domingo, 13 de fevereiro de 2011

O CRESCIMENTO ESPIRITUAL E A MATURIDADE CRISTÃ

A nossa vida espiritual deve estar sempre em aperfeiçoamento constante, buscando cada vez mais crescer em conhecimento de Deus e de Sua Palavra, nos alimentando das verdades e ensinamentos que ela expressa. É o mesmo que ocorre com a nossa vida material ou física. Precisamos do alimento material para o nosso crescimento, não só físico, mas intelectual também.

Desde que conhecemos o evangelho de Cristo e o recebemos em nosso coração, iniciamos o processo de crescimento ou amadurecimento espiritual. Essa é uma verdade tanto para aqueles que se converteram depois de adultos ou mesmo para aqueles que sempre foram de um lar cristão.

No capítulo 5 da epístola aos Hebreus, o seu autor fez uma severa exortação aos cristãos que, apesar de um significante tempo de carreira cristã, estavam agindo como crianças espirituais, pois recebiam os ensinamentos bíblicos com muita dificuldade (vv. 11-14; comparem com Rm 2:18; 1Co 3:1-4; Fp 1:10; 1Pe 2:1-2).

O Senhor Jesus Cristo disse que devemos receber os Seus mandamentos com a humildade e a pureza peculiares a uma criança, pois do contrário, jamais poderemos entrar no Reino de Deus (Mt 18:3-4). Recebendo o evangelho dessa forma, devemos buscar os ensinos de Cristo como sendo o nosso “leite espiritual”, semelhantemente como uma criança faz com o leite material (1Pe 2:1-2). Todos aqueles que recebem os ensinamentos do Mestre e os praticam, se manterão firmes mesmo diante das adversidades da vida (Mt 7:24-27). Essa atitude certamente é uma demonstração de maturidade cristã.

O apóstolo Paulo mencionou a importância que a Palavra de Deus possuía no crescimento espiritual de Timóteo:

“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3:14-15; comparem com 2Tm 1:5; 1Tm 4:6).

Paulo também transmitiu aos cristãos de Corinto importantes conceitos sobre o crescimento espiritual que devemos almejar (1Co 2:14-16). O homem natural a quem Paulo se referiu nesta passagem aos coríntios é uma pessoa não salva. Em Judas 19, a mesma palavra é usada e traduzida por “sensual” e indica uma pessoa que não possui o Espírito (Rm 8:9). Já o homem espiritual é o cristão maduro, guiado e ensinado pelo Espírito, que julga todas as coisas, ou seja, possui discernimento para avaliá-las e entendê-las (Gl 6:1). Ele, porém, não pode ser julgado, isto é, avaliado ou entendido adequadamente pelo descrente (o homem natural) e nem pelo cristão cuja mentalidade é carnal.

Logo a seguir, porém, o apóstolo lamenta não ter podido ensinar aos coríntios, pois eles eram cristãos imaturos ainda, eram como “bebês espirituais” necessitando de “leite” (1Co 3:1-3). Conforme esta passagem, alguns cristãos se comportam como crianças, impelidos muitas vezes por sentimentos de ciúmes e inveja. Isso demonstra pouco crescimento na Palavra de Deus.

É importante lembrarmos também a exortação de Paulo quanto aos “ventos de doutrina” que podem nos induzir ao erro:

“Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4:13-14; cf. 2Pe 3:17-18).

Notem a importância que Paulo atribui no crescimento espiritual até que cheguemos a unidade da nossa fé cristã e total conhecimento de Cristo, o que demonstrará maturidade, para que não mais caiamos no erro de nos deixar influenciar por astutos ensinamentos pecaminosos que muitas pessoas pregam.

Na Igreja do primeiro século temos um bom exemplo de cristãos que examinavam as Escrituras para saber se realmente a pregação do evangelho estava correta. Eram os cristãos de Beréia (At 17:11).

Devemos examinar tudo, saber discernir e aprovar apenas aquilo que é bom (Rm 16:19; Fp 1:10; 1Ts 5:21; Tt 2:6). É necessário tomar muito cuidado com o que lemos, assistimos, ouvimos e cantamos! Existem algumas denominações consideradas evangélicas que, voluntariamente ou não, podem estar divulgando doutrinas equivocadas, em discordância com as Escrituras Sagradas e levando uma parcela considerável de irmãos em Cristo a uma vida religiosa de ilusões.

A Bíblia é uma fonte inesgotável de conhecimento e verdade e mesmo com décadas de estudos não conseguimos assimilar todas as lições de vida que ela pode nos passar. Há sempre mais a aprender com ela.

Mas, algumas verdades bíblicas são básicas, como o amor incondicional de Deus, o pecado, a salvação pela fé, a vida eterna, entre tantas outras, e, devem estar firmadas no coração de cada discípulo de Jesus, tanto para edificação própria, como para a edificação da Igreja e para o testemunho adequado àqueles que não conhecem o evangelho (Cl 4:5-6; 2Tm 3:16; 1Pe 3:15).

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