domingo, 20 de fevereiro de 2011

LIDANDO COM A MORTE À LUZ DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13).

Nesta passagem bíblica somos convocados pela Palavra de Deus a buscar conhecimento em relação àqueles que já morreram. Quando o apóstolo Paulo se referiu “aos que dormem”, ele estava mencionando a morte física, pois quando morremos, o nosso corpo permanece deitado, semelhantemente ao corpo de alguém que está dormindo. Paulo não estava ensinando que as almas dos mortos estão em estado de sono (comparem com Jo 11:11; At 7:59-60).

É vital, portanto, que nós, como cristãos, não tenhamos dúvidas sobre o que é a morte e o que ocorre depois dela, mas, sim, busquemos o esclarecimento necessário para este assunto na Palavra de Deus para obtermos nela o nosso próprio conforto e daqueles que nos cercam, bem como para termos respostas adequadas para aqueles que não conhecem a Cristo ainda (Cl 4:5-6; 1Pe 3:13-17), pois eles não possuem o consolo e a esperança que temos por conhecermos o evangelho.

Praticamente todas as pessoas acreditam que existe vida depois da morte. A morte é um dos assuntos que mais chama a atenção das pessoas. Cada religião ou seita tem a sua própria concepção do que é a morte. Os espíritas e budistas, entre outros, acreditam que as almas podem reencarnar.

Muitos acreditam que a alma após a morte fica dormindo enquanto aguarda o juízo final. Cada civilização, cada cultura encara a morte de formas diferentes e algumas possuem rituais fúnebres com a finalidade de minimizarem a dor da separação e “encaminhar” as almas das pessoas falecidas no “além túmulo”. Os egípcios, por exemplo, aperfeiçoaram a técnica da mumificação acreditando que a qualidade da vida depois da morte dependia da preservação do corpo.

A respeito deste assunto, o escritor Rex Humbard, em seu livro “Onde estão os mortos?” declarou:

“Quem quiser fazer um estudo comparado de religiões não precisa comprar livros, é só comprar uma passagem. É só viajar por todos esses cantos da terra onde ainda não entrou a luz do Salvador. É onde vamos encontrar o verdadeiro desespero. Quando os sem Deus enfrentam a crise última da morte, é pavoroso o salto que eles dão dentro da escuridão. Só a vinda de Cristo é que nos traz segurança. As palavras muito sábias do Livro dos Salmos, dizem: ‘Os lugares tenebrosos da Terra estão cheios de moradas de violência’ (Salmo 74:20)” (p. 17).

As artes, o cinema, as novelas, os livros, entre outros, retratam a morte constantemente. Todos os dias temos acesso a inúmeras notícias de morte através da mídia. Milhares de pessoas morrem diariamente em todo o mundo, seja por causa natural, doenças, vícios, crimes, acidentes, catástrofes naturais e suicídios.

A ciência não consegue encontrar respostas para desvendar a morte e o que ocorre depois dela, mas busca pelo menos oferecer uma melhor qualidade de vida para nós. Até aí tudo bem (vejam Rm 6:12-13,19; 12:1-2; 1Ts 5:23), o problema é que nessa busca, a ciência expressa uma ambição de prolongar a vida dos seres humanos e até mesmo “dar um jeito” na morte, criando, por exemplo, as câmaras criogênicas, isto é, um compartimento no qual é possível “congelar” um ser humano após a morte para que, após algum tempo, com a ciência muito mais avançada, se possa ressuscitar(!) esse indivíduo e dar-lhe uma vida com mais qualidade. Sabemos, porém, que Deus é o dono da vida, Ele a dá e a tira de acordo com a Sua soberana vontade (Dt 32:39; Jo 10:17-18).

Mas, e a respeito da nossa própria morte, será que temos medo dela? Muitos têm medo de apenas tocar neste assunto. Muitos vivem grande parte de suas vidas evitando esse assunto e muitas vezes sabem pouco sobre ele e quando a morte de alguém, de alguma forma os atinge, seja no trabalho, na igreja ou na família, ficam atônitos, desesperados, sem respostas adequadas e entram em estado de profunda tristeza e muitas vezes se revoltam com Deus e até se afastam dEle.

Não queremos aqui, de maneira alguma, banalizar ou negligenciar a profunda dor e a tristeza pelas quais passamos com a “perda” de alguém querido, mesmo porque o relacionamento amoroso entre amigos e parentes é mandamento de Deus (Lv 19:18; Jo 15:12) e até mesmo Jesus chorou quando se aproximou do túmulo do seu amigo amado, Lázaro, falecido há poucos dias, comovido com a tristeza daquela situação entre os familiares (Jo 11:1-35).

Rick Warren comentou a importância de não negligenciar este assunto. Vamos ver um breve trecho do livro “Uma vida com propósitos”:

"(...) O único momento em que as pessoas pensam a respeito da eternidade é nos enterros, e mesmo nessas ocasiões são pensamentos freqüentemente sentimentais e superficiais, baseados na ignorância. Você pode sentir que é mórbido pensar a respeito da morte, mas na verdade não é saudável viver negando-a, sem a considerar inevitável. Somente um tolo passaria pela vida despreparado para o que todos sabemos que acabará acontecendo. Você pode pensar mais a respeito da eternidade e não menos (...)” (p. 35).

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