Qual deve ser o nosso comportamento em relação à pessoas de outras religiões?
Este é o assunto de nosso estudo. Nosso objetivo é o saudável convívio entre as pessoas de diversas denominações religiosas, principalmente com aquelas adeptas das organizações que chamamos de "seitas" ou "religiões heréticas", primando sempre pelo respeito e amor cristão.
Não iremos aqui incentivar a união entre as inúmeras doutrinas religiosas, pois na esmagadora maioria das vezes, as doutrinas centrais, primordiais em questão são incompatíveis entre si, mesmo que algumas doutrinas secundárias sejam bastante semelhantes.
Nossa intenção primordial é aproximar as pessoas e não as religiões. Realmente não é uma tarefa fácil, pois talvez o assunto que gere mais polêmicas e discussões calorosas é justamente "religião". Ademais, não temos como negar que é inevitável (e necessário) o contato e o convívio entre as pessoas de várias religiões, seja na escola, faculdade, no trabalho, nas relações comerciais, através dos meios de comunicação, etc.
Destacaremos, portanto, doze princípios, entre outros, para que nos lembremos quando formos dialogar e trocar ideias com membros de outras religiões:
01) INTELIGÊNCIA E CARÁTER JAMAIS DEVEM SER SUBESTIMADOS
“Não estamos dizendo que todos os que pertencem a uma seita são desonestos ou mal intencionados. Existem muitas pessoas sinceras que caíram vítimas de falsos profetas” (fonte: http://www.ipb.org.br/).
Com toda razão. O simples fato de uma pessoa ser adepta de uma religião ou seita que acreditamos ser contrária a Palavra de Deus não a desmerece em nenhum momento, não quer dizer que seja uma pessoa má ou desonesta. Aliás, muitas vezes, infelizmente, é possível uma certa amizade maior com pessoas de outras religiões do que com aqueles que se dizem “cristãos”. Há pessoas honestas e desonestas em todos os setores da sociedade, inclusive no religioso.
02) A CUMPLICIDADE INCONSCIENTE COM AS OBRAS MALIGNAS
O deus deste mundo pecador, o diabo, cegou o entendimento dos não crentes (2Co 4:1-4). Devemos apresentar o evangelho vivo e verdadeiro de Cristo a eles, para que conheçam a única verdade (Jo 8:31-36; 14:6). Mas, simplesmente acusar as pessoas não crentes de estarem sendo usadas pelo diabo pode não ser uma estratégia adequada, pois em sua imensa maioria, eles estão honesta e sinceramente sendo enganados.
Além do mais, um dos piores sentimentos que podem ser herdados do debate religioso é quando os não crentes envolvidos em seitas e religiões pagãs se sentem acusados de participantes das obras do diabo, cúmplices dele. Satanás pode estar com certeza os influenciando, mas não podemos acusá-los de propositadamente se envolverem com ele, estas pessoas certamente jamais teriam este intuito.
Talvez com exceção dos satanistas, nenhum outro segmento “religioso” aceitaria esta acusação. Mesmo porque, como já afirmamos, estas pessoas, em sua maioria, não são desonestas ou más, elas, inclusive, realizam inúmeras atividades filantrópicas e beneficentes (muitas vezes com uma ênfase maior que os cristãos evangélicos) e não estão nem um pouco interessadas em um envolvimento com as obras das trevas (pelo menos em grande parte das vezes).
03) O NOSSO PREPARO BÍBLICO E ESPIRITURAL
É necessário muito preparo doutrinário, muita oração e jejum para estamos aptos para discutir saudavelmente sobre religião com adeptos de seitas. Precisamos estar habilitados e firmados na Palavra de Deus (At 18:28; Rm 10:17; 1Tm 4:16; 2Tm 3:16-17).
Muitos adeptos sabem muito mais da Bíblia dos que os crentes, que por sua vez, acabam passando por situações constrangedoras por não saberem confrontar ou argumentar doutrinariamente os sectários quando surge um questionamento. É necessário o discernimento “bereiano”, ou seja, semelhante ao que os cristãos da igreja de Beréia possuíam no primeiro século, analisando e comparando tudo o que eles ouviam das pregações dos apóstolos com as Escrituras Sagradas, para ver se realmente o evangelho estava sendo corretamente anunciado (Atos 17:11b).
É evidente que precisamos conhecer as doutrinas pregadas pelas seitas e religiões pagãs para um melhor preparo, mas, o ponto principal do nosso diálogo com adeptos de religiões e seitas pagãs é entregar a pura mensagem do evangelho salvador do Senhor Jesus Cristo. Muitas vezes ao dialogar com estas pessoas, criticamos tanto as suas crenças que elas acabam por não nos ouvir mais, se sentem tão constrangidas e magoadas que não querem ouvir a mensagem de arrependimento e salvação.
Nós, muitas vezes, só acusamos os seus defeitos e esquecemos de olhar para os nossos próprios defeitos, como o próprio Senhor Jesus ensinou.
Nós acabamos atacando tão tenazmente o corpo doutrinário que elas há muito tempo acreditam e defendem com zelo e amor que acabamos criando uma barreira sentimental e intelectual entre nós e eles difícil de remover.
Evidentemente existe momento e local adequado para questionamentos doutrinários e a adequada defesa de nossa fé segundo a direção do Espírito Santo. Portanto, não nos envergonhemos do evangelho, pois ele é o poder para a salvação daqueles que decidem crer (Romanos 1:16).
05) TODOS SOMOS IGUAIS PERANTE O ESTADO E PRINCIPALMENTE PERANTE DEUS
Uma atitude que seguramente devemos evitar também é a soberba religiosa: imaginarmos que somos melhores que as demais religiões ou superiores aos adeptos de seitas. Não, não pode ser assim. Devemos ser humildes e respeitosos, nos posicionarmos em nosso lugar e contexto devidamente. Não somos melhores do que ninguém, somos, sim, diferentes, pois, somos salvos pela graça salvadora de Deus pela fé em Cristo. E por isso mesmo devemos praticar as boas obras, levando a mensagem de salvação àqueles que ainda não a conhecem (Efésios 2:1-10).
Contudo, mesmo sendo, em termos de salvação, diferentes dos sectários, somos iguais a eles perante Deus e o Estado. Deus ama todas as pessoas, crentes ou não, igual e incondicionalmente. Ele não possui preferências, Ele não faz acepção de pessoas (Atos 10:34-35; Gálatas 3:28; Colossenses 3:11). E, por sua vez, o Estado também não faz diferença entre as pessoas, seja qual for a sua raça, posição social ou credo (vide Constituição).
Não podemos esquecer que A Verdade sobre a salvação da humanidade, Jesus Cristo, foi revelada apenas na Bíblia (que apenas fala a verdade), mas todas as pessoas e todas as crenças possuem outros ensinamentos que podem ser considerados verdadeiros. Existe muita verdade fora do cristianismo. Não podemos dizer que uma religião ou outra só prega mentiras.
Os espíritas, por exemplo, são grandiosos em boas obras e no amor ao próximo e devemos realizar boas obras (mesmo que cada religião as realize por motivos diferentes). Eles também crêem em muitos atributos de Deus como nós cremos, por exemplo.
Se algum membro de uma seita ou religião qualquer afirmar conceitos científicos verdadeiros, como por exemplo: "A Terra gira em torno do Sol", "A lua influencia as marés", "O clima da Terra está sofrendo mudanças dramáticas que merecem a nossa atenção", por que deveríamos discordar dele?
O que estamos afirmando é que devemos ter a sabedoria de verificar e reconhecer conceitos verdadeiros em todas as pessoas (e falsos também).
Não estamos incentivando a união doutrinária entre as religiões (e muito menos o ecumenismo), jamais, pois elas são divergentes entre si nos pontos principais. Já afirmamos também que A Verdade absoluta e única está em Jesus Cristo.
Afirmamos apenas que os diversos ramos do conhecimento humano e científico estão sobre o estudo e a administração de pessoas de todo mundo, de todas as raças e crenças. Deus dotou toda a humanidade de inteligência e de talentos naturais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário