domingo, 14 de fevereiro de 2010

O QUE É APOLOGÉTICA?

Observemos o que a Wikipédia, uma enciclopédia virtual, nos informa acerca de “apologética”:

“Apologética é uma palavra derivada de ‘apologia’ (do grego απολογία, que vem de απο + λογος). É definida pelo dicionário Houaiss como sendo ‘(1) Rubrica: teologia. defesa argumentativa de que a fé pode ser comprovada pela razão (1.1) Rubrica: catolicismo, teologia. parte da teologia que se dedica à defesa do catolicismo contra seus opositores (2) Derivação: por extensão de sentido (da acp. 1). defesa persistente de alguma doutrina, teoria ou idéia.’ Conforme Sproul, Gerstner, Lindsley (1984:13), ‘Apologetics is the reasoned defense of the Christian religion’, i.e., a apologética é a defesa fundamentada da religião Cristã (...)” (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Apolog%C3%A9tica).

Já o Portal do Espírito (Dicionário Auxiliar do Comunicador Espírita), de Ivan René Franzolim, informa que apologética é:

“Tratado ou ciência da defesa racional da fé cristã” (fonte: http://www.espirito.org.br/portal/palestras/ivan-franzolim/dicionario-auxiliar-do-comunicador.html).

Apologética, portanto, é a defesa da fé (cristã ou não) de maneira fundamentada em argumentos racionais. Transportando para o contexto evangélico protestante, apologética é, em suma, DEFENDER A FÉ CRISTÃ GENUINAMENTE BÍBLICA.

É o que temos feito e sempre faremos neste BLOG, por isso, estamos procurando esclarecer este assunto.

É o que observamos em textos bíblicos como estes, por exemplo:

“Estou incumbido da defesa do evangelho” (Filipenses 1:16b; ARA);

“Firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica” (Filipenses 1:27b; ARA);

“Amados, quando empregava toda diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3; ARA).

De que forma deve ser realizada a apologética, a defesa da fé? É o apóstolo Paulo que ensina, inclusive:

“Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade” (Tito 1:1; ARA).

Paulo foi servo de Deus, enviado de Jesus para promover a fé dos cristãos e o total conhecimento da verdade conforme um proceder piedoso, justo. Paulo afirmou a Tito:

“...apegado à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem” (Tito 1:9; ARA).

Tito deveria estar apegado à Palavra de Deus que é fiel para possui a capacidade de exortar retamente e convencer aqueles que contradiziam as Escrituras Sagradas. E mais, Tito além de tudo isto, deveria expressar apenas aquilo que convinha à sã doutrina bíblica, nada além disso, pois seria desvio da fé e não defesa da fé:

“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tito 2:1; ARA).

Apologética vai além de defender a fé cristã, ela enquanto defende a fé, aponta os caminhos ou o caminho que conduz a verdade.

No artigo “O fator dignificante da apologética”, Elvis Brassaroto Aleixo afirmou, entre outras coisas, afirmou:

"...Como encontrar uma saída diante de tantos corredores? Aliás, existiria alguma saída? Eureca! A ‘saída’ nos remete à idéia de direção, rumo, sentido, destino... A declaração de que todos os caminhos levam a Deus tornou-se um chavão constante nos lábios de muitas pessoas e em muitos idiomas, apresentando-se com o meigo sorriso da tolerância. Interessante notar é que, mesmo com todo o teor de racionalidade e lógica deste discurso, muitas pessoas não se dão conta de que a tolerância genuína deveria ser capaz de tolerar a própria intolerância. E essa insensibilidade faz que, sem perceberem, hasteiem a bandeira de uma tolerância maquiada e vacilante. Neste ínterim, a apologética, injustamente, assume em nossa sociedade um caráter fortemente pejorativo e primitivo (bárbaro). A questão em voga é que não há razões para se defender uma verdade relativa, ou, sendo mais sensato, uma verdade relativa é uma verdade indefensável (...) Porquanto, se todos os caminhos conduzem ao céu, então, nenhum deles precisa ser defendido em detrimento de outro. Também podemos depreender que fazer apologia de uma fé implica considerá-la digna de tal ato e isso nos faz pensar. Será que cremos que a nossa fé é digna de ser defendida? Por quais idéias estamos lutando? As verdades bíblicas são suficientemente significativas para que sejam defendidas por seus seguidores? Bem, se a resposta for positiva, então deve refletir-se em atitudes concretas. Portanto, o ministério do apologista cristão é dignificar a ortodoxia bíblica (...)” (fonte: http://www.icp.com.br/74verbo.asp).

Com toda razão ele afirmou isso. Devemos realmente acreditar nas doutrinas que estamos defendendo, pois já que elas indicam a vontade de Deus, ou seja, a verdade que é Cristo, e que leva ao Céu, ela realmente é digna de ser compreendida e defendida.

No interessante e esclarecedor artigo “Apologética” do conhecido B.B. Warfield, o mesmo, entre outras coisas, afirmou que:

“Desde Planck (1794) e Schleiermacher (1811), ‘apologética’ tem sido o nome aceito da disciplina teológica ou departamento da ciência da teologia. O termo deriva da palavra grega ‘apologeisthai’, que expressa a noção central da idéia de ‘defesa’. Em sua aplicação atual, entretanto, seu significado foi de alguma forma alterado, e nós afirmamos isso em uma comparação feita entre os termos apologética e ‘apologies’ (desculpas ou justificação na língua inglesa) em contraste uma com a outra (...) Apologética é a defesa do Cristianismo em sua inteireza, sua essência, ou, de uma forma ou outra é a defesa de seus elementos de pressuposições contra seus usurpadores, atuais ou possíveis, de forma a se defender de algum ataque em particular; embora, obviamente, por melhor que sejam as defesas que alguém possa levantar com o intuito único de defender uma tese se tornam meras justificativas. (...) Pode até, obviamente, se ater em defesas e justificações quando isso se fizer necessário. Isso vai de encontro com pontos de vista opostos e requer o estabelecimento de seus próprios pontos de vista e conclusões. (...) Se for sua incumbência fazer o crente capaz de dar razão a sua própria fé, seria impossível para ele ser um crente sem a razão da fé que há nele mesmo, e é tarefa da apologética trazer essa razão claramente em sua consciência, e faz disso um plano válido. (...) Apologética certamente estabelece a verdade sobre o Cristianismo como uma religião absoluta. Mas a questão de importância aqui é como isso é feito (...) A função da apologética é estabelecer a verdade da Cristandade como a religião absoluta em sua íntegra, e seus detalhes de forma indireta.(...) O que a Apologética toma para si estabelecer é somente o Cristianismo puro, incluindo todos seus ‘detalhes’ e envolvendo toda sua ‘essência’, em sua inexplicável e incompreensível inteireza, como a religião absoluta (...) Obviamente mero reconhecimento racional não torna alguém um cristão, mas isso não é porque a fé não é resultado de evidência, mas porque uma alma morta não pode responder à evidência. A ação do Espírito Santo nos dando fé não está separada das evidências, mas vem junto com as evidências, e em primeira instância consiste em preparar a alma para aceitar as evidências (...) Não devemos discutir se pela ação da apologética é que homens e mulheres tornam-se cristãos, mas que a apologética supre o Cristão com uma base sistematicamente organizada na qual a fé do crente pode descansar. Tudo o que a apologética nos explica no formato de prova sistematizada está implícito em todo ato de fé do crente. (...) (fonte: http://www.monergismo.com/textos/apologetica/apologetica_warfield.htm).

Declarações inspiradas, didáticas, esclarecedoras e essências para nós que desejamos utilizar a apologética. Portanto, para Warfield, entre outras coisas, a apologética por si só não converte ninguém ao cristianismo, mas, fornece fundamentação suficiente e sistematicamente organizada para os cristãos e não cristãos aceitarem as evidências inegáveis do Cristianismo, tudo sob a ação do Espírito Santo.

Enquanto que Dallas Willard, Ph.D., professor de filosofia na Universidade da Califórnia do Sul (University of Southern California) e autor de vários textos filosóficos, além de livros sobre apologética e sobre discipulado cristão, asseverou que:

“Quando ministramos na área de apologética, nós o fazemos como discípulos de Jesus, e, portanto, da maneira como Ele o faria. Isso significa, primeiramente, que nós o fazemos para ajudar pessoas, especialmente àqueles que querem ser ajudados. Apologética é um ministério de ajuda. No contexto de 1 Pedro 3:8-17 os discípulos estavam sendo perseguidos por sua dedicação em promover a bondade. De acordo com o que Jesus os tinha ensinado, tal perseguição deveria ser fonte de regozijo. Essa atitude fazia com que os observavam a questionassem como os discípulos podiam estar esperançosos e alegres em tais circunstâncias. Num mundo irado, desesperançado e triste, essa questão era inevitável. A exortação de Pedro. Por isso, Pedro exortou os discípulos a estarem ‘sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência’ (vv. 15-16), ou seja, consciência que se tem por se ter feito o que é correto. Nossa apologética, assim, é feita como um ato de amor fraternal, sendo ‘prudentes como as serpentes e símplices como as pombas’ (Mateus 10:16). A sabedoria da serpente está em ser oportuna, baseada em observação vigilante. A pomba, por sua vez, é incapaz de falsidade ou de enganar alguém. Assim devemos ser. Amor àqueles com os quais lidamos será necessário para que os compreendamos corretamente e para que evitemos manipulá-los, ao mesmo tempo que desejamos e oramos intensamente para que reconheçam que Jesus Cristo é o Senhor do cosmos. O amor também nos purificará de todo mero desejo de vitória, como também de toda presunção intelectual ou desdém para com as opiniões e habilidades dos outros (...) Deste modo, a chamada ao ministério de apologética não é para forçar pessoas relutantes à submissão intelectual, mas uma chamada na qual servimos aos necessitados, e, freqüentemente, àqueles que são escravos de seu próprio orgulho e presunção intelectual, muitas vezes reforçada pelo ambiente social. Em segundo lugar, nós fazemos o trabalho de apologética como servos incansáveis da verdade. Jesus disse que Ele veio ‘ao mundo a fim de dar testemunho da verdade’ (João 18:37), e Ele é chamado ‘a testemunha fiel e verdadeira’ (Apocalipse 3:14). É por isso que temos ‘temor’ quando ministramos (...) Enganos com relação à vida, às coisas de Deus e à alma humana são assunto seríssimos, mortais. É por isso que o trabalho de apologética é tão importante. Falamos ‘a verdade em amor’ (Ef. 4:15). Falamos com toda a clareza e racionalidade que podemos demonstrar, ao mesmo tempo contando com o Espírito da verdade (Jo. 16:13) para realizar aquilo que está muito além de nossas habilidades limitadas. O ponto comum de referência (...) Nossa atitude, portanto, não é de divisão, mas de agregação. Estamos aqui para aprender, e não somente ensinar. Assim, sempre que for possível – ainda que por vezes, devido aos outros, não seja – nós ‘respondemos’ numa atmosfera de investigação mútua, motivada pelo amor generoso. Ainda que possamos ser firmes em nossas convicções, não nos tornamos arrogantes, desdenhosos, hostis ou defensivos. Por sabermos que o próprio Jesus não agiria assim, temos que reconhecer que não podemos ajudar pessoas de uma maneira arrogante. Ele não tinha necessidade disso, e nós também não. Em apologética, como em tudo, ele é nosso modelo e Mestre. Nossa confiança reside totalmente nele. Esse é o lugar especial que damos a Ele em nossos corações – a maneira com a qual ‘santificamos a Cristo como Senhor em nossos corações’ – no ministério crucial de apologética” (fonte: http://www.agirbrasil.org/Apol_Geral/Coracoes_corretos.html).

Portanto, apologética é um chamado, um ministério cristão de vital importância. Devemos levar ao mundo a verdade em amor, não com arrogância, mas no desejo de sempre aprender também, não como os donos da verdade, mas como os seguidores da Verdade, Jesus Cristo (João 14:6).

Por tudo isso, devemos levar o conhecimento da verdade bíblica às pessoas que estão longe da Palavra de Deus, àqueles e àquelas que já tenham freqüentado templos evangélicos e tenham se desviado desta verdade ou que jamais tiveram o privilégio de ouvirem esta verdade, seja em casa, na escola, no trabalho ou na igreja.

Unamos o povo cristão evangélico, independente de denominação, em uma só “luta”:

Defender racionalmente a fé em Cristo Jesus e levar o Seu evangelho à todos que carecem dele.

Que Deus nos abençoe. Amém.

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NOTA: Sugerimos uma matéria interessante e essencial publicada na revista “Defesa da Fé” do ICP (Instituto Cristão de Pesquisas – http://www.icp.com.br/), ano 10, n.º 79, páginas 48-56.
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Links que complementam o nosso estudo:

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