quinta-feira, 31 de março de 2011

PREDESTINAÇÃO E GRAÇA DE DEUS

De forma clara e ampla é fundamentado nas Escrituras Sagradas o preceito de que Deus decreta o destino das pessoas com base em Sua soberania e misericórdia (cf. Pv 16:4; Mt 20:16; 24:31; Mc 13:20; Jo 6:44; At 13:48; 22:14; Rm 8:29-30,33; 11:2-7; Ef 1:4-5,11, Cl 3:12; 2Ts 2:13; 2Tm 1:9; 1Pe 1:1-2, 2:9a; 2Pe 1:10).

Mesmo assim quando se pensa em predestinação ou eleição incondicional, tal doutrina se transforma em alvo de críticas ardorosas e da repulsa até mesmos de muitos crentes experientes (comparem com Lc 4.25-30).

A Bíblia afirma que Deus conhece os que lhe pertencem (2Tm 2:19; cf. Jo 10:27). Mas, Deus não os conhece porque previu que poderiam se salvar, devido ao caráter ou a receptividade deles ao Espírito Santo, mas, pelo fato de que foi Ele mesmo quem os escolheu. Não somos nós que, alcançando um determinado patamar de discernimento espiritual em nossas vidas, escolhemos “aceitar” a Cristo. Somos salvos pela graça de Deus mediante a fé em Jesus. É um dom de Deus, não depende de nossas virtudes, para que ninguém se ensoberbeça.

Deus nos deu vida espiritual, enquanto estávamos mortos em nossa natureza pecaminosa (Jr 17:9), pois, mortos espirituais não possuem discernimento para saber se precisam de salvação, eles estão acomodados em seus pecados e qualquer que seja o seu conceito acerca da salvação, ele será insuficiente (2Tm 3:1-9,13). Deus nos salvou por ser rico em misericórdia e amor e para mostrar aos séculos após a primeira vinda de Cristo, a suprema riqueza da Sua graça.

Somos salvos em Cristo Jesus, para as boas obras e não pelas boas obras, preparadas de antemão por Deus, para que as pratiquemos (Ef 2:1-10; cf. Jo 6:44; 10:16,27-29; 15:16; At 3:16b; Rm 9:11; 2Tm 1:9; Tt 3:4-6).

Glória a Deus porque a iniciativa da salvação partiu dEle, se dependesse dos seres humanos, jamais alguém seria salvo. Foi Deus quem nos amou primeiro (1Jo 4:19; cf. Dt 7:7; Rm 5:8; 6:23; 11:6).

Mas, se a salvação é dada por Deus, então é uma imposição? Muitas pessoas podem até questionar:

“Que livre escolha temos, se somos forçados a aceitar a Jesus, para não irmos para o inferno?”

Não se deve pensar desta forma. A graça de Deus é irresistível, os Seus dons são irrevogáveis e Ele dará a salvação aos predestinados, sendo que nenhum jamais se perderá (Is 14:27; 55:11; Jo 10:16,27-29; 17:20; Rm 11:27-29; Ap 3:4-5).

Contudo, o recebimento da salvação não é forçado, as pessoas recebem a Cristo confessando a Ele como Senhor e Salvador espontaneamente ao sentir o toque irresistível e transformador do Espírito Santo (Lc 9:23; Jo 10:27-29; 16:8-11; Rm 10:8-12,17; 1Co 12:3; Tt 3:4-6).

Aqueles que pensam em “usar” a fé em Jesus como “trampolim” para o Céu e fugirem do inferno ou que acreditam que possuem algum poder, talento ou bens materiais que permitem salvá-los ou os capacitam a buscar a Deus, fracassam em suas convicções. A predestinação é um golpe certeiro de Deus na soberba e nos insuficientes e egocêntricos esforços religiosos humanos.

E se Deus não faz acepção de pessoas (cf. Rm 2:11), porque, então, Ele predestinou apenas uma parcela da humanidade para a salvação? Ele não foi injusto? É evidente que não (Sl 145:17). Deus é soberano para eleger quem será salvo (Rm 9:14-18; cf Fp 2:13).

Toda a humanidade está debaixo do poder do pecado, não há distinção, todos carecem da glória de Deus (Rm 3:21-23), mas, Ele, em Sua infinita misericórdia e amor escolheu uma parte desta humanidade pecadora para receber a salvação, independente de cor, raça ou poder aquisitivo (At 10:34-35; 1Co 1:21-24; 6:9-11; Cl 3:5-17), sem que ninguém mereça. Isso é a graça de Deus. Ele não escolheu entre uma humanidade perfeita e santa, alguns para receberem a salvação. Isso seria injustiça.

Ademais, quem somos nós para discutir com Deus os Seus critérios? (Is 45:9-11; Rm 9:20-23; 1Co 1:27). É correto nos preocupar com aqueles que ainda não conhecem a Jesus e levarmos o evangelho a eles (Mt 9:36-38; 2Co 4:4; 1Ts 1:4-5; 2:7-8), mas, se algumas destas pessoas são ou não predestinadas, devemos deixar esta questão nas mãos soberanas, justas e amorosas de Deus (Dt 29:29; Ec 11:5; 1Co 2:11).

Já que mencionamos a evangelização, existe um outro questionamento que muitos fazem acerca da predestinação: “Se todas as pessoas predestinadas receberão a salvação, por que devemos evangelizar? Afinal, mais cedo ou mais tarde a graça de Deus irá alcançá-las!”. Esse pensamento é equivocado. A soberania divina não exclui as responsabilidades humanas.

A predestinação necessita da evangelização, é o método decretado por Deus para que a salvação chegue aos descrentes. Somos salvos para as boas obras, e isso requer testemunho (Ef 2:9-10; 1Pe 2:9). A fé em Cristo que salva os homens vem da pregação da Palavra de Deus (Rm 10:8-17; 1Co 2:18-31). O apóstolo Paulo, mesmo escrevendo sobre a predestinação, afirmou que suportava todas as coisas por causa daqueles que foram eleitos para que eles também alcançassem a salvação em Cristo (2Tm 2:10).

Os eleitos de Deus são de todas as nações e de todas as eras e é através da pregação do evangelho que a salvação alcançou e alcançará a todos estes predestinados. E, então, virá o fim (Mt 24:14; Ap 7:9-10).

quarta-feira, 30 de março de 2011

AS ALMAS DOS INCRÉDULOS NÃO SERÃO ANIQUILADAS

Muitos acreditam que a alma dos ímpios é destruída após a morte (aniquilacionismo), ou seja, os salvos ressuscitarão para a vida eterna com Deus e os não salvos ressuscitarão para serem exterminados. Vamos ver algumas evidências bíblicas que afirmam que a alma não é aniquilada após a morte. Em 2º Tessalonicenses 1:9, o apóstolo Paulo se refere àqueles que não obedeceram ao evangelho de Cristo: “Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder”.

Basearemos os dois primeiros tópicos deste estudo nas considerações de Norman Geisler e Thomaz Howe, dois grandes defensores da fé cristã, no livro “Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia”:

Referente a interpretação de 2Ts 1:9:

“Nesse versículo ‘destruição’ não significa aniquilação, pois em caso contrário não seria uma destruição ‘eterna’. A aniquilação se dá num instante, e pronto, terminou. Se alguém sofre uma destruição eterna, então tem de ter uma existência eterna também (...) Assim também, quando é dito que o ímpio vai para a ‘perdição’ (2 Pe 3:7) ou quando Judas é chamado de ‘filho da perdição’ (Jo 17:12), isso não significa que eles sejam aniquilados. A palavra ‘perdição’ (apoleia) significa apenas perecer ou ir à ruína.” (p. 499).

Evidências bíblicas em favor da consciência eterna dos perdidos:

Primeira: “o rico que morreu e foi para o inferno tinha plena consciência de seu tormento (Lc 16:22-28), e não há indicação alguma no texto de que esse tormento um dia iria terminar”;

Segunda: “Jesus falou repetidamente que, para as pessoas no inferno, ‘haverá choro e ranger de dentes’ (Mt 8:12; 22:13; 24:51; 25:30), o que indica que elas estarão lá conscientes”;

Terceira: “a Bíblia diz que o inferno tem a mesma duração que o céu, ou seja, é ‘eterno’ (Mt 25:41)";

Quarta: “o fato de o castigo ser eterno indica que as pessoas também são eternas. Não se pode sofrer o castigo, a menos que a pessoa exista, para ser punida (2 Ts 1:9)”;

Quinta: “a besta e o falso profeta serão lançados vivos dentro do lago de fogo quando começar o milênio (Ap 19:20), e ainda estarão lá, conscientes e vivos, depois de mil anos (Ap 20:10)”;

Sexta: “as Escrituras afirmam que o diabo, a besta e o falso profeta ‘serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos’ (Ap 20:10). Mas não há como ser atormentado pelos séculos dos séculos sem estar consciente pelos séculos dos séculos”;

Sétima: “Jesus repetidamente referiu-se ao inferno como um lugar onde o fogo não se apaga (Mc 9:48), onde os próprios corpos dos ímpios nunca morrerão (cf. Lc 12:4-5). Mas não faria sentido algum haver chamas eternas, se os corpos não tivessem alma, que é necessária para a pessoa sofrer o tormento”;

Oitava: “a mesma palavra usada para o verbo ‘perecer’, a respeito do ímpio, no Antigo Testamento (abad) é empregada também a respeito da morte do justo (Is 57:1; Mq 7:2). A mesma palavra é usada para descrever coisas que simplesmente tenham sido perdidas, mas depois encontradas (Dt 22:3), o que prova que ‘perdido’ no texto em questão (2 Ts 1:9) não significa deixar de existir. Assim, se ’perecer’ significasse ‘sofrer uma aniquilação total’, então o salvo seria aniquilado também. Mas sabemos que isso não acontece”;

Nona: “seria contra a própria natureza dos seres humanos a sua aniquilação, já que eles são feitos à imagem e semelhança de Deus, o qual é eterno (Gn 1:27). Para Deus, aniquilar a sua imagem no homem seria atacar o reflexo dele mesmo”;

Décima: “a aniquilação seria algo que diminuiria tanto o amor de Deus como a natureza do ser humano como uma criatura moralmente livre. Seria como se Deus dissesse ao homem: ‘Vou permitir que você seja livre somente se você fizer o que eu digo! Senão, acabarei de uma vez com a sua própria liberdade e com a sua existência!’. Seria como um pai que dissesse ao filho que queria que ele se tornasse médico e, quando o filho decidisse ser guarda florestal, o pai o matasse! O sofrimento eterno é um eterno testemunho da liberdade e da dignidade do homem, mesmo daquele que não se arrependeu” (pp. 500-501).

No artigo “Os exterminadores de almas”, o Pr. Airton Evangelista da Costa” afirmou:

“(...) Não deve prevalecer a idéia de que os ímpios serão exterminados. Deus não ressuscitará os ímpios para exterminá-los em seguida (Ap 20.5). Agiria assim para que morram ‘conscientes’ da punição? De maneira alguma (...) Reviver para morrer, sair da sepultura para, em seguida, ser exterminado – sinceramente, se trata de um pensamento que colide frontalmente com a Palavra. A ressurreição do corpo é para que viva; não para que morra. Não fosse assim, não haveria razão para ressuscitar os que já se acham mortos. Além disso, a tese do extermínio dos ímpios é incompatível com a doutrina dos diferentes graus de castigo, conforme ensina a Bíblia. Os exterminadores dizem que a pena será uniforme para todos os ímpios, isto é, a eliminação sumária será aplicada a todos, indistintamente. Mas a Bíblia nos ensina que haverá diferentes graus de castigo (Mt 23.14; Mc 12.40; Lc 12.46-48; 20:47; Hb 10.29)” (http://www.palavradaverdade.com/).

terça-feira, 29 de março de 2011

A NOVA CRIAÇÃO

“O Senhor me livrará também de toda a obra maligna, e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém” (2Tm 4:18).

Somos herdeiros com Cristo da vida eterna. Aqueles que estão em Cristo não são apenas novas criaturas, mas fazem parte de uma nova criação, uma nova era que já iniciou com a morte e a ressurreição de Cristo. O apóstolo Paulo afirmou que Cristo morreu e ressuscitou para ser o primeiro da ressurreição dos mortos quando Ele voltar (1Co 15:20-27) e que a nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a Cristo, que transformará os nossos corpos semelhantes ao dEle (Fp 3:20-21).

Em 2 Coríntios 5:1-8, Paulo diz que se o nosso corpo físico se desfizer, nós temos a promessa de Deus do corpo ressurreto e eterno e que apesar das cargas e sofrimentos que levamos por estarmos neste corpo ainda, não queremos ser apenas desencarnados, mas receber o corpo imortal, e que foi Deus que nos preparou para isso nos dando o Espírito Santo (vv. 1 a 5).

Sendo assim, como será o nosso corpo imortal? (1Co 15:35). Na passagem de 1º Coríntios 15:35-58, o apóstolo Paulo nos revela ensinamentos essenciais a respeito da ressurreição geral dos mortos e da natureza do corpo que receberemos então. Charles C. Ryrie em seus comentários na Bíblia Anotada, observa em relação aos versículos 35 ao 41:

“Aqui Paulo trata de dois erros comuns quanto à natureza do corpo ressurreto: (1) o de que este é o mesmo corpo que foi colocado no túmulo, apenas ‘reconstituído’; e (2) o de que este novo corpo não tem qualquer relação com o ‘original’. Paulo explica aqui que é o corpo que Deus escolheu dar aos ressurretos (v. 38), que é relacionado ao primeiro (v. 36), mas é diferente em sua essência (vv. 39-41)” (p. 1453).

Nosso corpo imortal será como o de Cristo glorificado (Fp 3:20-21; 1Jo 3:2; Sl 17:15). Mas, as qualidades do corpo ressuscitado não são discutidas amplamente nas Escrituras, exceto por algumas insinuações de como era Jesus e os seus aparecimentos após a ressurreição. Norman Geisler trouxe alguns esclarecimentos sobre este assunto em matéria da Revista Defesa da Fé (abril/2004), intitulada “Eu creio da ressurreição da carne”:

“(...) Isto está de acordo com o que o apóstolo ensina: ‘Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual’ (1Co 15:44) (...) O próprio Jesus disse que o corpo no qual ressuscitou era de ‘carne e ossos’ (Lc 24:39). Falando sobre a ressurreição de Cristo, Pedro insistiu neste assunto ao pregar que a ‘carne dele (Jesus) não viu a corrupção’ (At 2:31) (...) Além disso, Jesus se alimentou pelo menos quatro vezes após sua ressurreição (Lc 24:30; 24:42-43; Jo 21:12-13). Ele também mostrou as cicatrizes de sua crucificação quando desafiou Tomé, dizendo: ‘Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente’ (Jo 20:7)” (p. 19).

Após a ressurreição, Cristo tinha a forma visível e podia ser tocado, mas mesmo assim foi capaz de passar através de madeira sólida sem ser modificado (Mt 28:9; Lc 24:39; Jo 20:26-27). Maria Madalena e os discípulos o reconheceram de um relance (Jo 22:16,18,20). Através destas passagens que temos visto podemos ter um vislumbre de como este corpo imortal será e quais serão suas qualidades. Nosso corpo material é mortal, corruptível, sujeito a morrer, enquanto que, o corpo ressurreto será incorruptível, imortal, imperecível (Jo 14:17; 1Co 15:53-54). Os defeitos desta vida não existirão na ressurreição.

A criação será restaurada para que possa ser purgada de todos os efeitos do pecado (2Pe 3:7,10,12) e nos será apresentada a nova criação. A cidade celestial será a morada de todos os santos (Hb 12:22-24), a noiva de Cristo (Ap 21:9-10), e o lugar que Cristo está preparando para o Seu povo (Jo 14:1-3). É importante lembrar, entretanto, que o Céu (presença pessoal de Deus) para onde os cristãos vão ao morrer, não é o Céu definitivo da eternidade onde todos estarão com Ele. Herbert Lockyer, em seu livro “Apocalipse: o drama dos séculos”, salienta esta diferença:

“’Céu’ em 21:1 não significa a presença imediata de Deus, mas o céus aéreos – isto é, tudo o que se encontra entre a terra e o próprio Deus. Era o céu antigo que Satanás operava, portanto, não era limpo à vista de Deus. Um novo céu deve ser criado e tão diferente que o sol, a lua, as estrelas e propriedades atmosféricas já não sejam necessários. Finalmente haverá um alvorecer sem o pôr-do-sol. As Escrituras mencionam três céus: 1) O terceiro céu, ou o céu real, é o lugar para o qual Paulo foi levado – a presença imediata de Deus. É a região da glória divina e também o lugar onde habitam os anjos e os santos (2 Coríntios 12:1-5). 2) O segundo céu, ou o céu astronômico, é o lugar do sol, da lua e das estrelas (Jó 38:31-33). 3) O primeiro céu, ou o céu atmosférico, é o ar que nos rodeia. Temos referência a Satanás como príncipe desta região (Efésios 2:2). Uma vez que o primeiro céu (habitação de Deus), é eterno, não é, pois, sujeito a nenhuma mudança. ‘Um novo céu’ implica a transformação dos céus aéreos e astronômicos (...)” (p. 212).

MUDANÇAS IMPORTANTES NO BLOG

À partir de hoje, terça-feira, 29 de março de 2011, o blog APRENDEI passa por uma grande mudança na maneira pela qual as postagens são realizadas.

Não haverá mais dias específicos para postar um determinado artigo ou vídeo.

O nosso material, seja de qual assunto ou estilo for, será postado aleatoriamente, sem data marcada como fazíamos antes, mas, assim que já estiver terminado.

Ou seja, não será mais realizada uma programação dos artigos e vídeos, mas assim que estiverem prontos, já serão publicados, incluindo os vídeos musicais do Projeto Gratidão, que seriam postados todos os sábados (mesmo assim o lançamento destes vídeos específicos continua marcado para à partir do dia 02 de abril, sábado, conforme havíamos divulgado).

Nossos leitores, portanto, não precisarão mais aguardar uma semana para terem acesso a um novo material.

Incluiremos eventualmente também comentários sobre assuntos do cotidiano, quer estejam na esfera do contexto eclesiástico e bíblico ou não, mas sempre sob a ótica do cristianismo reformado.

Outra mudança importante será a inclusão de artigos firmados na teologia bíblica e não apenas na teologia sistemática, como sempre fizemos, inclusive na série de estudos da doutrina trinitariana.

Trataremos de pequenos trechos ou capítulos das Escrituras de forma teológica e devocional, mas nem sempre abordando um assunto buscando sistematicamente referências sobre o mesmo em toda a Escritura, mas nos detendo naquele trecho apenas.

É o caso, por exemplo, do comentário bíblico do Novo Testamento baseado no Texto Majoritário, que já iniciaremos a postar também, e que poderá ser referente a um capítulo inteiro ou apenas um trecho do mesmo.

Sendo assim, nos próximos dias e semanas, as postagens serão praticamente diárias e até mesmo teremos mais de uma por dia, até esgotarmos os estudos que estavam programados e, em seguida, a frequência de postagem ficará menor.

Obrigado a cada leitor, visitante, irmão e colaborador pelo apoio durante todo este tempo. Continuamos juntos nessa parceria.

Que Deus nos abençoe ricamente. Amém.

domingo, 27 de março de 2011

O "ENTERRO" DA MORTE

“Porque, assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1Co 15:21).

Um conceito difundido pela nossa sociedade afirma que “para tudo na vida há um jeito. Só não há jeito para a morte”. Esta é uma visão muito limitada e absolutamente sem fé. Na verdade a morte já não existe mais devido ao poder de Cristo. Devido à Sua morte e ressurreição.


Sabemos que a condenação à morte para toda a humanidade resultou de um ato de desobediência de um só homem, Adão (Gn 2:15-17; 3:1-19; Rm 5:12; 6:23; Tg 1:15). Contudo, Deus Pai estabeleceu mesmo antes do pecado ter atingido a raça humana (Gn 3:14-15; Hb 9:26; 2Tm 1:9; Ap 13:8) que a justificação de nossos pecados e a vida eterna viriam por intermédio de um ato de obediência de um só homem, o Deus-homem: Jesus Cristo (Rm 5:12-19; 6:23; 8:38-39; Ef 2:1-10; Cl 2:11-15),

Logo ao comerem do fruto proibido, Adão e Eva perceberam um senso forte de culpa ao perceberem sua nudez e prepararam cintas com folhas de figueira na tentativa de esconder-se de Deus (Gn 3:7). Logo adiante (v. 21), entretanto, Deus providenciou vestimentas de peles para os cobrir. Com este acontecimento percebemos que...

“(...) a vestimenta de peles era a provisão divina para restaurar a comunhão entre Adão e Eva e seu Criador, e implica o sacrifício de um animal para suprir a pele necessária” (Charles Caldwell Ryrie em “A Bíblia Anotada”).

Notamos que por nossos próprios esforços não conseguiríamos ter comunhão com Deus. O preço que o homem teria que pagar pelo seu pecado era a própria morte (Gn 3:19; Rm 5:12). Por isso Deus estabeleceu que a expiação (libertação da culpa) dos pecados seria efetuada através de uma morte substitutiva. Em vez de cobrar a morte do homem, Deus instituiu os sacrifícios de animais, através do derramamento do sangue (que contém e significa vida). Deus desde o começo já estava ensinando ao homem que precisaria do sacrifício de Cristo (suficiente e único) para restaurar a nossa comunhão com Ele (Lv 17:11; comparem com Gn 9:4; Lv 17:14).

O sacrifício de Cristo, dando Sua própria vida, derramando o Seu sangue para libertar dos pecados todos aqueles que crêem nEle, foi único e suficiente diante de Deus (Hb 9:22-26). Nenhum ser humano seria adequado para se sacrificar a Deus para salvar a humanidade. Somente um ser humano perfeito e que ao mesmo tempo tivesse a natureza divina poderia realizar uma obra suficiente e completa, pois ele deveria não apenas ser absolutamente sem pecado, mas deveria demonstrar o amor incondicional de Deus, revelar a vontade do Pai para com todos os homens e possuir o poder divino para vencer a morte, reinar sobre tudo e julgar a todos (Is 9:6; Jo 10:30-31; 2Co 5:19; Rm 9:5; 1Tm 1:17; 1Pe 1:2; 1Jo 5:2,20).

É o Espírito Santo habitando em cada cristão, após este ter recebido a Cristo como Senhor e Salvador, que promove a regeneração interior (1Co 6:9-11; Tt 3:4-7), a transformação de pessoas perdidas em pecados em pessoas que buscam se santificar (Rm 15:16; 2Ts 2:13), ou seja, se separar para Deus, buscando cada vez mais se afastar do domínio da natureza pecaminosa que existe em cada ser humano, tentando se aproximar cada vez mais do Criador, diminuindo, assim, o abismo que o pecado deixou entre Deus e a raça humana (Hb 12:14). Cristo destruiu o poder da morte e nos mostrou como é a vida eterna com Deus e como devemos proceder para obtê-la (2Tm 1:8-10).

Ora, sabemos que todos os homens devem morrer (Rm 5:12; Hb 9:27). Mas, se Jesus destruiu a morte, por que ainda morremos? O apóstolo Paulo afirmou que Cristo “não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2Tm 1:10b). Norman Geisler e Thomaz Howe trouxeram algumas considerações sobre esta aparente contradição (“Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia”):

“Em primeiro lugar, Cristo não destruiu a morte física imediatamente, mas pela sua morte e ressurreição ela será finalmente abolida. Cristo foi o primeiro a experimentar a ressurreição num corpo imortal (1Co 15:20) – o resto da humanidade vai experimentar isso mais tarde, na sua segunda vinda (1Co 15:50-56). Segundo, Cristo destruiu a morte oficialmente quando ele mesmo a derrotou, pela ressurreição. Entretanto, a morte física não estará de fato completamente abolida até que ele volte, quando ‘se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória’ (1Co 15:54). Paulo acrescenta, ainda: ‘O último inimigo a ser destruído é a morte’ (1Co 15:26)” (p. 509).


A Bíblia afirma que Deus finalmente destruirá a morte definitivamente no fim dos tempos (Ap 20:14a). Cristo é a vida e quem crer nEle, não morrerá espiritualmente e mesmo que morra fisicamente, continuará vivo (Jo 11:25-26). Nós, cristãos, vivemos nesta vida para Cristo e quando morrermos fisicamente automaticamente estaremos vivos com Ele no Céu. Jesus Cristo é Senhor dos vivos e dos mortos (Rm 14:7-9; comparem com Lc 20:38). A morte para quem crê em Cristo não é o fim, na verdade é uma continuação da sua vida para toda a eternidade.

domingo, 20 de março de 2011

O DESTINO DOS SALVOS EM CRISTO

O que ocorre realmente com o nosso espírito quando morremos? Ele vai direto para o Céu com o Senhor? Ele fica vagando por um período de tempo e se comunica com o mundo dos vivos? Ele precisa reencarnar inúmeras vezes até atingir a perfeição? Ou ele passa um tempo no purgatório?

Primeiramente, não existe contato das almas de pessoas falecidas com o mundo dos vivos. Em Isaías 26:13-14, temos a declaração de que governantes que haviam oprimido a Israel não poderiam mais fazê-lo, pois haviam morrido e não poderiam mais voltar a viver.

A Bíblia ainda afirma que o ser humano e os animais vieram do pó e para lá voltarão e que para o homem é importante zelar por um bom comportamento aqui na Terra, pois seu espírito será chamado por Deus e não retornará mais para consertar alguma coisa errada (Ec 3:19-22).

Em Hebreus temos uma importante passagem que afirma que aos homens foi ordenado morrer apenas uma vez e depois disto o juízo final os aguarda (Hb 9:27-28). Na passagem do rico e Lázaro também podemos observar a realidade de que os mortos não podem retornam ao mundo dos vivos (Lc 16:19-31).

Vamos ponderar sobre as manifestações espirituais que ocorrem nas reuniões de centros espíritas e nas religiões africanas (candomblé, umbanda, macumba). Ora, sabemos que os espíritos existentes são: Deus e os anjos, os espíritos dos falecidos (que não podem retornar) e os espíritos maus (o diabo e os demônios).

Certamente nem Deus e seus anjos bons estão envolvidos nessas práticas, pois são proibidas pelo próprio Deus (Lv 19:31; Dt 18:9-14; Is 38:18,19; 2Tm 4:3-4). A Bíblia jamais relata a existência dos espíritos protetores da natureza (gnomus, fadas e duendes) como a Nova Era apregoa. Pelo contrário, a natureza manifesta a glória de Deus (Sl 19:1; Rm 1:20).

O que nos resta são o diabo e seus anjos caídos, os demônios, os quais são denominados na Bíblia de acusadores, mentirosos e enganadores (Jo 8:44; 16:8-11; Ef 2:2; 6:11). Eles são os responsáveis por estas manifestações espirituais manipuladoras. Devemos ter discernimento espiritual para não sermos iludidos por suas artimanhas (2Co 11:14-15; Gl 1:6-9; Cl 2:18-19; 1Tm 4:1-5; 2Tm 4:3-5; 1Jo 4:1-6).

Em segundo lugar, ao contrário do que muitas seitas e religiões apregoam, não existe uma segunda oportunidade de salvação após a morte. Não existe reencarnação, que seriam sucessivos renascimentos para buscar o aperfeiçoamento e pagar por erros cometidos na vida anterior. Nesta mesma linha de raciocínio, podemos afirmar também que não existe o purgatório, um lugar de transição destinado à purificação dos pecados cometidos em vida para que o indivíduo se torne apto a entrar no Céu.


No artigo “Reencarnação e sofrimento”, o Pr. Airton Evangelista da Costa afirmou:

“O cristianismo oferece uma alternativa melhor, pois basta crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que morreu e ressuscitou ao terceiro dia, que é Senhor e Salvador (...) O ladrão na cruz não precisou morrer muitas mortes e viver muitas vidas. Crer foi o suficiente. Apesar do terrível sofrimento da crucifixão, morreu na certeza da paz celestial (...) Como a teoria da reencarnação explica o sofrimento do primeiro casal, se não em decorrência do pecado? Adão e Eva não haviam passado pela experiência de vidas anteriores. Para aperfeiçoamento? Não, não foi. Está mais do que claro que seus sofrimentos, estabelecidos por Deus, não foram em decorrência de desvios em vidas anteriores.” (http://www.palavradaverdade.com/).

Norman Geisler e Thomaz Howe, dois grandes defensores da fé cristã, no livro “Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia” (pp. 483-484), trouxeram inúmeras evidências bíblicas que sustentam que os cristãos, após a morte vão direto para o Céu:

1ª) “Jesus afirmou que o seu espírito estava indo diretamente para o céu, quando disse: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’ (Lc 23:46)”;

2ª) “o ladrão arrependido na cruz (Lc 23:39-43). Devemos lembrar que Paraíso é definido como sendo ‘o terceiro céu’ (2 Co 12:2,4)”;

3ª) “Quando os santos do Antigo Testamento deixaram esta vida, foram diretamente para o céu. Deus tomou a Enoque para si (Gn 5:24; Hb 11:5) e Elias foi tomado ‘ao céu’ quando partiu (2 Rs 2:1)”;

4ª) “o ‘seio de Abraão’ (Lc 16:23) é uma descrição do céu. Em nenhum ponto ele é descrito como sendo o inferno. É o lugar para onde Abraão foi, que é o ‘reino dos céus’ (Mt 8:11)”;

5ª) “Moisés e Elias, no monte da transfiguração, vieram do céu (Mt 17:3)” e

6ª) “os santos do A.T. tiveram de esperar a ressurreição de Cristo para que seus corpos fossem ressuscitados (1 Co 15:20; Mt 27:53), mas suas almas foram diretamente para o céu. Cristo foi o Cordeiro morto ‘desde a fundação do mundo’ (Ap 13:8), e eles para lá foram pelos méritos que Deus sabia que Cristo cumpriria.”

domingo, 13 de março de 2011

"A VIDA ANTES DA MORTE" OU "A VIDA ANTES DA VIDA"?

Nós cristãos, uma vez que possuímos a certeza da vida eterna, não devemos nos acomodar diante desta certeza e deixar de exercer o papel que nos está proposto por Deus, mesmo sabendo que morreremos um dia.

Não devemos agir como muitos não crentes que adotam uma conduta fatalista em face de sua morte iminente, como a conhecida frase “comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (1Co 15:32). Em outras palavras, segundo esta crença, devemos aproveitar para esbanjar em nossos prazeres aqui nesta vida, pois, podemos morrer a qualquer momento e tudo chegará ao fim.

Sabemos que Deus é o dono da vida e conforme a Sua soberana vontade Ele a dá ou a tira. Ele mesmo pode permitir uma enfermidade ou mesmo curá-la (Dt 32:39). Deus não é somente o dono da vida, Ele é dono de tudo, tudo pertence a Deus, as pessoas, o mundo, a vida, a morte, o presente e o futuro (1Co 3:21-23).

Por isso, uma atitude que devemos tomar enquanto vivemos nesta vida é a de dependermos de Deus. A nossa suficiência deve estar em Deus (Ef 6:10). Não devemos nos apegar aos bens materiais, pois devemos aprender a viver como será no Céu. Nós não levaremos nada material conosco na hora da morte (Lc 12:16-21; 1Tm 6:15; Hb 13:5-6).

O apóstolo Paulo afirmou que enquanto vivia, vivia para Cristo, mas se morresse, seria incomparavelmente melhor, por estar na presença pessoal de Cristo. Viver aqui na Terra, entretanto, trazia frutos para o seu ministério, dado por Deus, por isso preferia permanecer ainda vivo (Fp 1:20-24).


Assim, aprendemos que vivemos uma espécie de “santo conflito” aqui na Terra. Sabemos que uma vida eterna na presença de Deus nos aguarda quando morrermos, mas, enquanto isso, devemos nos dedicar ao chamado dEle, ao Seu propósito para a nossa vida terrena. Deus tem um plano para cada um de nós, cristãos (Pv 16:4; 19:21; Ec 3:1; At 13:36).

Cada um possui pelo menos um dom espiritual para ser desenvolvido na Igreja de Cristo, para a edificação da mesma e para a glória do próprio Deus (1Co 1:4-8; 7:7; 1Pe 4:7-11). Essa é a carreira cristã que nos está proposta, até chegarmos à perfeição no Céu. Paulo trouxe o exemplo de comportamento cristão enquanto se aguarda a chegada ao Céu: Não devemos permanecer presos a esta vida passageira (Fp 3:12-14; Cl 3:2; cf. Jo 12:25-26; 1Jo 2:15-17).


Rick Warren comentou como a perspectiva da vida eterna com Deus muda os nossos valores, principalmente diante de tantas dificuldades que enfrentamos. Vamos ver alguns trechos do livro “Uma vida com propósitos”:

“Quando você compreender plenamente que há mais na vida que apenas o aqui-e-agora e perceber que a vida é apenas uma preparação para a eternidade, você começará a viver de forma diferente (...) Subitamente, muitas atividades, metas e até mesmo problemas que pareciam importantes se mostrarão banais, insignificantes e indignos de sua atenção (...) Suas prioridades são reorganizadas (...)” (p. 34). “(...) Assim como os nove meses que você passou no útero de sua mãe não tinham um fim em si, mas eram uma preparação para a vida, também a vida é uma preparação para o que vem a seguir (...)” (p. 36). “(...) O fato de a terra não ser nosso lar definitivo explica por que, como seguidores de Jesus, experimentamos dificuldades, aflições e rejeições neste mundo. Isso também explica por que algumas promessas de Deus parecem não ter sido cumpridas, algumas orações parecem não-respondidas e algumas situações parecem injustas. Esse não é o final da história (...) A terra não é nosso lar definitivo; fomos criados para algo muito melhor (...) Você terá momentos felizes por aqui, mas nada comparado ao que Deus tem planejado para você (...) O seu tempo sobre a terra não é toda a história de sua vida. Você tem de esperar chegar no céu para conhecer o resto dos capítulos (...) Não terão passado dois segundos de sua entrada no céu sem que você clame: ‘Por que eu fui dar tanta importância a coisas tão temporárias? Onde eu estava com a cabeça? Por que gastei tanto tempo, energia e preocupação no que não iria durar?’ (...) Quando a vida fica difícil e você é subjugado pelas dúvidas, ou quando fica imaginando se viver para Cristo vale o esforço, lembre-se de que você ainda não chegou em casa. Na morte, você não vai abandonar sua casa – você vai para casa.” (pp. 45-47).

Em resumo, devemos avaliar as nossas escolhas diárias. O que tem sido prioridade para a nossa vida ultimamente. A casa? O carro? O emprego? Um instrumento musical? O computador? A faculdade? A conta bancária ou um outro bem material qualquer?


Nada pode ocupar o lugar que é destinado a Deus em nossa vida. Nada. Avareza é idolatria (Ef 5:5; Cl 3:5). Buscar a Ele e o Seu Reino deve ser o objetivo máximo de nossas vidas. Ele deve ser o nosso primeiro amor (Mt 22:37-38; Ap 2:4-5). Devemos obedecer a Ele acima de qualquer autoridade humana (At 5:29).

Mas, e o nosso sustento diário? O nosso Pai Celeste amoroso e provedor nos acrescentará dia-a-dia e suprirá cada uma daquelas necessidades que realmente estão de acordo com a Sua vontade (Mt 6:6:19-33; 7:7-11; Fp 4:11-13,19; 1Jo 5:14-15).

domingo, 6 de março de 2011

A ORIGEM DA MORTE

“No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado: porque tu és pó e ao pó tornarás." (Gn 3:19).

No início da criação, Deus e o homem tinham um relacionamento muito próximo (Gn 3:8). O ser humano podia contemplar a essência de Deus face-a-face. Após a desobediência do homem, porém, houve a separação: Deus, o Criador, agora invisível, de um lado (Jo 1:18; 4:24; 1Tm 1:17) e o homem de outro lado, condenado à morte por causa do pecado e à separação eterna de Deus devido à corrupção da natureza humana (Gn 3:10-13; Sl 14.1-3; Mt 15.19-20), juntamente com toda a criação (Gn 3:17-18; Jr 12:4; Rm 8:19-22).

Todos os seres humanos, a partir deste fato, vivem numa dimensão material, separados da essência de Deus, pois, devido à sua natureza extremamente pecaminosa, não suportariam contemplá-la, pois morreriam (Ex 33:17-23). Após a “queda” do homem, Deus se manifestou em todo o restante do Antigo Testamento através de várias formas, mas nunca em Sua essência.

O pecado, portanto, entrou no mundo através de um só homem e com isso a morte foi transmitida para todos os homens, pois a recompensa pelo pecado é a morte (Gn 2:15-17; 3:1-19; Rm 5:12; 6:23; 1Tm 5:6; Tg 1:15).


Muitos podem questionar por que o homem foi condenado à morte apenas por ter comido de um fruto proibido, mas essa questão é mais complexa. Charles C. Ryrie, na Bíblia Anotada, comenta sobre a desobediência dos nossos primeiros pais. Vejamos alguns trechos:

“A pergunta (feita pela serpente: Gn 3:1) foi formulada de modo a sugerir que Deus não fora justo, já que restringira o acesso ao fruto de uma das árvores (...) As três áreas do auto-engano de Eva estavam nas mesmas categorias de tentação encontradas em 1 Jo 2.16. Eva foi enganada; Adão comeu do fruto conscientemente (cf. 1Tm 2:14). O pecado do primeiro casal foi mais do que simplesmente comer um fruto proibido; incluiu desobedecer à palavra revelada de Deus, crer na mentira de Satanás, e colocar suas vontades acima da vontade de Deus” (pp. 10-11; citação minha entre parênteses).

Muitas pessoas atualmente estão confusas em relação à origem da morte pelo simples fato de que não acreditam na narrativa bíblica sobre Adão e Eva. Muitos “estudiosos” acreditam que eles são apenas um mito, uma lenda. Certamente essa é uma estratégia diabólica, anti-cristã, pois, se as pessoas deixarem de acreditar que Adão e Eva foram reais e desobedeceram a Deus, como vão acreditar que podem ser salvas do pecado e da morte pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz?

É importante salientar que Deus expulsou os nossos primeiros pais do jardim do Éden, não apenas como um castigo, mas também, para que eles não caíssem no erro catastrófico de, após terem comido do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e terem morrido espiritualmente e sido condenados à morte física devido à sua desobediência (Gn 2:15-17), também comerem do fruto da árvore da vida e condenarem toda a raça humana a viver eternamente num estado de morte (Gn 3:22-24).

Sendo assim, os dias de cada ser humano estão contados e determinados (Jó 14:1-5; Sl 139:16; Pv 16:4; Ec 3:1-2) e quando morremos, nosso corpo (parte material) retrocede ao estado de pó e sua parte imaterial (alma e espírito ou apenas alma ou apenas espírito, dependendo da doutrina), no caso dos cristãos, volta para Deus (Ec 12:1-7).

Mas, ao contrário do que muitos podem imaginar, Deus não tem prazer na morte de ninguém, nem mesmo das pessoas perversas:

“Acaso tenho eu prazer na morte do perverso? Diz o SENHOR Deus; não desejo eu antes que ele se converta dos seus caminhos, e viva? Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto convertei-vos e vivei.” (Ez 18:23,32; comparem com Jó 34:10-15; 1Tm 2:3-4; 2Pe 3:9).

O próprio inferno não foi preparado inicialmente para as pessoas perversas, mas para o diabo e os seus anjos (Mt 25:41).

Todas as pessoas, sejam elas cristãs ou não, na verdade foram criadas para serem eternas. Deus jamais criou o ser humano para o destruir. Afinal, Ele jamais destruiria alguém que contenha a Sua imagem e semelhança (Gn 1:26-27). Ele mesmo viu que tudo o que tinha criado era muito bom (Gn 1:31).

As almas dos seres humanos foram criadas para serem eternas. Mesmo após a morte, cada ser humano tem seu destino eterno, seja com Deus ou não (Jo 5:24-29; Rm 2:5-16; 2Ts 1:9).

A eternidade faz parte da natureza humana. Por todos estes motivos, ninguém que esteja física, emocional e espiritualmente saudável deseja a própria morte.

O pastor Rick Warren, no seu livro “Uma vida com propósitos”, expressou sabiamente esta questão (cf. Ec 3:11):

“A Bíblia diz que Deus tem (...) plantado a eternidade no coração humano. Você tem o impulso inato de ansiar pela imortalidade. Isso ocorre porque Deus o projetou à sua imagem, para viver eternamente. Embora saibamos que com o tempo todos morreremos, a morte sempre parece anormal e injusta. A razão pela qual sentimos que deveríamos viver para sempre é que Deus condicionou nossa mente com esse desejo!” (p. 33).

sexta-feira, 4 de março de 2011

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O CARNAVAL (REPRISE)

Vamos hoje transcrever algumas definições e opiniões sobre o Carnaval, principalmente do ponto de vista cristão protestante: (fonte dos dois primeiros textos: http://www.icp.com.br/31materia1.asp).

"História e etimologia. Carnaval de Veneza, Itália.A festa carnavalesca surge a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a idéia de "afastamento" dos prazeres da carne marcado pela expressão "carne vale", que, acabou por formar a palavra "carnaval". Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval. No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual. De acordo com o modo comtemporâneo o carnaval ainda é considerado uma forma de festa bastante tradicional, pois persistiou por vários anos com o mesmo aspecto.Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa."

"Posição da igreja evangélica no período do carnaval. Como pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Trata-se, por isso, de uma manifestação popular eivada de obras da carne, condenadas claramente pelas Sagradas Escrituras. Seja no Egito, Grécia ou Roma antiga, onde se cultua, respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos bebedeiras desenfreadas, danças sensuais, música lasciva, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e religiosas. Entretanto, não podemos também deixar de abordar os chamados benefícios do carnaval ao país, tais como geração de empregos, entrada de recursos financeiros do exterior através do turismo, aumento das vendas no comércio, entre outros. Traçando o perfil do século XXI, não é possível isentar a igreja evangélica deste momento histórico. Então, qual deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas, a fim de não sermos participantes com eles (Ef.5.7)? Devemos, por outro lado, ficar aqui e aproveitarmos aoportunidade para a evangelização? Ou isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou o entendimento (2 Co.4.4) ? Creio que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a personalidade da igreja nasce de princípios estreitamente ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos atributos, é Santo. Há quem justifique como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que não deixa de ser uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos freqüentar boates gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e investir contra elas? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo? No carnaval de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram, continuamos vendo imoralidade, música lasciva, promiscuidade sexual e bebedeiras. José Carlos Sebe, no livro Carnaval de Carnavais, página 16, descreve, segundo George Dúmezil (estudioso das tradições mitológicas): O carnaval deve ser considerado sagrado, porque é a negação da rotina diária. Ou seja, é uma oportunidade única para extravasar os desejos da carne, e dentro deste contexto festivo, isto é sagrado, em nada pervertido. Na página 17, o mesmo autor descreve: Beber era um recurso lógico para a liberação pessoal e coletiva. A alteração da rotina diária exigia que além da variação alimentar, também o disfarce acompanhasse as transformações. Observe ainda o que diz Manuel Gutiérez Estéves: No passado, faziam-se nos povoados, mas sobretudo nas cidades, diversos tipos de reuniões em que todos os participantes aparentavam algo diferente daquilo que, na realidade, eram. A pregação eclesiástica inseriu na mensagem estereotipada do carnaval a combinação extremada da luxúria com a gula. Não falta, sem dúvida, fundamento para isto. Como cristãos, não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que vai contra os princípios claros da Palavra de Deus: Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito (Rm 8.5-8). Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (1 Co 6.20)."

Fonte da imagem e do artigo abaixo: (http://oprodutor.com/blog/?p=1343)

 
"Evangelismo ou retiro espiritual? A maioria das igrejas evangélicas, hoje, tem sua própria opinião quanto ao tipo de atividade que deve ser realizada no período do carnaval. Opinião esta que, em grande parte, apoia-se na teologia que cada uma delas prega. Este fato é que normalmente justifica sua posição. A saber: enquanto umas participam de retiros espirituais, outras, no entanto, preferem ficar na cidade durante o carnaval com o objetivo de evangelizar os foliões. Primeiramente, gostaríamos de destacar que respeitamos as duas posições, pois cremos que os cristãos fazem tudo por amor ao Senhor e com a intenção de ganhar almas para Jesus e edificar o corpo de Cristo (Cl 3.17). Entendemos, também, o propósito dos retiros espirituais: momentos de maior comunhão com o Senhor que tem feito grandes coisas em nossas vidas. Muitos crentes têm sido edificados pela pregação da Palavra e atuação do Espírito Santo nos acampamentos promovidos pelas igrejas. Todavia, a visão de aproveitarmos o carnaval para testemunhar é pouco difundida em nosso meio. Na Série Lausanne, encontra-se uma descrição sobre a necessidade da igreja ser flexível. A consideração é feita da seguinte forma: o processo de procura de novas estruturas nos levará, seguidamente, a um exame mais íntimo do padrão bíblico e a descoberta de que um retorno ao modelo das Escrituras e sua adaptação aos tempos atuais é básico à renovação e à missão. Entendemos, com isso, que, em meio à pressão provocada pela mundo, a igreja deve buscar estratégias adequadas para posicionar-se à estas mudanças dentro da Palavra de Deus, e não dentro de movimentos contrários a ela. A Bíblia é a fonte, e não os fatores externos. Cristãos de todos os lugares do Brasil possuem opiniões diferentes a respeito da maneira adequada para a evangelização no período do carnaval. Mas devemos notar que Cristo nunca perdeu uma oportunidade para pregar, nem mesmo fugia das interrogações ou situações religiosas da época. Não podemos deixar de olhar o que está escrito na Bíblia: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.2). Aqui o apóstolo Paulo exorta a Timóteo a pregar a Palavra em qualquer situação, seja boa ou má. A Palavra deve ser anunciada. Partindo deste princípio, não devemos deixar de levar o evangelho, não importando o momento. Assim, devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e optar pela melhor atividade para a nossa igreja nesse período tão sombrio que é o carnaval. A igreja jamais pode ser omissa quanto a esse assunto. O cristão deve ser sábio ao tomar sua decisão, sabendo que: Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus (Ef 2.2-6)."

"Analisando biblicamente, podemos concluir que o cristão verdadeiro não pode coadunar com essas festividades, pois fomos chamados do mundo para servir a Deus em novidade de vida. O Apóstolo João nos diz em sua primeira epístola, cap. 2, versículo 15, que não devemos "amar o mundo, nem o que no mundo há". Ele ainda diz que "se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele". Nós, cristãos protestantes, vamos continuar combatendo o carnaval, mostrando para as pessoas que essa prática se opõe a Deus e sua Palavra. Lembrando também, que essa festa não se trata de uma brincadeira, momentos de alegria, como alguém propaga por aí. É um período de muita destruição e prejuízo para a humanidade. É só analisar o noticiário na quarta-feira de cinzas para constatar isso. Sem se falar naqueles dados que não são divulgados, como por exemplo, a quantidade de pessoas que contraem doenças sexualmente transmissíveis, os jovens que são encaminhados para as drogas, as famílias que são arruinadas, por causa da infidelidade conjugal etc. Finalmente, lembremo-nos disso: "E o mundo passa, e sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade e Deus permanece para sempre." (fonte: http://mentalidadecrista.blogspot.com/2008/01/o-cristo-e-o-carnaval.html).

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FONTES DE PESQUISA E ANÁLISE DO TEMA E COMPARAÇÃO COM OS TEXTOS: