domingo, 14 de março de 2010

SERÁ MESMO QUE TODOS OS "CAMINHOS" LEVAM ATÉ DEUS?

A nossa cultura atual ensina que a verdade e a moralidade são relativas, que não existe essa "história" de verdade absoluta. Quantas vezes não ouvimos declarações assim:

“Cada um possui a sua própria verdade. Não existe uma verdade única, absoluta, mas tudo é relativo”?

E para a ala intelectual e acadêmica da nossa sociedade, ideias como estas são encaradas como progressistas, modernistas.

A verdade se tornou uma vítima de nossa cultura popular. Expressões como “tolerância religiosa” e “pluralismo” estão em moda. Para muitas pessoas, estas palavras não significam apenas tratar com civilidade e respeito as pessoas de outros credos, mas concordar com todas as suas afirmações, como sendo a pura verdade, e isso, logicamente, implica que os cristãos renunciem muitas, ou quase todas as suas doutrinas.

Este é o grande perigo:

Quando a verdade "desaparece" do ponto de vista humano, a autoridade do evangelho "diminui", a Igreja perde a essência da pregação e o mundo perde a oportunidade de salvação.

Isso ocorre porque o evangelho diz tudo sobre a Verdade.

Falando na Verdade, o interessante é verificar que os pregadores da “tolerância religiosa” asseveram que todas as afirmações religiosas são dignas de mérito, mas quando os cristãos afirmam que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, eles procuram encontrar com criatividade uma exceção para a regra que eles mesmos criaram. Possuem, portanto, o mesmo problema que muitos cristãos, ou seja, muitas vezes não praticam aquilo que pregam. Muitas vezes a resistência à ideia do cristianismo possuir A Verdade é tão veemente que parece nos desqualificar como dignos de tolerância. Na contra-mão deste comportamento, os cristãos não devem ser intolerantes e nem desrespeitos com as pessoas de outras religiões.

Ademais, o cristianismo não é a única religião que possui afirmações exclusivas quanto à verdade, mas todas as grandes religiões possuem tais afirmações. Para fazer com que as pessoas de várias religiões se sintam mais cômodas, é dito que todas as religiões são iguais e que o mesmo Deus é adorado em todas elas, mas isso é uma enorme mentira, pois muitas das principais asseverações das principais religiões não podem ser conciliadas, mesmo que muitas de suas afirmações secundárias sejam bastante semelhantes.

O islamismo, por exemplo, afirma que Cristo foi apenas um profeta e não uma divindade, o que contraria o cristianismo, que afirma que Cristo é Deus encarnado. As religiões orientais apregoam que Deus está em tudo na natureza e não há distinção clara entre as criaturas e o Criador, isto é, mais um conflito com o cristianismo.

E infelizmente até a Igreja cristã, influenciada pela sociedade, tem se corrompido, assimilando estes conceitos de tolerância religiosa e “diluiu” a pregação do evangelho para se adequar ao que podemos chamar de politicamente correto.

Mas, para transmitirmos um comportamento amoroso e compreensível diante da sociedade, precisamos nos esvaziar daquilo que acreditamos ser verdade (se é que acreditamos mesmo)? Será que foi assim na Igreja primitiva?

O livro de Atos refere-se à uma Igreja que contava com a simpatia de toda a população (At 2:47). Como será que eles conquistaram esta simpatia do povo? Pregando toda a verdade sobre o evangelho e o arrependimento ou omitindo a verdade? Sabemos que, um pouco antes disto, foi pregando a verdade sobre o arrependimento e a salvação em Jesus, corretamente embasado nas Escrituras, que através da ousadia de Pedro, o Espírito Santo converteu cerca de 3.000 pessoas em um só dia (At 2:14-40).

Dizer toda a verdade não é exatamente uma forma de demonstrar amor? Omitindo a verdade do povo não estamos pemitindo que eles continuem desviados dela e mostra que no fim das contas não temos paixão pelas almas que se perdem? Ou será que não acreditamos mais a Verdade de Cristo? Será que acreditamos que Ele não pregou a Verdade? Ou pior: será que estamos nos acomodando com a ideia de que todas as religiões levam a Deus?

Vejamos os comentários de David Limbaugh no prefácio do livro “Não tenho fé suficiente para ser ateu” (Norman Geisler e Frank Turek, pg. 10):

“Como cristão de que maneira se pode explicar a decisão de Cristo voluntariamente se submeter à indignidade e à humilhação da forma humana, a experimentar a total separação do Pai, a fisicamente aceitar toda a ira real do Pai pelos pecados do passado, do presente e do futuro de toda a humanidade e sofrer o indescritível tormento e morte na cruz se todos os outros caminhos levam igualmente até Deus? Que imensurável afronta à obra completa de Cristo na cruz! Que ato de deliberada desobediência às orientações de Cristo para que levamos o evangelho a todos os cantos da Terra! Pois se todas as religiões são iguais, então tornamos Cristo mentiroso e consideramos sua Grande Comissão uma farsa inútil, porque removemos todo o incentivo para evangelizar.”

São palavras fortes e verdadeiras. Afinal, por que Deus enviaria o Seu Filho para sofrer desta maneira inimaginável para nos reconciliar com Ele, se, no fim das contas, qualquer outra religião pudesse nos levar à Ele?

Além do mais, já que afirmamos que somos cristãos, qual o motivo para acreditar que as outras religiões são verdadeiras, se Cristo já havia ordenado pregarmos sobre Ele, como O CAMINHO, A VERDADE e A VIDA, a todas as nações? Qualquer atitude nossa de tentar conciliar as outras religiões com o cristianismo e frear a obra missionária deve ser considerada pecado.

Não, não estamos afirmando aqui que as demais religiões estão completamente erradas e muito menos que os seus adeptos são pessoas menos inteligentes ou menos honestas ou menos tementes a Deus. Pelo contrário, grande parte delas possuem ensinos verdadeiros valiosos, mas não possuem o ensino central sobre a redenção da humanidade por meio de Cristo.

As pessoas podem pregar algo durante a vida toda acreditando que aquilo é a pura verdade, mas podem estar sinceramente enganadas.

Mas à despeito de afirmamos que as pessoas de outras religiões estão sinceramente enganadas sobre grande parte do que pregam, este fato não nos dá o direito de desrespeitá-las, pelo contrário, a obra missionária deve ser executada sempre com respeito, cordialidade, lembrando que ninguém é melhor do que ninguém e que todos somos iguais perante a Deus.

Mas nada nos obriga a aceitar todo e qualquer sistema de crenças como sendo a verdade única e nada também os obriga a aceitar o evangelho como verdade, mas é Deus que fará a obra nos corações de cada pessoa, apenas devemos fazer a nossa parte com zelo e respeito. Mesmo porque é preceito bíblico estarmos sempre preparados para mostrar a razão da fé que pregamos e com mansidão e respeito, sem abandonar a verdade, mesmo que isso nos custe a popularidade que temos e que sejamos perseguidos (1Pe 3.15-18).

Os céticos e críticos da Bíblia a vêem como um livro tendencioso, escrito por pessoas tendenciosas, mas é assim que funciona:

Todo escritor religioso escreverá a sua obra com base naquilo que acredita ser a verdade.

Um cristão não precisa deixar de ler um livro de um ateu por ele ser ateu e escreve aquilo que acredita e um ateu não precisa deixar de ler uma obra cristã pelo fato dela ser cristã, pois ambos estão expressando o seu ponto de vista daquilo que acredita. Esta é a tendência, contanto que a paixão que o escritor nutre por seu objeto de estudo não atenue a sua objetividade.

Muitos escritores podem ser levados a exagerar em suas obras devido à paixão, todavia, muitos outros se tornam ainda mais meticulosos e precisos sobre aquilo que estão escrevendo devido ao grande laço afetivo que o une ao seu objeto de estudo, fornecendo assim, total credibilidade à mensagem que desejam transmitir. E foi exatamente este fato que ocorreu com os escritores bíblicos.

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Fonte de inspiração:
"Não tenho fé suficiente para ser ateu" (Norman Geisler e Frank Turek) - Editora Vida

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