domingo, 25 de abril de 2010

O "TRISTEMUNHO" DE ALGUMAS FUNDADORAS DO ESPIRITISMO

Apenas ressaltamos que não desejamos denegrir nenhum espírita, apenas apresentar alguns acontecimentos históricos. Aliás, quem acompanha este blog sabe que também temos demonstrado os problemas apresentados em movimentos evangélicos e protestantes (não na doutrina, mas nos comportamentos).

Pois bem, o fenômeno que é tido como o marco inicial do espiritismo moderno é uma FRAUDE (mesmo tendo tido enorme repercussão na época, atualmente está quase esquecido, principalmente pelo povo brasileiro).

Na versão que todo o mundo conhece e que é amplamente divulgada em livros, revistas e jornais, até mesmo por profissionais de outras religiões, ficamos sabendo que em janeiro de 1848 uma família de Hydesville, Nova Iorque (EUA) começou a estranhar alguns acontecimentos em sua residência: pancadas nas paredes, assoalhos e móveis, objetos atirados ao chão, lençóis puxados durante a noite, entre outros fenômenos.

Criou-se até mesmo um código batendo nas paredes para entrar em contato com o “fantasma”, que por sua vez, identificou-se como Charles Rosma um homem assassinado pelo vizinho, chamado John Bell, que por sua vez, enterrou o seu corpo no chão da adega (os espíritas asseveram que foi encontrada uma ossada no local indicado).

O que ocorreu realmente naquela velha casa habitada por um casal metodista e suas duas filhas pequenas, não passou de uma brincadeira das meninas (as conhecidas irmãs Fox) para impressionar a sua supersticiosa e ingênua mãe. Toda a verdade foi de livre vontade exposta 40 anos depois pelas próprias “fundadoras” do espiritismo. Margarida Fox Kane, a irmã mais velha de Catarina Fox, após trabalhar durante 40 anos como médium e divulgando o espiritismo, redigiu e encaminhou uma carta ao diretor do conhecido jornal New York Herald, carta essa que foi publicada em 27 de maio de 1888, causando um efeito bombástico em seus leitores.

Conforme algumas declarações da referida carta, Margarida admitia ter se entristecido ao tomar ciência de que sua irmã, Catarina, tinha sido alvo de uma tragédia (notícia que Margarida leu no mesmo jornal). Infelizmente a carta não revelou qual foi a tragédia, mas, fica claro que o episódio envolveu os filhos de Catarina (Purdy e Henry). Logo em seguida, Margarida declarou:

“O Espiritismo é uma praga. Deus tem aposto sua marca contra ele. Chamo-o de praga, pois é utilizado para encobrir pessoas sem coração...”

Em seguida, Margarida Fox relacionou diversas pessoas e autoridades que constantemente estavam sendo enganadas pelos médiuns espíritas, e disparou:

“...atiram loucamente as espetaculares fraudes que inundam Nova Iorque...As pessoas que procuram envolver-se com o espiritismo tornam-se loucas, e sob a direção de seus fraudulentos ‘médiuns’ são induzidas a se despojarem de todos os bens temporais ao mesmo tempo que do senso comum, que, na intenção de Deus, deveriam conservar como coisa sagrada...Seja qual for a forma sob a qual se apresente, o espiritismo tem sido e será sempre uma praga e uma armadilha para os que nele se metem. Homem algum ou mulher alguma de bom juízo pode pensar de outro modo”.

Naqueles próximos dias milhares de cartas chegaram à redação daquele jornal solicitando para que a “fundadora” do espiritismo desmentisse as suas declarações, outras cartas clamavam para que as irmãs Fox publicamente demonstrassem a falsidade do espiritismo, derrubando a “credibilidade” dos falsos médiuns que se enriqueciam às custas da população. Alguns meses depois, com a colaboração de um repórter do mesmo jornal, Margarida publicou uma polêmica reportagem intitulada “Célebre médium declara que os espíritos nunca voltam” (publicada no New York Herald-24/09/1888).

Segundo esta reportagem, alguns pontos obscuros da referida carta de Margarida ficaram esclarecidos, como o fato dos dois sobrinhos dela terem sido afastados do convívio da mãe, Catarina, pois a mesma tinha problemas com bebida alcoólica e era preguiçosa. Margarida (que estava na Inglaterra) enganou as autoridades americanas com um telegrama em nome do tio paterno dos meninos que estava na Rússia e não sabia de nada, mas neste falso documento ele assumia a responsabilidade das crianças. As autoridades devolveram os meninos a Catarina, que juntos viajaram para a Inglaterra como se fossem para encontrar-se com o tio, mas, era para encontrar-se com ninguém menos do que a própria Margarida.

Retornando à reportagem, Margarida, ao mencionar a irmã mais velha dela e de Catarina, chamada Léia, que as havia levado à práticas “espíritas” ao ver suas fraudes com a mãe, desabafou:

“Ela é minha detestável inimiga...Eu a odeio. Meu Deus! Eu a envenenaria! Não, não faria isso, mas eu a açoitaria com a minha língua...Nossa irmã serviu-se de nós em suas exibições; ganhamos dinheiro para ela...Oh! Estou atrás dela! Sabe senhor que se pode matar, às vezes, sem usar armas?”

Que péssimo exemplo (e em público) essas “fundadoras” do espiritismo estavam dando: alcoolismo, preguiça, mentiras, ódio, vingança...atitudes que não podem ser referenciais para uma respeitada religião que se diz ser “A Verdade...surgida na Terra para complementar os ensinamentos e corrigir as omissões de Moisés e Jesus Cristo”, conforme as declarações de Allan Kardec. Mas, Margarida não parou por aí em suas declarações. Vejamos mais o que ela disse (pasmem):

"Sabia, então, que todos os efeitos por nós produzidos eram absolutamente fraudulentos. Ora, tenho explorado o desconhecido na medida em que uma criatura o pode. Tenho ido aos mortos procurando receber deles um pequeno sinal. Nada vem daí – nada, nada. Tenho estado junto às sepulturas, na calada da noite, com licença dos encarregados. Tenho me assentado sozinha sobre os túmulos, para que os espíritos daqueles que repousavam debaixo da pedra pudessem vir ter comigo. Nada! Não, não, não, os mortos não hão de voltar, nem aqueles que caem no Inferno. Assim diz a Bíblia Sagrada, e eu digo também. Os espíritos não voltam. Deus nunca o ordenou”.

Que declarações bombásticas da fundadora do espiritismo. Ela foi obrigada a admitir que a Bíblia tem razão (como sempre). Mas, se ela havia declarado a falsidade do espiritismo, como explicar os fenômenos que ela vivenciou tantas vezes do famoso “fantasma batedor” em sua casa? Durante a entrevista, de repente, surgiram algumas pancadas secas ecoando pelo assoalho e debaixo da cadeira do repórter e debaixo da mesa e depois debaixo do piano e próximo à porta da sala. Então, o repórter perguntou: “É tudo um truque?”. Ao que ela respondeu: “Inteiramente...não é fácil enganar?” e diante de outras perguntas ela declarou:

"Sim, sim, atinou com a coisa. É como diz, a maneira como as juntas do pé são empregadas sem levantá-lo do chão. A capacidade de fazer isso só pode ser adquirida pela prática iniciada quando ainda muito jovem”.

É para ficar estarrecido, não é mesmo? Mas, ainda não acabou. A irmã de Margarida, Catarina, também fez suas declarações ao mesmo jornal alguns dias depois, em uma reportagem intitulada “A mais jovem das pioneiras dentre as médiuns vai desmascarar”. Após contar que havia recebido suborno de inúmeros espíritas aflitos para desmentir as declarações de sua irmã, ela declarou:

“Não me importo com o espiritismo. No que me concerne, acabei com isso. E direi: considero-o uma das maiores pragas que o mundo jamais conheceu...Não hesitaria um momento em desmascará-lo. O espiritismo é fraude do princípio ao fim. E é a maior impostura do século”.

Em resposta ao repórter sobre as manifestações “espíritas” de sua infância em 1848, ela afirmou:

“Tudo fraude, sem exceção”.

E, para dar um golpe mortal no espiritismo, em 21/10/1888, Margarida demonstrou na Academia de Música de Nova Iorque diante de milhares de pessoas, entre elas centenas de espíritas, como ela e sua irmã produziam as fraudulentas batidas do “fantasma”. O jornal World de Nova Iorque, publicou no dia posterior a seguinte matéria:

“Um simples tamborete ou mesinha de madeira, descansando sobre quatro pés curtos e tendo as propriedades de uma caixa de ressonância foi colocada diante dela. Tirando o calçado, colocou o pé direito sobre esta mesinha. Os assistentes pareciam conter a respiração, e esse grande silêncio foi recompensado por uma quantidade de estalidos breves e sonoros – os tais sons misteriosos que, por mais de 40 anos, têm assustado e desorientado centenas de milhares de pessoas, em nosso país e na Europa...Uma comissão, composta de três médicos convocados entre os assistentes, subiu então ao palco e, examinando o pé durante o som das ‘pancadinhas’, concordou, sem hesitar, que os sons eram produzidos pela ação da primeira junta do dedo grande do pé”.

Logo depois de todas estas confissões, as irmãs Fox se viram desprezadas e abandonadas por todos que procuravam os seus “poderes mediúnicos” e em uma tentativa de recuperar a posição prestigiosa que conseguiram, arrependidas, negaram tudo o que tinham declarado contra o espiritismo, alegando terem sido subornadas por pessoas adversárias do espiritismo. Mas, elas o fizeram não em público como antes, mas às portas fechadas de uma residência de um espírita de Nova Iorque, com a presença de testemunhas confiáveis e um repórter de uma revista espírita, segundo é relatado no livro “Metapsíquica e Espiritismo”, p. 60 (Ed. Vozes, Petrópolis, RJ, 1957) , de Fernando Maria Palmés, que também fez uma interessante afirmação:

“Quando é que se deve crer mais em qualquer pessoa ou em qualquer assunto: quando aquele que afirma uma coisa prejudica-se com isso notavelmente, e perde, por afirmá-lo, a honra, a estima e as riquezas, ou quando o que ele afirma serve para recuperar tudo isso?”

A verdade é que as irmãs Fox mentiram. Ou da primeira vez ou um ano após as declarações e demonstrações, tentando se reconciliar com os espíritas.

Por todos estes lamentáveis episódios, os nossos prezados amigos espíritas envergonhados do procedimento nada adequado de suas fundadoras negam a importante posição que elas ocuparam na história, haja visto que depois da triste morte delas, moralmente degradadas e vitimadas pelo alcoolismo, nos EUA havia cerca de 64 mil pessoas afirmando serem médiuns (Cesar Ballester, livro: “Mistério, Magia e Ocultismo”, SALVAT, Rio de Janeiro, 1979, p. 88).

Ah, e quanto à Leia, a irmã mais velha? Bem, alegando estar cumprindo ordem de um “espírito de luz”, ela abandonou o marido e foi viver com outro homem (!!) - (conforme o escritor italiano Antonelli no livro: “Storia dello Spiritismo”, p. 10). Ora, que espírito de luz poderia aconselhar alguém a praticar as obras das trevas? É óbvio que este espírito na verdade era um espírito das trevas.

Que Deus abençoe todos os espíritas. Amém.

_____________________________________________
NOTA BIBLIOGRÁFICA: Livro: “Porque Deus condena o Espiritismo”, de Jefferson Magno Costa – CPAD, Casa Publicadora das Assembléias de Deus (pp. 93-105).

Para maiores detalhes, confiram:

Nenhum comentário:

Postar um comentário