois de uma brilhante carreira na Universidade de Cambridge. Tinker relata o testemunho de Anderson:

“As pessoas sempre costumavam perguntar-me por que foi permitido que um rapaz tão promissor em com tamanho entusiasmo pela vida morresse tão jovem. A única resposta para isto, ambos sentimos, é que não nos cabe saber. A pergunta vital a ser feita a Deus nesses casos não é ‘Por que permitistes isso?’ (para o que, penso eu, Ele raramente se digna a dar uma resposta), mas ‘O que queres ensinar-me por meio disto?’” (pp. 28-29).

Tinker, mais adiante, nos traz mais um relato comovente e edificante:

“Assim também, quando as coisas são tiradas de nós, é que temos de exercer fé. É então que revelamos nossa verdadeira condição espiritual e, como diz Pedro [1 Pe 4:12-19], temos de agir bem, ou seja, reagir de maneira cristã quando surgem problemas. Um exemplo comovente disto foi dado pelo pastor californiano John McCarthur numa conferência que assisti há alguns anos. Ele nos contou sobre alguns amigos seus, um ministro e sua família, que trabalhavam numa pequena igreja em Utah, a fim que ganhar mórmons para Cristo. Certo dia essa família telefonou para McCarthur e disse que gostaria de visitar a igreja dele e matricular suas duas lindas filhas adolescentes na faculdade bíblica. Levariam dois estudantes de intercâmbio italianos também, porque queriam que se convertessem. O pai, a mãe, o filho, as duas adolescentes e os dois italianos entraram então na caminhonete e chegaram no sábado. Estavam entusiasmados com a perspectiva do domingo porque queriam ver uma grande congregação – que no caso da igreja de McCarthur era de alguns milhares, com um grande coral e tudo. Eles chegaram e tiveram um maravilhoso período de confraternização e bênção. Foi pura alegria. Mas, na volta para casa, por alguma razão inexplicável, o pai entrou depressa demais num cruzamento, depois do sinal vermelho, exatamente quando um enorme caminhão descia uma ladeira. O caminhão bateu no lado da caminhonete a toda velocidade. As duas meninas foram atiradas pela janela de trás do carro contra o meio-fio e morreram instantaneamente. O filho e os dois italianos foram levados para a U.T.I. com vários ferimentos internos graves. O carro quase foi cortado ao meio e incendiou-se, mas os pais sobreviveram milagrosamente. O que começara como um dia de extrema alegria terminara num holocausto. No momento em que McCarthur chegou ao hospital, foi ver o pai e lhe disse: ‘John, no que está pensando?’. Em meio às lágrimas, este respondeu: ‘Fico pensando que talvez seja um sonho e vou acordar, mas sei que não é verdade’. E continuou: ‘Meu segundo pensamento é: Deus não é mesmo bom? Ele poupou esses dois rapazes italianos não-salvos e levou minhas duas meninas cristãs’. Ele sabia que suas filhas estavam na presença de Deus; esse homem levava a Bíblia a sério – a sua fé era real. A seguir, porém, ele disse: ‘Queria que minhas filhas conhecessem uma igreja grande, mas não pensava que seria uma tão grande assim. Queria que elas ouvissem um grande coro, mas não pensava que seria dos anjos.’” (pp. 112-113).

No site da “Obra Missionária Chamada da Meia Noite” (Mt 25:6), temos um artigo chamado ”Luto – Consolo”, o qual traz várias considerações importantes a respeito do luto e da conduta que devemos ter diante dessa realidade:

“Pergunta: "Há um ano morreu nosso querido pai, que era um filho de Deus, com mais de 70 anos. Nossa mãe é também uma filha de Deus. Ambos eram muito ligados entre si. Desde que meu pai faleceu, após longa enfermidade, a nossa mãe não tem conseguido superar isso. Primeiro ela procurou pôr a culpa nos médicos, depois em si mesma. Ela continua indo ao cemitério quase diariamente e lá passa longo tempo ao lado da sepultura do pai. Por este e outros motivos estamos cada vez mais preocupados com ela. Como podemos ajudá-la? Resposta: Quanto mais feliz foi ou é um matrimônio, tanto mais dolorosa é a despedida, a separação! Isto também vale para pais que perderam um filho amado e para filhos que têm de entregar seu pai ou sua mãe. Tristeza não é pecado. O Senhor Jesus também chorou junto à sepultura do seu amigo Lázaro (Jo 11.35-36). Luto e tristeza fazem parte da última despedida, pois não somos robôs insensíveis, mas pessoas que têm uma alma. Da superação de uma perda tão grande faz parte, quase sempre, o questionamento de muitas coisas. Mas, em meio à maior dor, os filhos de Deus deveriam ter em mente o seguinte: Em última análise, ninguém morre de alguma enfermidade, de acidente ou por qualquer outra razão, mas pela vontade de Deus. Em outras palavras: somente o Senhor determina quando uma vida chega ao fim, pois está escrito: "Nas tuas mãos, estão os meus dias" (Sl 31.15). Por favor, leia também Salmo 139.16, Salmo 90.5 e Eclesiastes 3.1-8. Nós – e também nossos entes queridos – não estamos entregues à própria sorte, mas estamos nas mãos do Deus vivo! Na verdade, desde a queda no pecado, a morte faz parte da vida, mas somente o Senhor determina a hora do fim da nossa existência. Em seguida, seria importante chamar a atenção da sua mãe para 2 Coríntios 1.3ss. Deus é um Deus de ‘toda consolação’, que consola os Seus, mas Ele somente pode fazê-lo se o quisermos! Por este motivo, pessoas enlutadas sempre deveriam ter em mente não confundir o luto por um ente querido com auto-compaixão, pois a auto-compaixão sempre é destrutiva e não tem promessa de consolo. A disposição de receber o consolo de Deus se manifesta no fato de aceitarmos os caminhos de Deus, mesmo que não os entendamos! Deus não espera que reprimamos as nossas lágrimas, Ele espera que digamos: ‘Senhor, o teu caminho é santo (conf. Sl 77.14), e por isso me submeto à Tua vontade e ao Teu desígnio’. Quem faz isto sinceramente se aquieta interiormente e recebe o consolo e a ajuda de Deus! Aquele, porém, que se rebela contra a vontade de Deus e, consciente ou inconscientemente, tenta ultrapassar os limites entre os vivos e os mortos, tendo ‘contato’ com algum falecido após a sua morte (por exemplo, falando com ele), não somente se torna culpado diante de Deus, que estabeleceu estes limites, mas prejudica seriamente a si mesmo (depressões, influência oculta, etc.). Que o Senhor lhe dê muita graça para falar com sua mãe com muita sabedoria e amor – e que ela se volte para o ‘Deus de toda consolação’ e seja consolada ricamente! Este desejo sincero se estende, de todo o coração, aos leitores desta revista que estão enlutados!” (Elsbeth Vetsch, fevereiro de 1999; http://www.chamada.com.br/).

Devemos ter a certeza de os nossos entes queridos que morreram em Cristo estão no melhor lugar do universo e aguardarmos o dia feliz quando os veremos novamente.

O Espírito Santo é o nosso Consolador (Jo 14:16-17,25-26; 16:7). Ele habita em cada um de nós, cristãos (Rm 5:5), nos capacita (At 1:5-8), nos fortalece (Gl 5:5,16-18). O Espírito de Deus pode nos dar direcionamento (At 13:1-4; Gl 5:16-18) e nos ensinar (Is 40:13; Jo 14:25-27).

Recordemos as palavras do apóstolo Paulo (1Co 15:55-58) que nos exortam a trabalhar com perseverança e dedicação na obra de Deus, pois a morte foi derrotada por Jesus. Ele está vivo. Paulo declarou (vv. 55-58):


“Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a vitória pr intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”


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Sites para complemento do nosso estudo:

domingo, 20 de fevereiro de 2011

LIDANDO COM A MORTE À LUZ DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13).

Nesta passagem bíblica somos convocados pela Palavra de Deus a buscar conhecimento em relação àqueles que já morreram. Quando o apóstolo Paulo se referiu “aos que dormem”, ele estava mencionando a morte física, pois quando morremos, o nosso corpo permanece deitado, semelhantemente ao corpo de alguém que está dormindo. Paulo não estava ensinando que as almas dos mortos estão em estado de sono (comparem com Jo 11:11; At 7:59-60).

É vital, portanto, que nós, como cristãos, não tenhamos dúvidas sobre o que é a morte e o que ocorre depois dela, mas, sim, busquemos o esclarecimento necessário para este assunto na Palavra de Deus para obtermos nela o nosso próprio conforto e daqueles que nos cercam, bem como para termos respostas adequadas para aqueles que não conhecem a Cristo ainda (Cl 4:5-6; 1Pe 3:13-17), pois eles não possuem o consolo e a esperança que temos por conhecermos o evangelho.

Praticamente todas as pessoas acreditam que existe vida depois da morte. A morte é um dos assuntos que mais chama a atenção das pessoas. Cada religião ou seita tem a sua própria concepção do que é a morte. Os espíritas e budistas, entre outros, acreditam que as almas podem reencarnar.

Muitos acreditam que a alma após a morte fica dormindo enquanto aguarda o juízo final. Cada civilização, cada cultura encara a morte de formas diferentes e algumas possuem rituais fúnebres com a finalidade de minimizarem a dor da separação e “encaminhar” as almas das pessoas falecidas no “além túmulo”. Os egípcios, por exemplo, aperfeiçoaram a técnica da mumificação acreditando que a qualidade da vida depois da morte dependia da preservação do corpo.

A respeito deste assunto, o escritor Rex Humbard, em seu livro “Onde estão os mortos?” declarou:

“Quem quiser fazer um estudo comparado de religiões não precisa comprar livros, é só comprar uma passagem. É só viajar por todos esses cantos da terra onde ainda não entrou a luz do Salvador. É onde vamos encontrar o verdadeiro desespero. Quando os sem Deus enfrentam a crise última da morte, é pavoroso o salto que eles dão dentro da escuridão. Só a vinda de Cristo é que nos traz segurança. As palavras muito sábias do Livro dos Salmos, dizem: ‘Os lugares tenebrosos da Terra estão cheios de moradas de violência’ (Salmo 74:20)” (p. 17).

As artes, o cinema, as novelas, os livros, entre outros, retratam a morte constantemente. Todos os dias temos acesso a inúmeras notícias de morte através da mídia. Milhares de pessoas morrem diariamente em todo o mundo, seja por causa natural, doenças, vícios, crimes, acidentes, catástrofes naturais e suicídios.

A ciência não consegue encontrar respostas para desvendar a morte e o que ocorre depois dela, mas busca pelo menos oferecer uma melhor qualidade de vida para nós. Até aí tudo bem (vejam Rm 6:12-13,19; 12:1-2; 1Ts 5:23), o problema é que nessa busca, a ciência expressa uma ambição de prolongar a vida dos seres humanos e até mesmo “dar um jeito” na morte, criando, por exemplo, as câmaras criogênicas, isto é, um compartimento no qual é possível “congelar” um ser humano após a morte para que, após algum tempo, com a ciência muito mais avançada, se possa ressuscitar(!) esse indivíduo e dar-lhe uma vida com mais qualidade. Sabemos, porém, que Deus é o dono da vida, Ele a dá e a tira de acordo com a Sua soberana vontade (Dt 32:39; Jo 10:17-18).

Mas, e a respeito da nossa própria morte, será que temos medo dela? Muitos têm medo de apenas tocar neste assunto. Muitos vivem grande parte de suas vidas evitando esse assunto e muitas vezes sabem pouco sobre ele e quando a morte de alguém, de alguma forma os atinge, seja no trabalho, na igreja ou na família, ficam atônitos, desesperados, sem respostas adequadas e entram em estado de profunda tristeza e muitas vezes se revoltam com Deus e até se afastam dEle.

Não queremos aqui, de maneira alguma, banalizar ou negligenciar a profunda dor e a tristeza pelas quais passamos com a “perda” de alguém querido, mesmo porque o relacionamento amoroso entre amigos e parentes é mandamento de Deus (Lv 19:18; Jo 15:12) e até mesmo Jesus chorou quando se aproximou do túmulo do seu amigo amado, Lázaro, falecido há poucos dias, comovido com a tristeza daquela situação entre os familiares (Jo 11:1-35).

Rick Warren comentou a importância de não negligenciar este assunto. Vamos ver um breve trecho do livro “Uma vida com propósitos”:

"(...) O único momento em que as pessoas pensam a respeito da eternidade é nos enterros, e mesmo nessas ocasiões são pensamentos freqüentemente sentimentais e superficiais, baseados na ignorância. Você pode sentir que é mórbido pensar a respeito da morte, mas na verdade não é saudável viver negando-a, sem a considerar inevitável. Somente um tolo passaria pela vida despreparado para o que todos sabemos que acabará acontecendo. Você pode pensar mais a respeito da eternidade e não menos (...)” (p. 35).

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O CRESCIMENTO ESPIRITUAL E A MATURIDADE CRISTÃ

A nossa vida espiritual deve estar sempre em aperfeiçoamento constante, buscando cada vez mais crescer em conhecimento de Deus e de Sua Palavra, nos alimentando das verdades e ensinamentos que ela expressa. É o mesmo que ocorre com a nossa vida material ou física. Precisamos do alimento material para o nosso crescimento, não só físico, mas intelectual também.

Desde que conhecemos o evangelho de Cristo e o recebemos em nosso coração, iniciamos o processo de crescimento ou amadurecimento espiritual. Essa é uma verdade tanto para aqueles que se converteram depois de adultos ou mesmo para aqueles que sempre foram de um lar cristão.

No capítulo 5 da epístola aos Hebreus, o seu autor fez uma severa exortação aos cristãos que, apesar de um significante tempo de carreira cristã, estavam agindo como crianças espirituais, pois recebiam os ensinamentos bíblicos com muita dificuldade (vv. 11-14; comparem com Rm 2:18; 1Co 3:1-4; Fp 1:10; 1Pe 2:1-2).

O Senhor Jesus Cristo disse que devemos receber os Seus mandamentos com a humildade e a pureza peculiares a uma criança, pois do contrário, jamais poderemos entrar no Reino de Deus (Mt 18:3-4). Recebendo o evangelho dessa forma, devemos buscar os ensinos de Cristo como sendo o nosso “leite espiritual”, semelhantemente como uma criança faz com o leite material (1Pe 2:1-2). Todos aqueles que recebem os ensinamentos do Mestre e os praticam, se manterão firmes mesmo diante das adversidades da vida (Mt 7:24-27). Essa atitude certamente é uma demonstração de maturidade cristã.

O apóstolo Paulo mencionou a importância que a Palavra de Deus possuía no crescimento espiritual de Timóteo:

“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3:14-15; comparem com 2Tm 1:5; 1Tm 4:6).

Paulo também transmitiu aos cristãos de Corinto importantes conceitos sobre o crescimento espiritual que devemos almejar (1Co 2:14-16). O homem natural a quem Paulo se referiu nesta passagem aos coríntios é uma pessoa não salva. Em Judas 19, a mesma palavra é usada e traduzida por “sensual” e indica uma pessoa que não possui o Espírito (Rm 8:9). Já o homem espiritual é o cristão maduro, guiado e ensinado pelo Espírito, que julga todas as coisas, ou seja, possui discernimento para avaliá-las e entendê-las (Gl 6:1). Ele, porém, não pode ser julgado, isto é, avaliado ou entendido adequadamente pelo descrente (o homem natural) e nem pelo cristão cuja mentalidade é carnal.

Logo a seguir, porém, o apóstolo lamenta não ter podido ensinar aos coríntios, pois eles eram cristãos imaturos ainda, eram como “bebês espirituais” necessitando de “leite” (1Co 3:1-3). Conforme esta passagem, alguns cristãos se comportam como crianças, impelidos muitas vezes por sentimentos de ciúmes e inveja. Isso demonstra pouco crescimento na Palavra de Deus.

É importante lembrarmos também a exortação de Paulo quanto aos “ventos de doutrina” que podem nos induzir ao erro:

“Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4:13-14; cf. 2Pe 3:17-18).

Notem a importância que Paulo atribui no crescimento espiritual até que cheguemos a unidade da nossa fé cristã e total conhecimento de Cristo, o que demonstrará maturidade, para que não mais caiamos no erro de nos deixar influenciar por astutos ensinamentos pecaminosos que muitas pessoas pregam.

Na Igreja do primeiro século temos um bom exemplo de cristãos que examinavam as Escrituras para saber se realmente a pregação do evangelho estava correta. Eram os cristãos de Beréia (At 17:11).

Devemos examinar tudo, saber discernir e aprovar apenas aquilo que é bom (Rm 16:19; Fp 1:10; 1Ts 5:21; Tt 2:6). É necessário tomar muito cuidado com o que lemos, assistimos, ouvimos e cantamos! Existem algumas denominações consideradas evangélicas que, voluntariamente ou não, podem estar divulgando doutrinas equivocadas, em discordância com as Escrituras Sagradas e levando uma parcela considerável de irmãos em Cristo a uma vida religiosa de ilusões.

A Bíblia é uma fonte inesgotável de conhecimento e verdade e mesmo com décadas de estudos não conseguimos assimilar todas as lições de vida que ela pode nos passar. Há sempre mais a aprender com ela.

Mas, algumas verdades bíblicas são básicas, como o amor incondicional de Deus, o pecado, a salvação pela fé, a vida eterna, entre tantas outras, e, devem estar firmadas no coração de cada discípulo de Jesus, tanto para edificação própria, como para a edificação da Igreja e para o testemunho adequado àqueles que não conhecem o evangelho (Cl 4:5-6; 2Tm 3:16; 1Pe 3:15).

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Alguns links sobre o mesmo assunto:

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A UNIDADE E A MATURIDADE CRISTÃ

Existe uma importante lição sobre a maturidade cristã:

A unidade demonstra maturidade.

Cristo deseja que sejamos perfeitos, ou seja, maduros em nossa semelhança com Deus. Em Mateus 5:43-48, o Mestre nos ensina a amar os nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem, ou seja, devemos buscar a paz em nossos relacionamentos para alcançarmos a maturidade.

Cristo nos ensina que devemos viver em paz com os irmãos antes de ofertarmos a Ele e que não devemos esperar que um irmão que nos tenha ofendido ou que tenha algo contra nós venha ao nosso encontro buscando a reconciliação e sim, que devemos ter a iniciativa de buscar o entendimento com este irmão (Mt 5:23-24). Cristo também nos ensina que devemos amar e interceder pelos nossos oponentes e, assim, nos assemelhemos a Deus, que sejamos maduros e completos na nossa semelhança a Ele e não bebês espirituais (Mt 5:38-48).

Tiago fez uma forte exortação em relação à discriminação de pessoas e atitudes partidaristas, em conformidade com os ensinos de Paulo:

“Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de cousas ruins” (Tg 3:14-16; cf. Tg 2:1,8-10; Dt 16:19).

Ele não apenas mostrou o erro, mas afirmou que com a sabedoria de Deus podemos ser usados para promover a paz e a justiça (Tg 3:17-18).

João, chamado “o apóstolo do amor”, inspirado por Deus, ensinou que Ele é luz e que devemos viver com Ele, ou seja, na luz, e teremos comunhão entre nós e que nossos pecados, através do sangue precioso de Jesus, serão perdoados (1Jo 1:5-10; Is 43:25). Ele afirma que quem odeia a seu irmão em Cristo está perdido na escuridão, sem direção (1Jo 2:7-11), e que o amor ao próximo é consequência da nossa comunhão com Deus (1Jo 4:7-16; 5:2-3).

Em João 15: 9 a 14, Jesus nos ensina que Ele nos ama assim como Deus Pai o ama e que devemos permanecer neste amor. Para isso, devemos praticar os Seus mandamentos (vv. 9 e 10) que Ele nos dá com o propósito de sermos felizes (v. 12; 1 Jo 5:3). Nesta passagem, Cristo não apenas nos ordena a amar, mas faz menção ao exemplo máximo de amor que é morrer no lugar de um irmão (e Ele fez isso por todos nós). Se seguirmos os Seus mandamentos, seremos considerados seus amigos (vv. 13 e 14).

Em 1º João 3:10, vemos que na busca de guardar os mandamentos divinos o cristão não pode viver em pecado, pois é filho de Deus (Tt 3:10-11) e, indo mais longe, percebemos que a falta de amor e bondade procede de pessoas que não conhecem a Deus e podem estar sendo usadas pelo diabo. É preciso buscar a intercessão mútua que é eficaz e a confissão de pecados entre os irmãos para que qualquer problema de relacionamento seja curado (Tg 5:16), buscar a comunhão e o aperfeiçoamento e Deus agirá na igreja com amor e paz (1Jo 2:3-6; 4:12,17).

É preciso que haja sustentação, suporte e perdão entre os irmãos, assim como Deus perdoou a todos (Rm 12:9-21; Ef 4:29-32; Cl 3:12-14; 1Pe 1:22-25; 3:8-12; 4:7-11; 1Jo 4:11). Devemos também zelar pelas nossas palavras, pois, ao mesmo tempo que entoamos louvores a Deus, podemos ofender os irmãos com elas (Tg 3:8-10).

Muitos estendem as mãos para o alto no momento dos cânticos, mas não conseguem estendê-las à um irmão que o tenha ofendido ou que não tenha as mesmas opiniões. Quando existe falta de perdão, contendas, inveja e mágoa entre os irmãos, isso pode contaminar o corpo de Cristo e atrapalhar o desenvolvimento da santificação e da unidade (Pv 15:18; 16:7,28; 18:19; 24:8; Ef 4:30-32; Hb 12:14-15; Tg 3:14-16).

Muitas pessoas costumam dividir a igreja em diversas categorias, como se alguns fossem melhores do que os outros, dependendo, por exemplo, do tempo de vida cristã, cargo ou ministério, sexo, cor ou posição social. Contudo, a Palavra de Deus ensina que não se deve pensar desta forma:

Primeiro: Todos nós dependemos de Deus para atuar em Sua obra (Jo 3:27; 15:5-17; Ef 2:12-13);

Segundo: Todos somos pecadores, estamos sujeitos à falhas e precisamos da graça de Deus (Rm 3:23; 5:12; 7:19; 1Co 10:12-13; 1Jo 2:1-20);

Terceiro: Não existe um irmão mais importante que o outro na igreja (1Co 1:10-13; 3:1-9; 12:12-31; Tg 4:11-12);

Quarto: Todos pertencemos a Deus (Is 64:8; 29:13-16; Rm 9:19-24; 1Co 3:21-23); e

Quinto: Fazemos todos parte do Corpo de Cristo (Rm 12:3-8; 1Co 12:12-14,27; Ef 4:4-6), a família da fé, e se fazemos algo bom ou ruim, é Deus quem nos julgará (Rm 14:10-12) e nos recompensará (Gl 6:7-10; Cl 3:23-25).

Em Efésios 4, Paulo relatou diversos dons espirituais (v. 11) e afirmou que são destinados ao aperfeiçoamento dos cristãos no desempenho do serviço e edificação do Corpo de Cristo (v. 12; Rm 12:3-9) e mostra que apenas vivendo a unidade em amor na Igreja conseguiremos atingir essa maturidade (Ef 4:15-16).

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

"TEOLOGIA SISTEMÁTICA TRINITARIANA" (LANÇAMENTO)

CONHEÇA O LANÇAMENTO LITERÁRIO VIRTUAL DO
MINISTÉRIO CRISTÃO APOLOGÉTICO (MCA)

(OBS: Por gentileza, clique nas imagens caso deseje visualizá-las mais adequadamente)
 
Afinal, o que a expressão "Pai, Filho e Espírito Santo" deve significar para todos nós, cristãos ou não, e como podemos aplicá-la de maneira bastante prática em nossa cultura tão automatizada e secularizada?

São 395 páginas de um profundo estudo sobre a doutrina trinitariana, geralmente com considerações teológicas:


Com ênfase significativamente apologética:


Mas sem deixar de abordar o tema de uma maneira devocional também, buscando alcançar a edificação de leigos e estudiosos:


Com dezenas de recursos didáticos explicativos para facilitar a assimilação do assunto por parte do leitor, como tabelas, diagramas, ilustrações, gráficos, etc.:

 




Dezenas e dezenas de citações, sábias e edificantes considerações que colaboraram grandemente para o desenvolvimento do tema oriundas de grandes ícones da literatura teológica e devocional nacional e internacional, tais como:

 Arthur W. Pink,
Paulo Anglada,
Hermann Bavinck,
Louis Berkhof,
Robert M. Bowman Jr.,
Héber Carlos de Campos,
Hermisten Maia Pereira da Costa,
Auguto Jorge Cury,
James C. Denison,
C. Stephen Evans,
Norman Geisler,
Thomaz Howe,
Frank Turek,
Paulo Sérgio Gomes,
Odayr Olivetti,
Wayne Grudem,
Charles Hodge,
Ismael Andrade Leandro,
Herbert Lockyer,
Hernandes Dias Lopes,
Aldo Menezes,
David John Merkh,
Stephen M. Miller,
Robert V. Huber,
Ralph O. Muncaster,
Adão Carlos Nascimento,
Raimundo F. de Oliveira,
B. J. Oropeza,
James I. Packer,
Eugene H. Peterson,
Randall. Price,
Charles C. Ryrie,
Vilson Scholz,
Roberto G. Bratcher,
Ralph L. Smith,
Lee Strobel,
Augustus Hopkins Strong,
William Carey Taylor,
Melvin Tinker,
W. E. Vine,
Merril F. Unger,
William White Jr,
Henry Virkler,
Rick Warren,
Agostinho,
Martinho Lutero; e
João Calvino.


Sendo que as respectivas notas de referências das citações sempre estarão
disponibilizadas ao final de cada capítulo:


Uma obra extensa, mas de fácil manuseio devido ao
sistema de referências e links que transportam o leitor para onde ele desejar dentro do texto. 

No final de cada capítulo, há um link para cada seção da obra:



De qualquer final de página é possível retornar ao índice:



Sendo que o índice está inteiramente construido por links para toda a obra, proporcionando ao leitor, então, partir dali para qualquer seção desejada, e assim por diante.

Por estes motivos, não é necessária a leitura ordenada da obra, se o leitor não preferir assim, mas a leitura pode ser realizada de maneira aleatória, conforme o gosto do leitor.

Uma coletânea de cerca de 90 artigos publicados no blog APRENDEI (http://aprendei.blogspot.com/), em arquivo PDF com tamanho de 5,9 MB, revisada, ampliada e reorganizada, resultado de seis anos de pesquisa a mais de 55 livros de teologia, doutrina e devocional e a centenas de artigos e publicações na internet.

Prefácio do irmão Luciano Sena Pereira (um dos integrantes fundadores do MCA).
Obtenha esta obra tão importante de maneira totalmente gratuita.
Envie a palavra "TRINDADE" para o email: aprendei@hotmail.com
e receba o e-mail resposta com o arquivo PDF anexado.

Deus o abençoe ricamente.

Ministério Cristão Apologético (MCA)