sábado, 31 de julho de 2010

A SANTIFICAÇÃO E OS PRÓPÓSITOS DO CORAÇÃO

INTRODUÇÃO

Santificação não é um evento específico que ocorre na carreira cristã como a conversão, mas, ocorre a partir do momento da conversão, quando diariamente nos santificamos, nos aperfeiçoamos em santidade, ou seja, nos separamos para Deus, deixando que Ele molde o nosso ser, o nosso caráter, de acordo com os propósitos Dele, buscando um padrão de vida puro diante Dele, nos livrando cada vez mais do poder escravizador do pecado até que cheguemos à perfeição no Céu (Pv 4:18; Rm 7:15-19; 2Co 7:1; Gl 5:16-25; Ef 4:12; Fp 3:12-14).

A vontade de Deus para nós é que nos santifiquemos (Jo 17:17-19; 1Ts 4:13), pois, Ele é santo (Lv 11:45; 1Pe 1:15), e nos ama e quer que tenhamos uma íntima comunhão com Ele (Sl 25:14; Pv 3:32), sem a influência do pecado que nos separa dEle (Is 59:1-2; 2Co 6:16) e dá um péssimo testemunho (Mt 5:13-16), pois, o corpo do cristão é santuário do Espírito Santo (1Co 3:16; 6:19) e sem a santificação jamais veremos o Seu poder atuando em nossas vidas (Js 3:5) e muito menos o próprio Deus pessoalmente (Hb 12:14).

Portanto, como podemos manter uma conduta santa, que agrade a Deus e dê bom testemunho da nossa fé, num mundo tão pervertido e escravizado pelo pecado?

OS PROPÓSITOS DO CORAÇÃO

Vamos estudar a origem dos nossos pensamentos e atitudes: o coração, ou seja, a mente, à luz da Palavra de Deus, pois ela é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4:12).

A mente humana, mais popularmente chamada de “coração”, é a origem de todas as nossas ações, de nossos desejos e sentimentos bons ou maus (Mt 15:19; Mc 7:20-23). O coração de uma pessoa revela e reflete o seu interior, assim como o rosto é refletido na água (Pv 27:19). Devemos cuidar de nossos pensamentos, pois, o ensino de que a boca fala do que o coração está cheio é bíblico e, conseqüentemente, verdadeiro e atual (Lc 6:45).

O Senhor Jesus ensinou que a nossa maneira de expressar reflete diretamente aquilo que pensamos, ou seja, o que está em nossa mente (coração) e que a mesma revela o nosso caráter (comparem com Rm 10:9-11). Cristo ensinou mais: seremos julgados pelos nossos pensamentos, refletidos em nossas ações (Mt 12:33-37).

No livro do profeta Jeremias encontramos uma passagem que ensina exatamente o mesmo: Deus conhece o coração maligno dos homens e nos recompensará de acordo com nossas ações (Jr 17:9). Podemos perceber que neste texto a Palavra não afirma que a recompensa será segundo os nossos pensamentos e, sim, segundo as nossas ações, pois elas refletem o que está em nossa mente.

Não podemos enganar a Deus, Ele é onisciente. Todos os nossos pensamentos, mesmo antes de virem à nossa mente já são conhecidos por Ele (1Sm 16:7; Pv 15:11; 20:27; Jr 17:17).

Mas, como podemos zelar melhor pelos nossos pensamentos? Devemos tomar cuidado com pelo menos três fatores básicos que compõem os pensamentos da mente humana:

Primeiro: A natureza pecaminosa inerente ao ser humano (Gn 8:20-21; Jó 15:14-16; Sl 51:5; Ec 7:20; Mc 7:20-23);

Segundo: O que nós ouvimos e aprendemos (Jó 12:11; Sl 78:3-4a; Pv 25:12; Tg 1:19-20); e

Terceiro: O que nós vemos e aprendemos (Gn 3:6; Sl 101:1-3; Mt 5:27-30; 6:21-23).

Considerando todos estes elementos, o que devemos fazer, então, para que tenhamos pensamentos que agradem a Deus? Vamos citar sete atitudes recomendadas, entre tantas outras, pelas Escrituras Sagradas:

Primeira: Adquirir entendimento constantemente (Pv 2:2; 3:5; 4:5; 9:6; Ef 1:17-18; 2Pe 3:1);

Segunda: Filtrar apenas pensamentos edificantes (1Co 2:14-16; 10:23; Ef 2:1-3; 4:17-24; Fp 1:9-11; 1Ts 5:21; Tt 1:15);

Terceira: Renovar a nossa mente para cultuar a Deus racionalmente com o nosso corpo, não nos amoldando ao comportamento secular e experimentando a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:1-2; Ef 4:23);

Quarta: Dominar os próprios pensamentos (1Co 6:12; 2Co 10:3-5; Gl 5:22-23; 2Pe 1:5-7);

Quinta: Examinar o nosso coração (Sl 139:23-24; Pv 20:5; 1Co 2:11; 11:28);

Sexta: Purificar a nossa mente e nossa consciência (Sl 24:3-5; 51:5-11; 1Co 4:4; 2Co 1:12; 1Tm 1:5,18-19; Hb 9:12-14);

Sétima: Utilizar a “armadura” de Deus contra os ataques das forças das trevas (Ef 6:10-18).

Para termos uma mente saudável e pura temos um ensino prático deixado pelo apóstolo Paulo na epístola aos filipenses, capítulo 4, versículos 4 ao 8:

Primeiro: Nossa alegria deve estar em Deus (v. 4);

Segundo: Devemos transparecer um comportamento de moderação (v. 5); e

Terceiro: Não devemos dar chance a ansiedade, mas termos atitude de oração em petição e gratidão diante de Deus (v. 6).

Mantendo essas atitudes, temos a promessa no versículo seguinte (v. 7): “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus“.

Encerrando o ensino, Paulo lista tudo o que deve ocupar a nossa mente (v. 8):

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.

domingo, 25 de julho de 2010

O VERDADEIRO AVIVAMENTO (PARTE 02)

AVIVAMENTO AUTÊNTICO, BÍBLICO, NECESSÁRIO E URGENTE

“Então ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam” (Ez 37:9).

"O termo 'avivamento' tem sido usado para designar momentos específicos na história da Igreja em que Deus visitou seu povo de maneira especial, pelo Espírito, trazendo quebrantamento espiritual, arrependimento dos pecados, mudança de vidas, renovação da fé e do compromissos com ele, de tal forma que as igrejas, assim renovadas, produziram um impacto distinto e perceptível no mundo ao seu redor (...) 'Avivamento' é uma palavra muito gasta hoje. Ela está no meio há alguns séculos. As diferentes tradições empregam-na de várias formas distintas" (Rev. Augustus Nicodemus Lopes em seu livro "O que estão fazendo com a Igreja" - p. 163).

Muito tem sido realizado e discutido sobre este tema que tem trazido muita polêmica e, não poucas vezes, divisões traumáticas entre algumas igrejas, e até mesmo entre pessoas de uma mesma família, devido à falta de equilíbrio, discernimento e embasamento bíblico. Mas, distante de tudo isso, o avivamento genuíno não é um comportamento passageiro ou puramente emocional ou carnal, mas tem fortes e eternas bases bíblicas.

Devemos ter um comportamento moderado, equilibrado e amadurecido, embasado nas Sagradas Escrituras, sabendo discernir o que vem de Deus, o que é simplesmente humano ou até mesmo diabólico (Gl 5:16; 2Tm 1:7; 1Jo 2:18-27; 4:1-6; 5:20). Não podemos também nos posicionar contra o avivamento apenas pelo fato de terem ocorrido exageros em nome dele no passado e até mesmo atualmente.

Ao contrário do que muitos pensam, no avivamento verdadeiro não é necessária uma revolução na liturgia do culto público. O que ocorre é a transformação de uma liturgia simplesmente ritualística e fria em uma liturgia alegre e reverente ao mesmo tempo, sem nunca perder de vista a adoração e o temor a Deus, o zelo e a ordem, visando a edificação de todos os irmãos, com harmonia entre a razão e as emoções (1Co 14:12,15,33).

Contudo, o avivamento verdadeiro não se restringe a uma mera mudança de comportamento na igreja, mas na nossa vida diária, seja onde estivermos, em nossos lares, no trabalho, na escola ou faculdade, viajando, em um lazer qualquer ou outra atividade. Essa busca requer uma mudança de prioridades. Muitos de nós, cristãos, por exemplo, utilizamos horas e horas de nosso precioso tempo diário com programas de televisão, “navegando” na Internet ou desfrutando de alguma outra forma de mídia ou diversão (cinema, rádio, jogos, etc.). É evidente que estes comportamentos não são problemáticos se possuírem moderação, discernimento e não “mancharem” o nosso testemunho cristão.

Mas a questão é: será que gastaríamos este mesmo tempo na leitura e estudo da Bíblia e em jejum, oração, em evangelização? Muitos cristãos, por exemplo, se cansam em ouvir um sermão de quarenta minutos ou mais, não suportam participar de uma reunião de oração ou vigília, pois não possuem vida de oração em casa e a Palavra de Deus lhes dá sono e enfado. Estas pessoas estão muito longe de experimentar uma vida avivada, cheia do Espírito Santo.

O problema de muitas igrejas atualmente não é marcar uma reunião de oração ou vigília. A questão principal é que não conseguimos perseverar nestas práticas. Após algum período de reuniões em grupo, acabamos desanimando e desistindo.

Devemos nos lembrar que se uma parcela significativa da igreja ainda não estiver avivada e se não estiverem ocorrendo milagres, estes fatos não querem dizer que o avivamento não chegou. Na verdade a busca perseverante por avivamento, já consiste no próprio avivamento, mesmo que inicial. Desde que nos dispomos a buscar mais a Deus e a mudar de vida, já estamos sendo espiritualmente despertados por Ele.

Este despertamento iniciado a partir de cada um de nós influencia aqueles que nos cercam, sejam amigos, familiares, seja a célula de oração, o ministério do qual participamos, demais irmãos da igreja (inclusive a vida de não crentes, ocasionando conversões), até atingir a igreja local como um todo e até mesmo outras igrejas na cidade e no país.

Contudo, mesmo que tenhamos responsabilidade pessoal em nos santificar, o avivamento não pode ser agendado ou produzido por nós, pois, Deus age nos corações soberanamente. É como numa imensa floresta (a Igreja) onde uma fagulha (o toque do Espírito Santo) incendeia uma ou mais árvores (crentes) que, gradativamente, alastrará o fogo por toda a floresta conforme a força e a direção do vento (o vento do Espírito). Este fogo de Deus aquece os corações desanimados, queima os pecados, ilumina os passos e forja uma nova personalidade, agora poderosamente usada por Deus.

O nosso exemplo máximo de avivamento deve ser a igreja apostólica do primeiro século. Ela permaneceu em perseverante oração, em unidade, até que o Espírito de Deus foi derramado (At 1:14; 2:1-4) e experimentou um grande despertamento e crescimento.

Quais eram as principais características da igreja apostólica e que denotam o verdadeiro avivamento? Observemos uma passagem de Atos:

"Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedade e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos" (At 2:42-47; NVI).

Primeira: Firmeza doutrinária (v.42); Segunda: Unidade (v.42,44); Terceira: Perseverança em oração (v.42); Quarta: Temor de Deus (v. 43); Quinta: Milagres de Deus (v. 43); Sexta: Socorro aos necessitados (v. 44,45); Sétima: Prazer em estar na igreja (v. 46); Oitava: Alegria e sinceridade de coração (v. 46); Nona: Louvor a Deus (v. 47); Décima: Simpatia da população (v. 47); Décima primeira: Crescimento numérico (v. 47).

E esse crescimento não era apenas um crescimento quantitavivo, mas qualitativo, pois como era o próprio Senhor que acrescentava à Igreja as pessoas que iam sendo salvas, e, evidentemente, elas eram realmente salvas e não pseudo-cristãs.

Será que a Igreja Evangélica atual pode assegurar que possui todos ou pelo menos quase todos estes comportamentos da Igreja Primitiva? Pensando desta forma, questionamos se realmente as nossas igrejas realmente já presenciaram e vivenciaram um verdadeiro avivamento nos últimos anos e décadas.

Quem afirma categoricamente algo assim é o Rev. Augustus Nicodemus Lopes em seu livro "O que estão fazendo com a Igreja" (p. 165). Vejamos algumas de suas declarações:

"(...) creio que é seguro dizer que apesar de toda a agitação em torno do nome, o Brasil ainda não conheceu um verdadeiro avivamento espiritual. Depois de Finney, Billy Graham, do metodismo moderno e do pentecostalismo em geral, 'avivamento' tem sido usado para designar cruzadas de evangelização, campanhas de santidade, reuniões onde se realizam curas e expulsões de demônios, pregações fervorosas. Mais recentemente, após o neopentecostalimo, avivamento é sinônimo de louvorzão, dançar no Espírito, ministração de louvor, show gospel, cair no Espírito, etc. Nesse sentido, muitos acham que está havendo um grande avivamento no Brasil. Eu não consigo concordar. Continuo orando por avivamento no Brasil (...)"

Portanto...chega de emocionalismo vazio sem arrependimento de pecados. Chega de show musical e danças coreografadas sem profundidade doutrinário-teológica. Chega de pregações acadêmico-científicas e vazias da unção do Espírito. Chega de espiritualidade de fim de semana e não de testemunho cristão autêntico em todos os dias e em todos os lugares. Chega de buscar a Deus para barganhar e não para adorar. Chega de vida cristã enclausurada na igreja sem transformar a sociedade e sem fervor missionário.

Aliás, o que cada um de nós espera quando suplicamos a Deus por avivamento na igreja? Acredito que o que ocorre muito na igreja atual é que, evidentemente, cada um de nós espera algo no avivamento de acordo com o seu egocentrismo ou seu cristocentrismo. Em outras palavras, se o próprio "eu" do cristão (se é que ele já é cristão realmente) está no centro de sua vida, então ele busca avivamento APENAS cultos repletos de curas, milagres, muito "louvorzão" coreografado, sinais de prosperidade financeira, grandes eventos "gospel" com celebridades da oratória e da música, sejam nacionais e internacionais. É evidente que uma parte de tudo isso é consequência de um verdadeiro avivamento, mas são elementos secundários.

Ao contrário, porém, se no centro da vida do cristão está justamente Jesus Cristo, ele irá buscar a vontade do Seu Senhor quando pedir por um avivamento, ou seja, que a igreja, a partir deste cristão, se quebrante e se arrependa de seus erros, que se santifique e busque aprender, compreender, praticar e divulgar mais a Palavra de Deus, causando uma grande transformação neste cristão, em sua família, na igreja e na sociedade. Esses, sim, são os principais sinais de um verdadeiro avivamento.

É evidente que em todos os problemas vividos pela Igreja que ressaltamos, existem os aspectos que fazem parte da Igreja verdadeira. Existe a música, as expressões de louvor, a pregação previamente bem elaborada, a importância devida à teologia, filosofia, poesia e ciências, existe o bom vestir como demonstração de reverência e respeito, sabemos que devemos ter critérios de avaliação e utilização adequados em relação à cultura secular, sabemos que todas as pessoas podem alcançar a salvação, inclusive as "celebridades", sabemos que existe também o uso necessário do dinheiro para o sustento da Igreja, sabemos que existem as curas e milagres, que existe a batalha espiritual, etc., mas tudo deve ser realizado e administrado com os critérios da Palavra de Deus, com a vontade de Deus, pois a Igreja é de Cristo e não nossa.

O grande problema em todo esse nosso estudo é que sempre na busca e na manifestação do avivamento genuíno, Satanás procura confundir a Igreja com suas manifestações astutas, utilizando a imaturidade de muitos cristãos.

Agora, questionamos: Será mesmo que a Igreja de Cristo precisa de um avivamento? Você tem pensado nisso? Espero que sim meu querido irmão.

Muitos autores e estudiosos já deram suas definições inteligentes, edficantes e bíblicas sobre o que é AVIVAMENTO. Aqui neste espaço, desejamos apresentar a nossa humilde e sincera definição.

Avivamento é...

QUANDO A IGREJA APRENDE A INTERPRETAR CORRETAMENTE A BÍBLIA E PRATICA CORRETAMENTE O QUE APRENDEU A INTERPRETAR.

Vamos explicar melhor. Partindo do pressuposto que a Igreja está se afastando da Bíblia e usando seus ensinos de forma distorcida, a única tarefa que a restou é reaprender o que é a Bíblia, de onde ela veio, quem a escreveu, se ela é confiável, como interpretá-la corretamente e, depois disso, aplicar na vida prática todos estes conceitos e tudo aquilo que ela ler na Bíblia.

Em outras palavras, avivamento é voltar a fazer tudo aquilo que a Bíblia ordena para a Igreja, é imitar de forma contextualizada (e não modernizada) a igreja primitiva do primeiro século.

Pronto! Parece que o avivamento já está devidamente definido e já podemos embalar a nossa definição em um belo pacote doutrinário e amarrá-lo com um lindo laço teológico não é mesmo? Não, não é simples assim. Por que? Porque o avivamento, por mais que se saiba definir o que é, é preciso ser ardorosamente buscado por cada um de nós e ele só acontecerá de acordo com o mover soberano de Deus sobre a Igreja. Nós, a Igreja de Cristo, só voltaremos a saber interpretar a Sagrada Escritura corretamente e praticar tudo aquilo que aprendemos a interpretar se Deus tocar em nossos corações. Como? Através da oração perseverante, da fé operante, da santificação incessante e da unidade da Igreja.

Bem, já que você concorda com a situação caótica na qual se encontra a Igreja (é claro que existem muitas excessões graças a Deus), nós questionamos novamente:

Quando você começa a buscar e orar por avivamento, o que você espera que ocorra? Uma maior santificação de todos? A busca pelo genuíno "leite" espiritual na Bíblia? Conversões em massa talvez? Curas e milagres? Uma "explosão" no apelo missionário? Expulsões de demônios?

Esclarecemos, em tempo, que fizemos na postagem anterior muitas acusações referentes equívocos da Igreja, mas não desejamos ser injustos e sabemos que existem graças a Deus inúmeros setores da Igreja evangélica seriamente empenhados no estudo da Palavra de Deus e na sua prática diária com reverência, zelo e temor. Mas, precisamos mostrar a verdade, mesmo que chocante, para demonstrar a seriedade e a gravidade da situação.

Não nos esquecemos também que o avivamento começa a partir de cada um de nós e, portanto, pedimos a Deus primeiramente por nós, escritores deste blog, para que Deus inicie o avivamento por nós também, pelo tratamento de nossos próprios defeitos, por nossa vida, para que seja cada dia mais santificada em Sua presença perfeita e eternamente santa e justa. Além do mais, cada cristão possue sua parcela de responsabilidade pelo crescimento ou decrescimento da Igreja. A culpa pode ser de parte da liderança da igreja, mas também é dos membros comuns e sem cargo (e não menos importantes).

Nós mostramos nestes estudos alguns dos problemas, os defeitos da Igreja de Cristo, aliás, melhor dizendo, os defeitos dos seus membros, pessoas com qualidades e defeitos, aliás, mas, em nossas outras postagens e nas postagens dos blogs parceiros nossos e blogs cristãos (vejam nossa lista de blogs cristãos), podemos encontrar indicações e sugestões das soluções para esta situação complicada na qual vivemos como igreja como um todo, mediante a Palavra de Deus (os médicos precisam mostrar a doença, mas também precisam saber indicar o tratamento e a cura).

Portanto, a mensagem para cada um de nós hoje é AVIVAMENTO BÍBLICO, GENUÍNO, NECESSÁRIO E URGENTE.

Vamos, portanto, clamar a Deus por um despertamento espiritual a partir de nós mesmos e que ele influencie o nosso lar, nosso trabalho, nossa escola, a sociedade, etc.

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Links úteis para análise e possível complementação ao nosso assunto:

sábado, 24 de julho de 2010

O VERDADEIRO AVIVAMENTO (PARTE 01)

INTRODUÇÃO

Muito está se falando atualmente de uma crise doutrinária e comportamental pela qual a igreja evangélica brasileira está passando. Pregações, palestras, aulas, jornais cristãos, revistas, livros, DVDs, sites, blogs, etc. Muitas e muitas pessoas estáo nos alertando para esta crise que assola a Igreja do Senhor Jesus (no Brasil e no exterior). Muitos dizem que a Igreja necessita de uma nova Reforma ou pelo menos que precisa lembrar-se dos fundamentos da Reforma Protestante (e têm razão).

Baseados no que temos visto, lido e ouvido de muitos consagrados pastores e escritores brasileiros e estrangeiros nos últimos tempos, concluímos juntamente com eles, em concordância inevitável, que o que a Igreja de Cristo precisa realmente é de um despertamento, pois ela está morrendo moralmente, socialmente e espiritualmente, ela necessita, portanto, de um avivamento genuinamente bíblico e precisa começar a buscar por este avivamento urgentemente. Aliás, acreditamos que alguns setores da igreja brasileira já iniciaram novamente esta busca. Que Deus nos abençoe.

Muitos podem questionar:

"Mas, por que falarmos de avivamento agora? Por que insistir neste assunto chato de novo? Será mesmo que precisamos de avivamento?"

Sim, precisamos de avivamento, não existe dúvida que sim. E por que? Vamos ressaltar algumas questões aqui de forma resumida e acreditamos que você irá concordar conosco (se ainda não tiver concordado, é evidente). Mas, por que "avivamento" novamente?

Porque a Igreja de Cristo está cada vez mais perdendo sua identidade genuinamente cristã. A Igreja é a luz do mundo, é ela quem deve anunciar a luz de Jesus, o evangelho puro, para salvar este mundo cada vez mais afundado nas trevas. Mas, ao contrário disso, parece que a igreja de Cristo "deu as mãos para o mundo" e ela e o mundo estão indo de "mãos dadas" para a escuridão (há excessões é evidente). Uma visão avassaladora, tremendamente triste. E com certeza está entristecendo muito o coração do próprio Deus. E aquecendo Sua santa ira contra o pecado.

Quais algumas evidências desta crise na Igreja. Ora, são atitudes como:

1) A falta de santificação. Pecados antes repelidos, agora acobertados e alimentados pela Igreja, tais como, mentira, falta de perdão, corrupção, pornografia, homossexualismo, adultério, fornicação, etc.

2) Péssimo testemunho para com a sociedade (item diretamente relacionado com o anterior).

3) "Desbiblialização". Os evangélicos estão cada vez mais imaturos no domínio da Palavra da Verdade, não sabem mais manuseá-la, não sabem mais encontrar os versículos que precisam, não sabem como aplicar corretamente a Bíblia, não sabem interpretá-la. Pior, parece que nem é preciso mais utilizar a Bíblia (o que gera o próximo item).

4) Mitos e misticismo: A Igreja muitas vezes não se apega mais ao que a Bíblia afirma sobre as manifestações espirituais e sobrenaturais, ela não se interessa em discernir os espíritos, o mais importante é que ocorram constantemente manifestações místicas e sobrenaturais dentro da igreja, não importa qual a origem. Se é Deus ou o diabo que estão envolvidos, não importa. O importante é entrar em transe, colar na parede, cantar a mesma música ou o mesmo refrão "1.200 vezes", rir sem parar, correr para lá e para cá, cair todo mundo no chão, pregar a "Palavra" durante 5 minutos e cantar, dançar e pular durante 3 horas e meia. Será que é Deus que está impunsionando essas manifestações? Até que ponto? Será que é o diabo? Será que são meramente manifestações carnais e emocionais humanas? Para uma ala da Igreja parece que não é importante discernir tudo isso.

5) A Igreja cada vez menos Igreja: Sem o uso adequado da Bíblia, a Igreja começa a se assemelhar a qualquer instituição humana, menos a uma Igreja, que é uma instituição divina.

Acreditamos que todos irão concordar conosco com a seriedade do assunto. Vejamos mais detalhadamente o que acontece em muitas igrejas chamadas evangélicas pelo nosso Brasil e pelo mundo (graças a Deus não é uma regra geral):

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece um centro de umbanda ou centro espírita, devido a rituais que parecem colocar os crentes em transe espiritual ou hipnótico, devido à gestos e danças que mais parecem ter vindo das religiões africanas. Devido também ao exagerado destaque dado à batalha espiritual, com todos vestidos de branco, com expulsões de espíritos malignos ao vivo pela televisão, sessões de descarrego e assim por diante. Só se prega sobre os demônios e se esquece de primeiro glorificar e exaltar a Deus. Sem mencionarmos as superstições, o uso de amuletos e objetos para nos curar, abençoar e proteger, como toalhas, lenços, copos com água, areia da Terra Santa, pedaços da cruz, água do Rio Jordão, do Mar Vermelho, do Rio Eufrates, etc. (alguns nomes são apenas exemplos, não são situações reais).

Às vezes, em alguns lugares, parece que a Igreja é uma boate, apenas uma casa de shows, devido ao virtuosismo, ao som alto e ao espetáculo que se transformou o momento de música, as luzes, as danças, roupas e gestos. Infelizmente os músicos cristãos (muitos, não todos) viraram celebridades, dão autógrafos, cobram cachês milhonários para os seus "shows gospel" e suas turnês, os seus CDs e DVDs não são vistos como ferramentas de edificação e evangelização, mas apenas para massagearem o seu ego de artista. Quando ocorrem danças, muitas vezes a reverência é deixada de lado. Para todos estes "artistas gospel", o aplauso, a glória, o louvor e o elogio são para eles e não para Deus.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece um mosteiro tibetano, pois muitos evangélicos no intuito honesto e sincero de santificar-se acreditam que precisam se afastar de tudo que é do "mundo". Não usam mais roupas da moda, não usam mais joias e sapatos modernos, não lêem mais livros seculares, não vão ao cinema nem ao teatro, não praticam mais esportes no domingo, não assistem televisão, não ouvem mais nenhuma música secular (ou pelo menos pregam que não ouvem), etc. A intenção até que não é tão má assim, mas muitos, apesar disso, continuam com os seus pecados de estimação. Muitos se afastam até mesmo da própria família, pois alguns de seus membros estão afastados da fé ou nunca se converteram realmente, são "beberrões", "fumantes", "maldizentes", etc. Devemos nos afastar do pecado e não dos pecadores. Do contrário, como eles encontrarão a "luz", se nós, que somos a "luz" os deixarmos nas trevas, ainda mais se forem amigos e parentes? Devemos orar por eles e estar próximos deles para fazer a diferença.

Às vezes, em alguns lugares, parece que a Igreja virou um clube ou um circo, pois os crentes não usam mais uma vestimenta discreta, respeitosa, com decência e perderam a reverência pelo culto, por estar na casa do Senhor. É muita conversa, piadas de gosto duvidoso, gritaria e brincadeiras em excesso. E nestes casos, errados são os diáconos e presbíteros se chamarem a atenção de alguém. Existe também muita irreverência em relação à fé que professamos. Muitos acusam as seitas e religiões heréticas de afirmarem "absurdos", "bobagens", mas muitos não sabem definir nem a sua própria fé, nem sabem defendê-la. Muitos estão na Igreja porque não gostam das doutrinas das seitas e não porque realmente acreditam no que a Igreja prega, é apenas por conveniência, são "convencidos" e não "convertidos". Você está na Igreja por que? Por que apenas gosta do que o pastor fala? Apenas por que os seus pais mandaram você ir para a Igreja? Apenas por que seus ancestrais eram oficiais da igreja? Ou você realmente acredita no que prega? Devemos amar a Deus com todo o nosso entendimento também.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece um ringue de luta do tipo "vale tudo", pois muitos crentes perderam a unidade cristã pelo vínculo perfeito do amor e apenas discutem e se desentendem em polêmicas constantes e inúteis, não possuem um mesmo modo de pensar em relação à vida cristã, mesmo que tenham personalidades diferentes, não se perdoam, não se cumprimentam, nem se olham mais. Até mesmo entre os familiares ocorrem manifestações deste tipo. Aliás, a família, a célula da Igreja, está perdendo a importância e está se dissolvendo, parece um "câncer eclesiástico". A vida conjugal termina por motivos fúteis, muitos oficiais de igreja e pastores se separam e se casam várias vezes por motivos banais e continuam nos ministérios, os seus filhos fazem o que quiserem de suas vidas, inclusive em matéria de religião e sexo e assim por diante.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece uma universidade secular, pois muitos e muitos pastores só pensam em pregar com seu vocabulário rebuscado, no seu "cabedal de conhecimento filosófico-teológico", só pensam na teologia, mas esquecem da vida com Deus. O Senhor, para eles, é apenas um alvo de estudo e não de adoração. Suas pregações "fogem" das Escrituras, a pregação de muitos apresenta um mero intelectualismo vazio, eles gostam de apenas recitar filósofos, cientistas e poetas e não mais os apóstolos e profetas. Eles se esquecem que o saber ensoberbece, mas o amor edifica.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece que retornou aos costumes hebreus judaicos, parece que retornou ao Antigo Testamento e à Lei. A Igreja se esqueceu que estamos na era da graça e não da lei, a Igreja se esquece que o Novo Testamento complementa e interpreta o Antigo, apresentando uma nova aliança, uma aliança superior àquela do Antigo Testamento (não que o AT não tenha mais importância, longe disso, ele é tremendamente fundamental e possue lições maravilhosas e atuais). Já desde muitos anos utiliza-se o "shofar", um instrumento usado para anunciar grandes acontecimentos, inclusive em batalhas, mas agora apenas na música, por exemplo, entre outros costumes da cultura judaica. Muitos chegam a se curvar diante de uma réplica da arca da aliança. Muitos costumes em si e o uso de instrumentos musicais antigos não são, à princípio, o problema. A questão é que aparentemente a Igreja de Cristo, mesmo inconscientemente, não quer adotar a Nova Aliança, o Novo Testamento, mas retroceder e ficar atrelada ao Antigo e ainda criar situações novas, extra-bíblicas como a adoração a arca da aliança.

Outra questão: Mesmo que a Bíblia afirme que todos os cristãos são sacerdotes perante Deus (1Pe 2:9), os músicos evangélicos ainda são considerados "levitas", parece muitas vezes que são vistos como sacerdotes imaculados e sem defeito diante de Deus. Devido a este fato, há uma exagerada consideração para com o ministério de música e para com aqueles que trabalham na igreja como os pastores, em detrimento dos demais ministérios. Todos os ministérios são importantes, fundamentais e são dignos de todo o respeito, como o de diaconia, de evangelização, de ensino, de casais, de jovens, de visitação, de capelania, de intercessão, infantil e inclusive o de música e o pastoral, mas ninguém é melhor ou mais importante do que ninguém perante Deus. É evidente que dentro da estrutura governamental administrativa da Igreja existe uma hierarquia de liderança que merece submissão e respeito, mas, ninguém é intocável ou inacessível ou insubstituível. Nós temos acesso livre ao próprio Deus do universo!

Em seu livro "O que estão fazendo com a Igreja" (p. 160), o Rev. Augustus Nicodemus Lopes, entre outros assuntos, abordou algumas questões problemáticas dentro do ministério de música nas igrejas evangélicas atuais. Em um inteligente texto fictício como sendo uma carta escrita por ele a um jovem pastor sobre o grupo de louvor de sua igreja, em uma das sugestões ele afirmou:

"Procure mostrar que eles não são levitas. Não temos mais levitas hoje. Todo o povo de Deus, cada cristão em particular, é um levita, um sacerdote, como o Novo Testamento ensina. É uma ideia abominável que os membros do grupo de louvor são levitas. Isso reintroduz o conceito que foi abolido na Reforma protestante de que o louvor e o acesso a Deus são prerrogativas de apenas um grupo e não de todo o povo de Deus (...) Tais conceitos apenas servem para que eles se sintam mais especiais do que realmente são e, portanto, intocáveis (...)"

Outra questão é que existe também muita pregação sobre maldições sobre os cristãos, principalmente para aqueles que não dizimarem, parece muitas vezes um "terrorismo emocional". Estamos nos esquecendo que com o sacrifício de Cristo na cruz, em nosso lugar, não existe mais condenação, não existe mais maldição, estamos no tempo da graça, Cristo se fez maldição por nós, Cristo é o fim da Lei, o fim da maldição (Rm 10:4; Gl 3:13,24).

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece uma empresa ou instituição financeira, um banco ou a bolsa de valores, pois só se fala em dinheiro, como aplicar, como investir, como poupar. A pregação com respeito a dízimos e ofertas se torna tão incisiva ao ponto de se esquecer das doutrinas mais importantes, como a da salvação. Há evangélicos que chegam a dizer que os incrédulos precisam vir para a Igreja para dar o dízimo e, só assim, Deus mudará a vida deles. Que absurdo!! Sim, a contribuição é importantíssima para a vida do cristão, daquele que teve seu coração transformado por Jesus, ela é inclusive um dom espiritual e ela é fundamental para a Igreja, mas, antes de tudo, e a salvação e o arrependimento dos pecados onde ficam nisto tudo? Muitas igrejas prezam mais os seus "templos nababescos" e os salários exorbitantes dos pastores e se esquecem de investir em evangelismo e missões que é a missão fundamental da Igreja. Muitos se esquecem da vida simples e sem mordomias que tiveram os apóstolos e o próprio Senhor Jesus.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece um desfile de modas. Poderíamos chamar esse fenômeno de "Gospel Fashion Week"? Muitos membros só desejam mostrar suas roupas novas e caras, roupas "de marca" e criticam as roupas dos outros, os "caretas" que não estão "na moda", não acompanham as tendências. Muitos se esquecem que a moda é uma questão cultural, social e pode ser usada desde que não "atropele" a decência, a reverência, o respeito, etc.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece um encontro de celebridades inconsequentes. São artistas, jogadores de futebol, atores, etc., ou ex-drogados, ex-homossexual, ex-prostituta, ex..., ex..., sobre os quais não julgaremos jamais sua genuína conversão, Deus conhece o coração de todos e acreditamos que todos podem se converter e a Palavra deve ser pregada a todos. A questão é que muitas igrejas estão recebendo estas pessoas sem pregar-lhes o evangelho verdadeiro. A preocupação única, nestes casos, é a de tornar a Igreja famosa, respeitada e visada pela sociedade em detrimento do arrependimento dos pecados. E então a sociedade vê muitos deles afirmando que se converteram, quando na verdade, não se converteram e estão dando um péssimo testemunho. O importante para eles é atrair os membros ainda não convertidos das diversas "tribos" urbanas para a igreja, sejam hyppies, "metaleiros", surfistas, esqueitistas, ex-drogados, tatuados, atletas, etc.. Mais uma vez a intenção é muito boa, todos são bem-vindos, mas, em muitos casos, a mensagem do evangelho puro, o verdadeiro alimento espiritual sólido vira um mentiroso mingal infernal.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece mais a "Liga da Justiça". Ou seja, parece que só existem super-heróis na Igreja, só se prega a prosperidade nas finanças e na saúde, só se fala que o crente não pode sofrer, não pode ficar doente, não pode entrar em depressão, que o poder está nele e não em Deus, que ele deve ser milhonário, etc. Se alguém sofre ou fica doente, é acusado de pecado, de falta de fé, que nem crente ele(a) é, etc. Muitos se esquecem de exemplos de grandes homens de Deus do Antigo Testamento que passaram por momentos de grande fraqueza e tristeza como Davi, Elias, Ezequias, etc. Muitos se esquecem dos exemplos de verdadeiros cristãos da história do Novo Testamento que ficaram doentes e foram perseguidos, violentados e martirizados como os apóstolos Paulo, Pedro, Tiago, etc. Não parece que essa tal de Teologia da Prosperidade foi pregada por eles e muito menos pelo Senhor Jesus, que nasceu entre os animais de uma pobre estrebaria, que nem tinha um lugar para reclinar a cabeça, cuja própria família não acreditou Nele à princípio e que depois foi covardemente abandonado pelos seus discípulos, torturado e morto pelo seu próprio povo. Apesar de tudo isso eles eram derrotados? Muito pelo contrário, foram nestes momentos de fraqueza e pobreza que eles encontraram a força de Deus e a vitória.

Às vezes, em alguns lugares, a Igreja parece um avião UTI desgovernado, pois só se fala em curas, em milagres. Não se prega mais sobre a salvação, arrependimento, a vida eterna, etc., muitos pastores só pensam em encher seus templos de pessoas doentes e realizar seus shows de cura televisivos. E o pior de tudo é que neste afã, os líderes destas igrejas "atropelam" a soberania de Deus (como se isso fosse possível). Tudo tem hora marcada. Em tal dia e em tal hora, dizem, haverá cura e libertação, etc. É como se existisse uma "soberania agendada". Ninguém se importa em orar e se santificar e pedir a Deus primeiro para que, quando Ele quiser, da forma que Ele quiser e SE Ele quiser, ocorram essas manifestações. Tudo é DETERMINADO e não mais SUPLICADO.

Na próxima postagem, observaremos algumas sugestões do que podem vir a ser soluções para esta situação caótica que observamos.

Que Deus nos abençoe ricamente, nos dê discernimento para o que é bom e nos dê proteção contra os ataques furiosos, astutos e invejosos do maligno, enquanto buscamos a Sua vontade, a Sua exaltação e a Sua glória. Amém.

domingo, 18 de julho de 2010

A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE E A "NOIVA FUJONA"

Não é realmente uma cena constrangedora quando uma noiva já pronta para encontrar-se com seu noivo para celebrarem as núpcias resolve abandonar o noivo? Após todos os preparativos para o grande enlace matrimonial dos nubentes, após tantos anos de relacionamento e preparação para a vida a dois, o noivo, então, na última hora, com todo o seu amor pela noiva que o faria entregar a sua própria vida por ela, descobre que sua noiva, já tinha escolhido um outro noivo para ela, ela se apaixonou por outro. Na verdade, essa noiva nunca amou realmente o noivo com quem iria se casar. E o pior: ela está fascinada, mas também iludida, o novo noivo dela não a ama (e jamais a amará), mas só quer usá-la como se fosse uma escrava para os seus planos maléficos. Parece cena de novela ou de filme não é mesmo?

O interessante e preocupante é que observando e meditando sobre alguns preceitos contidos nas Escrituras Sagradas e os aplicando à realidade da igreja evangélica brasileira atual, nos deparamos com uma situação semelhante a esta que descrevemos acima.

Em Apocalipse 22:17, a Palavra menciona que o Espírito Santo e a Noiva de Cristo, que é a Igreja, desejam a volta do Senhor e clamam unânimes: "VEM!!".

Essa união derradeira entre Cristo e a Igreja, apesar de ser um simbolismo, é chamada de "mistério profundo" (Ef 5:32) e o compromisso entre estes "noivos" é tão sério, tão firme, que em Apocalipse 21:10, já na eternidade ela é chamada de "esposa do Cordeiro", pois as bodas já ocorreram (comparem com a parábola do banquete de casamento em Mt 22:1-14). Observemos também Apocalipse 21:2:

"Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido"

Pois é, na verdade, como todos já devem ter notado, não vamos falar sobre casamento do ponto de vista humano, mas desejamos falar sobre nós mesmos, a Igreja de Cristo, a Noiva de Cristo, a noiva que parece não estar querendo mais as bodas do Cordeiro, parece que está desejando ficar aqui na Terra. A verdade é que a Igreja de Cristo está se esquecendo do Paraíso, do Céu com Cristo, ela parece que quer viver Militante e nunca Triunfante.

A Igreja Militante é justamente julgada pelo Senhor dela, Cristo, com o propósito de ser disciplinada para que não seja condenada junto com o mundo (1Co 11:32). Mas, infelizmente, o que está ocorrendo é que dentro da Igreja, a Noiva, surgiu uma ala, corrompida pelo dinheiro. Na verdade, esta ala é uma "falsa noiva", é a "noiva fujona", pois a verdadeira Noiva de Cristo é santificada por Ele mesmo, com Seu próprio sangue, derramado em favor dela, que deseja fervorosamente o encontro com Cristo, o Cabeça da Igreja (Ef 5:23), o Noivo. Já a falsa noiva, a falsa igreja, está abandonando (ou já abandonou) o noivo às vésperas das bodas (pois sabemos que a segunda vinda de Cristo se aproxima cada vez mais). O "cabeça" dessa falsa igreja não é Cristo, mas o dinheiro, aliás, o amor ao dinheiro, ela não deseja mais o casamento, prefere ficar na mediocridade deste mundo, com as promessas falsas das teologias heréticas da Confissão Positiva e suas experanças frustradas, bem como a ilusão do materialismo passageiro deste mundo corrompido (1Co 7:31). Essa falsa noiva, na verdade, nunca amou verdadeiramente o noivo verdadeiro, mas escolheu outro para ser seu marido, o dinheiro.

Aí está a diferença da verdadeira e da falsa noiva: lembrando do clamor unânime do Espírito Santo e da verdadeira Noiva pela vinda do Senhor Jesus, pois não busca os seus próprios interesses, mas os de Cristo, o seu noivo (Fp 2:21) e imaginamos que a falsa noiva, mesmo inconscientemente, esteja dizendo na prática: "Não venha Senhor Jesus". Mas, glória a Deus, pois a volta do Senhor é iminente e Ele vem buscar a verdadeira igreja, a verdadeira noiva. A falsa ficará na mediocridade e sua teologia herética, longe do infinitamente rico casamento com o Noivo. É importante salientar que não estamos dizendo que todas as pessoas que fazem parte da falsa noiva não sejam cristãs. Muitas delas podem ser (podem ser, talvez)cristãos imaturos e despreparados, afastados da verdadeira fé e aprisionados pelo materialismo e devem se arrepender e voltarem para a noiva verdadeira, do contrário, sua genuína conversão poderá ser contestada. Em contrapartida, muitos envolvidos com a falsa noiva jamais se converteram realmente, estavam na igreja, mas a paixão pelas riquezas e o fascínio do materialismo os fizeram desviar completamente.

Lembremos de um personagem bíblico, Demas, que amou as coisas do mundo e não espirituais e abandonou o ministério que desempenhava juntamente com o apóstolo Paulo (2Tm 4:10). Sabemos e já comentamos anteriormente, que não devemos amar as coisas deste mundo passageiro, nos apegar a elas, pois a amizade com as coisas do mundo nos torna inimigos de Deus (vejam Tg 4:4; 1Jo 2:16-17; comparem com Lc 16:15; Jo 15:19; Rm 12:1-2; 1Co 7:31). Os nossos desejos carnais devem ser dominados, controlados e anulados, pois vivem em conflito com o Espírito Santo que vive em nós, não existe maneira como conciliá-los (Gl 5:16-17). Além do mais, o mundo deve ser "crucificado" para nós e nós devemos ser "crucificados" para o mundo (Gl 6:14).

Mas todos estes conceitos estão sendo deturpados e até esquecidos pela Igreja Militante (que parece querer ser chamada de "Igreja Mediocrisante"), que deveria resplandecer neste mundo de trevas retendo a palavra da vida, ou seja, o verdadeiro evangelho (Fp 2:14-16), mas a cada dia mais está envolvida, influenciada e apodrecida pelo apego aos prazeres deste mundo passageiro. E adivinhem quem é uma das maiores culpadas por essa tragédia. Quem? Quem? Ela mesma, a diabólica teologia da prosperidade. É isso mesmo, ela novamente.

"O foco da mensagem neopentecostal concentra-se mais no aspecto temporal que no eternal, mais na vida presente que na futura" (Paulo Romeiro no livro "Decepcionados com a graça", p. 88)

"Invertem a postura pentecostal tradicional de rejeição à busca da riqueza, ao livre gozo do dinheiro, de status social e dos prazeres deste mundo. Em seu lugar, prega a teologia da prosperidade, doutrina que, grosso modo, defende que o crente está destinado a ser próspero, saudável e feliz neste mundo. E, com isso, em vez de rejeitar o mundo, os neopentecostais passaram a afirmá-lo. Além de possuir uma fé inabalável e de observar as regras bíblicas de como tornar-se herdeiro das bênçãos divinas, o principal sacrifício que Deus exige de seus servos, segundo esta teologia, é de natureza financeira: ser fiel nos dízimos e dar generosas ofertas com alegria, amor e desprendimento" (Ricardo Mariano, no livro "Neopentecostais", p. 44, citado por Paulo Romeiro no livro "Decepcionados com a graça", p. 88).

Ao contrário destes ensinamentos mundanizantes da Confissão Positiva, o apóstolo Paulo nutria um sentimento tão forte em desejar a suprema grandeza de estar em comunhão com Cristo e se encontrar com Ele que usou uma palavra forte, "esterco", para designar tudo aquilo que possuía antes de conhecer a Cristo e considerava ser o seu lucro (Fp 1:21-23; 3:7-9) e ciente de que não havia alcançado ainda a perfeição nesta vida (prometida pela teologia da prosperidade), ele continuava esquecendo o que para trás ficava e permanecia "correndo" adiante, para o alvo, o prêmio do chamado celestial (e não terreno) em Cristo (Fp 3:12-14).

Devemos fixar nossas mentes naquilo que é invisível, mas eterno, e não naquilo que é paupável, mas temporário (2Co 4:16-18; 5:7), nos livrar de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, correr a corrida à nós proposta com perseverança, tendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hb 12:1-2a). A Igreja deve urgentemente se desprender dos prazeres mundanos, se santificar, despertar espiritualmente (1Ts 5:6) e continuar, como herdeira da promessa (Hb 6:17), da promessa da herança eterna (Ef 1:13-14,18; Hb 9:15), prosseguindo para o supremo alvo de nossas vidas a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo (Fp 3:14), pois a nossa cidadania é o Céu, não buscamos aqui na Terra uma cidade permanente, mas aquela que há de vir, a Jerusalém Celestial (Hb 12:22-25; 13:14), de onde aguardamos ansiosamente a realização da esperança a nós proposta, âncora da nossa alma, firme e segura (Hb 6:18-19), nossa bendita esperança que é a gloriosa manifestação no nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (Tt 2:13), sim, a segunda vinda de Cristo que transformará os nossos corpos humilhados na semelhança do seu corpo glorioso (1Co 15:52; Fp 3:20-21). Será que Cristo precisaria transformar os nossos corpos se eles já fossem perfeitos e não precisassem da medicina, como asseveram os propagadores da teologia da mediocridade, aliás, teologia da prosperidade?

A ala evangélica da teologia da prosperidade já pregou essas palavras de esperança de vida eterna alguma vez? Acredito que não. Pois é, sem sombra de dúvida, a teologia da prosperidade é mais um "vento de doutrina" que nos tem, como Igreja, induzido a errar, levados por ensinamentos meramente humanos, como já havíamos comentado anteriormente (Ef 4:14; Cl 2:6-8).

Portanto, como Noiva de Cristo, que o nosso amor uns pelos outros aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirmos o que é melhor, a fim de que sejamos puros e irrepreensíveis até o dia do nosso encontro com o Senhor (Fp 1:9-10; 1Ts 1:10; 4:16-17). Vivamos como filhos da luz, pois o fruto, o resultado da luz é bondade, justiça e verdade, a verdade da sã doutrina, inclusive, e aprendendo o que é agradável ao Senhor, não participando das obras infrutíferas das trevas, mas expondo todas elas à luz, ou seja, revelando as mentiras existentes nos falsos ensinos (Ef 5:8-11), bem como permanecendo firmes em um só espírito, lutando unânimes pela verdadeira fé evangélica, a sã doutrina bíblica (Fp 1:27b-28). É o que devemos fazer contra a teologia da prosperidade e seus propagadores.

CONCLUSÕES

Meus amados leitores, amigos e irmãos, se vocês estão de certa forma envolvidos com a pregação ou a aceitação da teologia da prosperidade, os convocamos, em nome de Jesus, para que reflitam e orem a Deus sobre tudo o que temos estudado até aqui e abandonem essa doutrina. Se vocês não estão envolvidos, que Deus seja louvado!! Os convocamos, então, para que auxiliem a Igreja no despertamento das pessoas que estão envolvidas com esta doutrina. O apóstolo Paulo nos trouxe alguns preceitos que nos ensinam a discutir pacificamente e com preparo doutrinário os ensinamentos da sã doutrina com os seus opositores e aguardar que Deus toque nos coraçãos desta imensa multidão de desviados da sã doutrina e traga-os de volta à razão, ao conhecimento do verdadeiro evangelho:

"Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade." (2Tm 2:22-26).

Ademais, mencionando a maneira como os pregadores da teologia da prosperidade tratam o assunto das contribuições materiais e ofertas, não adianta buscar a Deus com o intuito de troca, de barganha material ou financeira, como se Deus fosse obrigado a nos abençoar, situações como, por exemplo, pagar ou ofertar à igreja uma certa quantia em troca de uma bênção ou milagre. Determinadas igrejas, prometendo vida próspera, chegam a pedir tudo o que o fiel imaturo na fé possui, paulatinamente, até que este fica praticamente sem nada e sem a realização da promessa, incluive. Essa é uma, entre tantas outras, das situações que mais ocorrem em muitas igrejas evangélicas atualmente, principalmente nas denominadas neopentecostais. Já foram inventados até mesmo termos extra-bíblicos do tipo "unção financeira dos últimos dias" que é apenas obtida por intermédio de uma oferta determinada. Não parece que estamos voltando para o tempo das indulgências tão refutadas pelos reformadores? Que Deus tenha misericórdia de nós. Por que todos nós não seguimos o exemplo do apóstolo Paulo? Ele afirmou:

"Ao contrário de muitos, não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus." (2Co 2:17; comparem com 4:2-4).

Essas negociatas e barganhas do moderno contexto evangeliquês tentam denegrir todo o sacrifício de Cristo no calvário. É como se Deus já não tivessse feito tudo por nós em Cristo Jesus, na morte sacrificial de Seu Filho amado, que nos dá a salvação e a vida eterna. Deus já nos deu esta bênção, Ele já nos presenteou com as bênçãos espirituais nas regiões celestiais. E nas regiões materiais, ou seja, aqui na Terra, Ele é o nosso Deus provedor, o nosso Pastor que não deixará faltar nada (Sl 23:1), a Sua graça nos é suficiente para viver (2Co 12:7-10).

Quando se menciona ofertas e contribuições na igreja, deve-se lembrar os preceitos neo-testamentários ensinados por Paulo sobre o assunto. Em outras palavras, devemos ter prontidão, iniciativa e disposição em ofertar e contribuir para a obra do Senhor, em participar deste privilégio. Nossas ofertas e contribuições devem ser espontâneas, generosas (Rm 12:8) e não como algo dado com avareza, conforme determinarmos em nosso coração, sem pesar ou obrigação, mas com alegria e prazer (Rm 15:26-27a; 2Co 9:7), elas devem ser resultados de um amor sincero, zeloso, elas devem ser de acordo com os bens que possuímos e não de acordo com o que não temos, devem ser visando honrar ao Senhor (2Co 8:3-4,7b,11,12,19b; 9:2,5), elas são uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus (Fp 4:18b).

E Deus pode, em Sua soberana vontade, pela Sua graça insuperável e transbordante, em todas as coisas e em todo o tempo, permitir que tenhamos tudo o que é necessário para o nosso sustento, com o propósito de que transbordemos e frutifiquemos em toda boa obra e assistência aos necessitados e não fiquemos acomodados, resultando em muitas expressões de gratidão e louvor a Deus (2Co 9:9-14). E esse suprimento divino é proporcionalmente de acordo com a generosidade de cada um, a conhecida lei da semeadura (2Co 9:6). "Contribuição" como esta ensinada por Paulo é um dom de Deus, inefável, indescritível (2Co 9:15). Observem um caso prático destes ensinamentos relatado em Filipenses 4:14-19.

E se vocês, como nós, já ouviram alguns pregadores da teologia da prosperidade, seja de igrejas neopentecostais ou tradicionais, afirmarem (com intenção de impor medo e obrigar os fieis a ofertarem) que se vocês não contribuirem, Deus vai castigá-los, não se preocupem, não devemos nos preocupar se Deus irá derramar alguma maldição sobre nós simplesmente pelo fato de contribuirmos pouco ou nada. É evidente que devemos contribuir como sinal de obediência e fidelidade a Deus e para a manutenção da "casa de Deus", ou seja, da igreja, e também para a manutenção de Sua obra e é evidente que quem semeia pouco, colhe pouco e quem não semeia, não colhe, mas devemos sempre lembrar que "Cristo nos redimiu da madição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar" (Gl 3:13). Não existe mais maldição no período da Graça, da Nova Aliança, depois do sacrifício de Cristo por nós na cruz. Deus não está preocupado com dinheiro, Ele é dono de todo ouro e prata (Ag 2:8), tudo na Terra pertence a Ele, inclusive nós mesmos (Sl 24:1), o que Ele quer é que primeiramente ofertemos espontaneamente o nosso coração, a nossa vida a Ele. O nosso dinheiro, os nossos bens e o nosso tempo consequentemente serão ofertados a Ele automaticamente e proporcionalmente conforme nos ofertarmos, nos entregarmos de coração a Ele e a Sua obra.

Será que alguns destes preceitos de oferta e contribuições para a Igreja de Cristo que mencionamos acima fazem parte do corpo de doutrinas da teologia da prosperidade? Não precisa estudarmos a fundo para verificarmos que a resposta é NÃO.

Sim, Deus tem o melhor para nós, Ele pode fazer o melhor por nós, Ele deseja o melhor para nós, mas Ele já fez o melhor por nós, através de Sua maravilhosa graça, nos presenteando com a vida eterna em Cristo. Ele não precisaria fazer mais nada, tudo já foi consumado, mas Ele é misericordioso, gracioso e provedor e sempre continuará bem de perto em nossas vidas com a Sua providência.

Acreditamos que tudo o que demonstramos até agora, biblicamente falando, refuta satisfatoriamente a teologia da prosperidade, nos dando a real noção de que ela é um ensino extra-bíblico e sabemos que ensinar algo que ultrapassa, subtrai ou acrescenta aquilo que está registrado nas Escrituras Sagradas é pecado, Deus não permite.

Sem discernimento bíblico, incorremos no erro de aceitar ensinos e práticas contrários a vontade de Deus (Gl 1:6-9; Ef 4:13-14; 2Pe 3:14-18), sem muitas vezes nem conferirmos se é verdade como os cristãos de Beréia faziam (At 17:11), adulterando, assim, a verdade bíblica, muitas vezes também subtraindo ou adicionando algo das Escrituras Sagradas (Dt 12:32; Pv 30:5-6; Ec 3:14; Ap 22:18-19) e indo além do que está escrito (Rm 15:4; 1Co 4:6; 2Tm 3:16-17), perdendo o referencial máximo de conduta e ética e, assim, nos desorientando em uma espécie de escuridão doutrinária por não termos mais a 'lâmpada' da Palavra para iluminar os nossos passos (Sl 119:105), quando o correto seria guardarmos no coração a Palavra de Deus para não pecarmos contra Ele (Sl 119:11,112).

Que Deus nos abençoe. Amém.

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NOTA: Todos os textos das Escrituras foram transcritos da NVI (Nova Versão Internacional)

Para complementar o nosso estudo, por favor, acessem:

sábado, 17 de julho de 2010

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE (REFUTAÇÃO BÍBLICA) - (PARTE 02)

PROSSEGUINDO COM A REFUTAÇÃO BÍBLICA

Todos nós passamos por problemas, por adversidades, sejamos ricos ou pobres, justos ou desonestos. Por maior que seja nossa riqueza ou nossos esforços, não podemos escapar das adversidades da vida e o alívio só pode vir de Deus.

"Cuidado! Que ninguém o seduza com riquezas; não se deixe desviar por suborno, por maior que este seja. Acaso a ua riqueza, ou memo todo o seus grandes esforços, dariam a você apoio e alívio da aflição?" (Jó 36:18-19).

A Teologia da Prosperidade infelizmente se instalou no âmbito da Igreja evangélica de uma forma destruidora. Asseverando que todos nós cristãos somos obrigados a ser ricos e isentos de problemas de saúde, como se fôssemos "super cristãos" ou a "liga da justiça evangélica" (!!), ela vem convencendo um número cada vez maior de irmãos descuidados com a doutrina e imaturos espiritualmente.

Em relação à saúde e às provações, aqueles cristãos que têm chorado constantemente, considerem-se bem-aventurados, pois serão consolados (Mt 5:4). Aqueles que estão cansados e sobrecarregados encontrarão descanso no Senhor (Mt 11:28). Sim, os cristãos passam por muitas dificuldades, ficam doentes e passam por problemas físicos. O apóstolo Paulo ficou doente e passou por dificuldades físicas (Gl 4:14; 2Co 12:7-10), Epafrodito, o seu irmão em Cristo, cooperador e companheiro de LUTAS também passou pela experiência da enfermidade (Fp 2:25-26), o jovem pastor Timóteo, "filho na fé" de Paulo contantemente sofria de uma enfermidade no estômago (1Tm 5:23), Trófimo, possivelmente outro irmão companheiro de ministério de Paulo, não pôde acompanhar o apóstolo em suas viagens e ficou doente em Mileto (2Tm 4:20). Tiago afirmou que quando os crentes ficarem enfermos, devem ser chamados os presbíteros da igreja para intercederem por eles (Tg 5:14). Existe ainda alguma dúvida que os cristãos ficam doentes?

O próprio Senhor Jesus não passou pelas enfermidades (mas recebeu todas elas na cruz por nós), mas sofreu (e muito) em nosso favor (Hb 2:10; 4:7-9) e nos deu o exemplo a ser seguido de que os cristãos foram chamados para também passarem por aflições, por serem discípulos Dele e buscarem uma vida piedosa (1Pe 2:19-21). E por ter dado este exemplo no sofrimento, sentido a profunda dor na Sua própria carne, na Sua natureza humana, Cristo pode ajudar todos que estão em aflição (Hb 2:17-18; 4:14-16). Pensemos bem naquele, Cristo, que exemplarmente suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não nos cansemos e nem desanimemos (Hb 12:3). Bem, vamos prosseguir:

Ao contrário do que afirmam os pregadores da Confissão Positiva, as doenças podem não ser causadas por pecados cometidos, mas terem o propósito de que se manifeste a obra de Deus na vida de um cristão (talvez em Jo 9:3) ou pode ser para a própria glória de Deus como foi a situação de Lázaro, que era grande amigo de Jesus e certamente um de Seus seguidores, no entanto, adoeceu e morreu (vejam Jo 11:4).

O apóstolo Pedro, certa ocasião em suas viagens, foi visitar os cristãos de Lida, onde encontrou um homem paralítico há oito anos chamado Enéias. Pedro, em nome de Jesus, o curou e isso foi um grande testemunho para muitas conversões (At 9:32-35). Enéias provavelmente era um dos cristãos que Pedro foi visitar, no entanto, estava paralítico já há muito tempo e sua cura foi usada por Deus para o bem, para a conversão de muitos. Dorcas, moradora de Jope, era uma piedosa discípula de Cristo, no entanto, ela adoeceu e morreu, mas Pedro milagrosamente pelo poder de Deus a ressuscitou. Este fato também foi usado por Deus para que muitos cressem na mensagem do evangelho (At 9:36-43).

Estes fatos foram registrados pelo discípulo de Cristo e historiador Lucas, que era minuncioso em suas pesquisas (Lc 1:1-4; At 1:1-2), mas que provavelmente não teria sido chamado pelo seu companheiro de viagens e de ministério, o apóstolo Paulo, de "o médico amado" (Cl 4:14) se este apóstolo acreditasse que os cristãos não necessitam de médicos para resolverem seus problemas de saúde e nem deveriam ser médicos. Paulo provavelmente o chamaria de o amado companheiro Lucas, mas talvez nem mencionaria que Lucas era um médico ou nem o teria aceitado como companheiro de ministério, mas, no entanto, percebemos que Lucas estava ao lado de Paulo no ministério evangelistico, quando alguns irmãos companheiros de ministério se separaram cada um para uma cidade para o evangelismo e quando o companheiro de ministério Demas o abandonou por causa do materialismo (2Tm 4:9-12).

Vamos repletir ainda mais: Independentemente se você acredita que alguns dons cessaram ou acredita que todos os dons espirituais ainda estão presentes na vida da Igreja de Cristo, questionamos: Por que o Espírito Santo presentearia alguns cristãos da igreja primitiva com o dom de cura se não existisse enfermos no contexto da Igreja? (vejam 1Co 12:9,28,30). Para que serviria o dom de cura se não existisse cristãos passando por enfermidades? Deus estaria doando algo aos crentes que não teria proveito algum na vida prática da Igreja? Impossível, os dons espirituais eram dados por Deus visando a edificação da Igreja e um fim proveitoso, o bem comum entre os crentes (1Co 12:7; 14:12,26; comparem com Rm 14:19; 15:2; Ef 4:12). Ou será que o dom de cura era visando ser utilizado nos incrédulos já que os cristãos não ficavam doentes? É bastante difícil de acreditar e de encontrar respaldo bíblico para esse questioamento. Mas, será que algum defensor da teologia da prosperidade se candidata a responder essas questões? Existe ainda alguma dúvida se os cristãos passam por enfermidades? Acredito que não.

Vamos prosseguir, então. Portanto, os cristãos se entristecem nas provações (1Pe 1:6), mas devem se lembrar que muitas vezes, a tristeza utilizada de acordo com a vontade de Deus, ao contrário da tristeza conforme o mundo (que leva a morte) pode ter um propósito benéfico visando a salvação das pessoas (2Co 7:9-10). E até mesmo Cristo se entristeceu profundamente de uma forma mortal pela iminência de Sua morte na cruz (Mc 14:34). Os cristãos sofrem de acordo com a vontade de Deus (1Pe 2:20; 3:14; 4:19; comparem com At 9:15-16).

O apóstolo Paulo em sua metáfora do "Corpo de Cristo" para ensinar a unidade dos cristãos, afirmou que "quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele" (1Co 12:26) e nisso não existe apenas a metáfora, é uma aplicação para a vida prática para os crentes. Mas, apesar de tudo isso, os cristãos devem se alegrar nas provações (2Co 7:4b; 8:2; Cl 1:24; 1Ts 1:6; Tg 1:2-4; 1Pe 3:14; 4:13; comparem com At 16:22-25; Fp 1:18-19; 1Ts 1:6b) e serem pacientes nas tribulações (Rm 12:12) e cheios de amor, pois o amor tudo sofre (1Co 13:7). O sofrimento cristão, por Cristo, por mais contraditório que pareça, é um privilégio, privilégio que nos foi concedido juntamente com a fé em Cristo (Fp 1:29). Afinal, tomar a própria "cruz" é dever de quem segue a Cristo (Mt 10:38).

Aliás, quem segue a Cristo, ou seja, O coloca em primeiro lugar em sua vida ao invés de bens materiais e até mesmo de sua própria família, tem a promessa do Senhor que mesmo nesta vida presente terá tudo isso e muitas vezes mais, mas juntamente com estas bênçãos virão as perseguições, mas receberá por fim a vida eterna (Mc 10:29-30). Cristo morreu por nós para que nós vivamos não de forma egoista, mas vivamos para Aquele que morreu e ressuscitou (2Co 5:15).

Os pregadores da teologia da prosperidade utilizam a passagem de Isaías 53:4-5 para justificar a doutrina de que o cristão não pode ficar enfermo, pois, segundo este texto:

"Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças; contudo nó o consideramos catigado por Deus, por Deus atingido e afligido. Mas ele foi transpassado por causa de nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados."

Mas esta verdade também é mencionada em Mateus 8:17 e 1 Pedro 2:24 e cada uma parece interpretar o texto de Isaías de uma forma diferente: um como se fossemos "sarados fisicamente" e o outro como se fossemos "sarados espiritualmente". Vamos observar algumas sábias considerações sobre esta questão:

"No hebraico a palavra 'sarar' (em hebraico, napha), pode se referir à cura física ou espiritual. O contexto deve determinar se um dos sentidos ou ambos são empregados. Por exemplo, em 1Pe 2:24, Pedro se refere à cura espiritual (citando a Septuaginta), e em Mateus 8:17, Mateus se refere à cura física (citando o texto hebraico massorético) [...] Pedro enfatiza o aspecto espitirtual da expiação de Cristo (1Pe 2:24). Nada se diz aqui sobre a cura física do crente. Em contrapartida, Mateus realmente fala da cura física (Mt 8:17). Assim, Mateus está mostrando que, quando Jesus curava, isto era outro sinal da profecia messiânica cumprida. Mateus concluiu que, ao curar muitas pessoas fisicamente, Jesus cumpria a profecia de Isaías, provando assim o seu direito de declarar ser o Messias (veja Lc 7:19-23)" (John Ankerberg e John Weldon no livro "The Facts on the False Teachings in the Church, pp. 33-34, citado no livro "Super Crentes" de Paulo Romeiro, p. 51, segunda edição).

Portanto, a passagem mencionada de Isaías não desejava afirmar que jamais os cristãos enfrentariam a enfermidade, mas a verdade é que, seja fisica ou espiritualmente, somos sarados por Deus, através do sacrifício de Cristo. O Senhor Jesus possui toda autoridade, inclusive sobre as doenças, e exatamente por este fato e conforme a Sua soberana vontade, Ele pode permitir que um de Seus discípulos experimente temporariamente um momento de provação face à enfermidade com um propósito benéfico (talvez seja o caso em 2Co 12:7-10).

O apóstolo Paulo foi tremendamente usado por Deus como instrumento escolhido para testemunhar de Cristo aos gentios e Deus tinha um propósito tão grande para Paulo que o arrebatou ao terceiro Céu e o concedeu visões e revelações, o fez ouvir coisas que não se pode dizer aos seres humanos normalmente (2Co 12:1-4). Paulo frequentemente é considerado pelo cristianismo, depois de Cristo, o maior missionário da história, ele é responsável pela maioria dos livros do Novo Testamento e certamente os seus escritos, inspirados por Deus, influenciaram séculos de história da Igreja. No entanto, ele não teve uma vida de regalias materiais e nem recebeu um tipo de isenção de enfermidades da parte de Deus, pelo contrário, o próprio Cristo disse por ocasião do chamado de Paulo: "Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome" (At 9:15-16).

Podemos observar em dezenas de versículos os relatos de lutas e sofrimentos do apóstolo Paulo: foram perseguições, noites sem dormir, fome e sede, enfermidade, prisões, açoites, apedrejamento, naufrágios e até picada de cobra que o apóstolo passou e algumas vezes chegou próximo da morte (At 14:19-20; 20:23; cap.27, 28:1-10; 1Co 15:30; 2Co 1:8; 4:8-12; 6:3-10; 7:4b; 11:23-27; Gl 4:14; 1Ts 2:2; 2Tm 2:8-9; 3:10-12; 4:16-17), sem mencionar o misterioso "espinho na carne" usado por Deus para evitar que Paulo se vangloriasse com o seu arrebatamento ao Paraíso, situação que fez Paulo pedir três vez a Deus para que o libertasse, mas Deus afirmou que Sua graça era suficiente para o apóstolo e que o Seu poder se aperfeiçoa justamente nos momentos de fraqueza (2Co 12:7-9).

Portanto, Paulo, que não cobiçava os bens materiais de seus filhos na fé em troca de seu trabalho ministerial, mas amorosamente e de boa vontade se desgastava por eles (2Co 12:14-15), mais do que qualquer cristão de sua época, sabia na prática e ensinou que Deus é Deus de toda a consolação e nos consola em nossas tribulações (2Co 1:3-4), que Ele é fiel, nos fortalece e nos guarda do Maligno (2Ts 3:3), que ele, Paulo, poderia se alegrar nos momentos de fraqueza para que o poder de Cristo estivesse com ele (2Co 12:9-10) e ensinou que as provações e todas as outras situações de nossa vida cooperam para o nosso bem com um propósito benéfico, elas estão sob o controle do Senhor (Rm 8:28) e que nem mesmo a morte pode nos separar do amor de Deus que é demonstrado em sua plenitude em Jesus Cristo, por isso não somos apenas vencedores, somos MAIS do que vencedores, à despeito das provações, pois Deus, dentro dos propósitos do Seu plano de salvação, realiza tudo sempre a nosso favor e, portanto, ninguém poderá estar contra nós ou nos condenar (Rm 8:28-39).

Vocês já ouviram os propagadores da teologia da prosperidade mencionarem essa faceta da vida do apóstolo Paulo? Acredito que não. Todas estas situações exemplares e ensinamentos deste apóstolo refutam, destroem todo o alicerce da pregação desta falsa teologia.

E mais: Os cristãos devem suportar as dificuldades com perseverança e fé (2Tm 2:3; 4:5; 2Ts 1:4), inclusive como sendo uma disciplina permitida por Deus para o seu aperfeiçoamento, para o bem deles, para que possam ser chamados filhos legítimos de Deus e participar de Sua santidade (Hb 12:7-10) e como prova do justo juízo de Deus que deseja que sejamos considerados dignos de Seu Reino e dará o alívio das tribulações na segunda vinda do Senhor Jesus (2Ts 1:4-7). Inclusive é necessário que passemos por muitas provações para entrarmos no Reino de Deus (At 14:22). Devemos fortalecermos e animarmos uns aos outros nas tribulações (Cl 4:8,11; 1Ts 3:2-3; 5:14; 2Tm 2:3; comparem com Fm 7; Hb 10:25), "levarmos" os fardos pesados uns dos outros (Gl 6:2) e prosseguir para o alvo a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo (Fp 3:14; Cl 2:18), pois a nossa cidadania é o Céu (Fp 3:20), os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que será revelada em nós no fim dos tempos (Rm 8:18). Já que somos filhos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, devemos participar dos Seus sofrimentos para que participemos de Sua glória (Rm 8:17). Algum de vocês já ouviu um apologista da teologia da prosperidade mencionando estes preceitos?

Mas, o que dizer da argumentação de que todos estes casos que vimos até aqui de que cristãos padecendo de sofrimentos e doenças poderiam ser devido à fauta de fé ou até mesmo à influência do poder de Satanás? Quem pode nos orientar sobre esta questão, principalmente sobre as enfermidades é B. J. Oropeza, no livro '99 Perguntas sobre anjos, demônios e batalha espiritual":

"[...] O Novo Testamento apresenta muitos exemplos de demônios que causam enfermidade. Jesus expulsou um demônio de epilepsia de um rapaz (Mt 17:14-21; Mc 9:14-29, 33; Lc 9:37-43). Expulsou demônios de pessoas que eram cegas e mudas (Mt 9:32-34. 12:22; Lc 11:14-15) e expulsou demônios de pessoas que sofriam de insanidade (Mt 8:28-34; Mc 5:1-20; Lc 8:26-39). No entanto, não devemos achar que todos os casos de cegueira, epilepsia ou outras enfermidades sejam resultado de atividade demoníaca. Curar enfermidades e expulsar demônios nem sempre é a mesma coisa (Mc 1:34; Mt 8:16; Lc 7:21; At 5:16; 8:7). Quamdo oram por enfermos, os cristãos devem evitar aquilo que muitos operadores de milagres fazem. A menos que tenham claras evidências de que estão lidando com de mônios, não devem dirigir-se diretamente à epilepsia, ao câncer ou a qualquer outra moléstia como se se tratasse de um demônio inteligente, capaz de atender à repreensão. Um endermidade impessoal não nos pode ouvir! Se presunçosamente afirmarmos que uma enfermidade tem origem demoníaca e a pessoa pela qual oramos não for curada, parecerá que o diabo prevaleceu. Há uma maneira melhor de orar pelos enfermos. Devemos tirar a atenção da enfermidade em si, do nosso próprio poder e pedir a Deus que cure o indivíduo por meio de Cristo [...]" (pp. 79-80). [...] "Alguns espíritos nem sequer são mencionados nas Escrituras, mas mesmo assim com frequencia ouvimos os televangelistas repreendendo-os . Os 'espíritos' mais populares estão relacionado a enfermidades, atividades pecaminosas ou hábitos indesejáveis, como 'espírito de câncer', 'espírito de alcoolismo', 'espírito de tabagismo' e 'espírito de masturbação'. Alguns deles beiram o ridículo, como 'espírito de esquecimento', 'espírito de alergia' e 'espírito de roer as unhas' [...] A maior parte desses 'espíritos' tem explicações naturais [...] Muitas enfermidades e muitos vícios podem de fato ser causados por demônios, mas isso não é verdade em todos os casos [....]" (pp. 138-139).

Ora, em nenhum destes casos que citamos, onde temos mencionado as doenças, os textos bíblicos deixam alguma mínima menção de que aquelas enfermidades foram devido a fauta de fé daqueles irmãos ou obras de Satanás. Acreditamos que o apóstolo Paulo teria mencionado em algum momento e principalmente porque são casos ocorridos no tempo da Nova Aliança. Sim, o Novo Testamento registra alguns casos de doenças causadas por demônios, no entanto, todos eles foram ainda no tempo dominado pela Lei e não pela Graça de Deus. Parece difícil ou até impossível afirmar categoricamente que com a morte de Cristo, essa possibilidade de um demônio causar doença exista na Igreja. Um cristão jamais pode ficar possesso de um espírito maligno, pois ele é habitação, templo, santuário do Espírito Santo de Deus (Rm 8:11; 1Co 3:16; 6:19), ele é morada de Deus por Seu Espírito (Ef 2:22), ele pertence à Cristo (Rm 8:9; 1Co 6:15), em sua conversão, ele se uniu ao Senhor, ele é um espírito com Ele (1Co 6:17; comparem com 1Jo 4:13), o cristão foi comprado por alto preço, seu corpo nem é dele mesmo, mas de Deus (1Co 6:15a,19-20), o cristão faz parte de uma geração eleita, nação santa, ele é propriedade EXCLUSIVA de Deus (1Pe 2:9; comparem com 1Co 1:21-22; Tt 2:14), ele é nascido de Deus e não está mais dominado pelo pecado, Deus o protege e o Maligno não o atinge (1Jo 5:18), pois o cristão, em nome de Jesus, vence os espíritos que não são de Deus, pois maior é Aquele que está em nós do que aquele que está no mundo (1Jo 4:1-4; 5:19).

Por todos estes fatores, uma enfermidade causada por demônios ou ação satânica em um cristão autêntico parece ser impossível de acreditar. Podemos inferir esta argumentação dessas passagens que mencionamos, mas a situação em si não é descrita detalhadamente no NT. Pode ter ocorrido com Paulo (2Co 12:7-10), mas, mesmo que isso tenha ocorrido, analisando todo o contexto da passagem, verificamos que a suposta enfermidade estava sempre no controle do Senhor (comparem com Jó 2:4-7).

E aqui vamos repetir a reflexão que fizemos na parte 2/5 deste esutdo, justamente sobre estes questionamentos que acabamos de ponderar:

"Quantos de nós, cristãos, temos passado por tantas agruras e 'tempestades' nesta vida à despeito de nossa comunhão zeloza e em confissão de pecados para com Deus?! Se concordamos com a teologia da prosperidade, milhares e até milhões de nós, cristãos, então, estaremos com uma fé minúscula ou inexistente (neste caso nem seremos salvos realmente!!) ou estamos debaixo do poder de Satanás? Não, não, está tudo errado! Não é isso que a Palavra de Deus [...]"

Indo para o livro aos Hebreus, o que dizer de muitos personagens da tão conhecida "galeria da fé"? (capítulo 11). Observem quanta perseguição, sofrimento e até mesmo martírios!! Os pregadores da teologia da prosperidade, ou melhor teologia da mediocridade, certamente evitam pregar sobre este texto por razões óbvias. Quem comentou sabiamente sobre esta situação foi o Pastor Caio Fábio:

"À medida que se parte para a ênfase do ter, perde-se o ser. Isso porque a fé cristã é uma fé baseada totalmente no ser. Em Hebreus 11:1-40 temos um texto que afirma a fé. Do v. 1 ao 35 se fala daqueles que foram (ser) e tiveram (possuir, conquistar), como Abraão, que foi e teve [...] No entanto, já do v.35 em diante fala-se daqueles que foram e não tiveram [...] Vejo os irmãos adeptos da teologia da prosperidade afirmando o ter. Peço então a eles que leiam Hebreus 11, tentando mostrar-lhes que a fé profunda, genuína, nem sempre é a fé que garante o ter, mas é sempre fé que garante o ser. O interessante é que do 35 em diante é que se fala dos homens ds quais 'o mundo não era digno' [...] Não estou dizendo com isto que não possamos ter. Ao contrário, o próprio texto de Hebreus mostra que é possível e é bom ser e ter. No entanto, quando a busca do ter é o alvo da vida, o ser se desvanece." (Livro "A crise de ser e ter", pp. 26-27, citado no livro "Super Crentes", de Paulo Romeiro, p. 72, segunda edição).

E em se falando em fé, sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6) e a fé é a certeza em algo que se espera e é prova de coisas que não vemos (Hb 11:1). Sendo assim, como vamos agradar a Deus se estamos presos apenas a coisas materiais? Ou nos esquecemos que a nossa amizade com as coisas do mundo gera inimizade com Deus? (vejam Tg 4:4; 1Jo 2:16-17; comparem com Rm 12:1-2; 1Co 7:31).

Os pregadores apologistas da Teologia da Prosperidade e seus seguidores parecem que se enquadram em uma situação encontrada no livro de Isaías, uma palavra de exortação vinda do próprio Deus. Eles deveriam se sentir exortados por essa mensagem de Isaías e não usarem fora do contexto como pretexto outra passagem do mesmo profeta, no capítulo 53, como dissemos anteriormente:

"Esse povo é rebelde; são filhos mentirosos, filhos que não querem saber da instrução do Senhor. Eles dizem aos videntes: 'Não tenham mais visões!' e aos profetas: 'Não nos revelem o que é certo! Falem-nos coisas agradáveis, profetizem ilusões. Deixem esse caminho, abandonem essa vereda, e parem de confrontar-nos com o Santo de Israel'" (Is 30:9-11).

Mesmo que agora no tempo da Nova Aliança a revelação de Deus tenha se completado com a vinda de Jesus Cristo e a confecção do Novo Testamento e que a mensagem de Deus não seja mais entregue através de profetas da mesma forma inspirada inerrante e autoridade divina que no Antigo Testamento, a vertente eclesiástica da teologia da prosperidade parece não desejar mais conhecer a verdadeira instrução do Senhor, a sã doutrina, através dos pregadores não corrompidos doutrinariamente dos dias de hoje, verdadeiros profetas de Deus usados para exortar esta nossa geração que se corrompe cada dia mais. Os que pertencem a esta vertente seguidora da teologia da prosperidade, portanto, parecem dizer aos pregadores da sã doutrina:

"Não preguem o que é certo. Preguem aquilo que é agradável, mesmo sendo errado. Não preguem sobre o sofrimento cristão, mesmo que a pregação provoque uma ilusão na mente das pessoas".

Eles parecem estar como que com coceiras nos ouvidos, desejando ajuntar para eles mesmos pessoas que os digam, que preguem apenas aquilo que está conforme suas próprias opiniões. Será que não foi exatamente isso que o apóstolo Paulo profetizou que iria ocorrer?

"Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Você, porém, seja moderado em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério." (2Tm 4:1-5).

Percebam que Paulo advertiu que mesmo em contato com pessoas que se recusam a ouvir a verdade, mas apenas ouvir o que querem, mesmo que sejam ilusões, devemos continuar pregando a verdade, repreendendo, corrijindo e exortando com paciência e base bíblica. O mesmo apóstolo também trouxe uma advertência semelhante sobre falsos mestres aos efésios por ocasião de sua partida (At 20:28-30). E o apóstolo Pedro também fez semelhante exortação profética contra os falsos mestres (2Pe 2:1-2).