“Senhor, ensina-nos a orar...” (Lc 11.1; ARA)
Muitas pessoas diante de seus planejamentos frustrados se deixam levar por questionamentos como:
“Para que orar, se Deus nunca responde as minhas orações? Eu planejo várias coisas, mas nenhuma dá certo!!”.
Será que estamos pedindo corretamente a Deus? Será que conhecemos o propósito de Deus para a oração?
Precisamos ter em mente que a oração é o meio pelo qual nos aproximamos de Deus, para adorar, suplicar, interceder, agradecer, enfim, estarmos principalmente em comunhão com Ele. A principal bênção da oração é estar em intimidade com Deus e Sua vontade. Ele quer ter um relacionamento conosco.
Um dos propósitos principais do sacrifício de Cristo por nós na cruz foi o de deixar livre o caminho entre nós pecadores (agora sendo santificados diariamente) e o nosso Pai celestial, eternamente, totalmente santo (Ef 2:18; cf. Hb 4:14-16). O próprio Jesus, na tão querida oração do “Pai nosso” nos ensina a colocar a vontade do Pai acima da nossa, em submissão e adoração (Mt 6:9-13).
Nossos planos devem estar submissos ao eterno plano de Deus. Muitos deles não dão certo, pois não procuramos saber antes qual é a vontade dEle para nós. O apóstolo João enfatizou essa verdade em uma de suas epístolas:
“E esta é a confiança que temos para com ele, se pedirmos alguma cousa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1Jo 5:14-15; ARA).
As nossas petições serão atendidas se estiverem de acordo com a vontade dEle. É Ele quem efetua em nós tanto o desejar como o realizar, segundo a Sua vontade (Fp 2:13).
Quantas vezes realizamos planos sem antes questionar se estão dentro da vontade de Deus? Na epístola de Tiago temos uma severa exortação a quem não planeja sua vida de acordo com o querer de Deus:
“Ouçam agora, vocês que dizem: 'Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro'. Vocês nem sabem o que lhes sucederá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam dizer: 'Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo'. Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna” (Tg 4:13-16; NVI).
Mesmo que nossos planos, projetos e intenções sejam bons, muitas vezes Deus tem um outro plano para aquele momento ou circunstância (Pv 16:9; cf. Pv 5:21; 16:1; 19:21; Jó 22:23-28). Paulo pediu a Deus três vezes para que fosse afastado dele o chamado “espinho na carne”, talvez um problema físico permitido por Deus, que o apóstolo recebeu para não se ensoberbecer após o seu arrebatamento ao Céu e as visões que teve (2Co 12:1-8).
Paulo, entretanto, não foi atendido, mas relatou o que ouviu do próprio Deus: “Então ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9a). E, então, concluiu com humildade e reverência: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2Co 12:9b; ARA; cf. v. 10).
Outras vezes pensamos que estamos confiando, mas na verdade ficamos cobrando de Deus respostas imediatas e murmurando (Is 45:8-12), pois às vezes Deus parece demorar em responder (Sl 77:5-13; Ec 7:10; Lc 18:7). Muitas outras vezes não recebemos nada, pois, não aprendemos a orar corretamente ainda ou pedimos algo a Deus que está em desacordo com ensinos de Sua Palavra. Tiago nos adverte que não devemos pedir algo para esbanjar em nossos próprios prazeres (Tg 4:3).
Na história de Josué, temos um episódio que demonstra que quando pedimos a Deus justamente algo que Ele está planejando realizar, milagres acontecem. Josué orou e o Sol parou. Esse milagre durou quase um dia inteiro (Js 10:12-14). Deus atendeu ao pedido de Josué, pois era de Sua soberana vontade dar a vitória a Israel naquela batalha e não porque Josué tinha algum poder em si mesmo (v. 14).
A oração pode apresentar três resultados diferentes. Ao clamarmos a Deus por Sua intervenção diante de uma situação, se a petição estiver de acordo com Sua vontade, ou o Senhor nos atenderá (Js 10:12-14; 2Cr 1:7-12) ou fará que aguardemos um tempo (Lc 18:7; Jo 11:1-44). Se o pedido for contrário a Sua vontade, Ele mostrará que devemos mudar as nossas intenções (Jo 16:8; Rm 8:26; 2Co 12:1-10).
Portanto, como podemos aprender a orar adequadamente? Com o auxílio do Espírito Santo. É Ele quem nos ensina a orar (Rm 8:26; Jo 14:26) e intercede por nós naquilo que está de acordo com a vontade de Deus (Rm 8:27; Sl 143:10).
Devemos buscar a vontade de Deus antes de planejar algo para nós, pois a instrução adequada para os nossos caminhos só pode vir dEle, de acordo com os seus eternos propósitos para nós:
“Ao homem que teme ao Senhor, ele o instruirá no caminho que deve escolher” (Sl 25:12; ARA - cf. v. 14; comparem com Is 48:17);
"Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você." (Sl 32:8; NVI);
"Mas os planos do SENHOR permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações." (Sl 33:11; NVI; comparem com Sl 92:5);
"Clamo ao Deus Altíssimo, a Deus, que para comigo cumpre o seu propósito." (Sl 57:2; NVI);
"Ensina-me o teu caminho, SENHOR, para que eu ande na tua verdade; dá-me um coração inteiramente fiel, para que eu tema o teu nome." (Sl 86:11; NVI);
"Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria. Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano. Consolida, para nós, a obra de nossas mãos; consolida a obra de nossas mãos!" (Sl 90:12,17; NVI).
Deus tem um plano eterno para a oração. Ela pode ser utilizada dentro da vontade soberana de Deus com muitas finalidades.
Portanto, oremos intensamente pelos nossos planos , mas não nos esqueçamos de planejar com a orientação do Senhor. Para encerrar, vamos deixar alguns sábios e edificantes versículos do livro de Provérbios que nos ensinarão como devemos realizar nossos planos (a versão utilizada é a NVI):
"Confie no SENHOR de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o SENHOR em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas. Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema o SENHOR e evite o mal" (Pv 3:5-7).
"O SENHOR vê os caminhos do homem e examina todos os seus passos" (Pv 5:21).
"Ao homem pertencem os planos do coração, mas do SENHOR vem a resposta da língua. Todos os caminhos do homem parecem puros, mas o SENHOR avalia o espírito. Consagre ao SENHOR tudo o que você faz, e os seus planos serão bem sucedidos. O SENHOR faz tudo com um propósito; até os ímpios para o dia do castigo" (Pv 16:1-4).
"Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o SENHOR determina os seus passos" (Pv 16:9).
"A sorte é lançada no colo, mas a decisão vem do SENHOR" (Pv 16:33).
"Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio. Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do SENHOR" (Pv 19:20-21).
"Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos..." (Pv 20:18a).
"Os passos do homem são dirigidos pelo SENHOR. Como poderia alguém discernir o seu próprio caminho?" (Pv 20:24).
"Todos os caminhos do homem lhe parecem justos, mas o SENHOR pesa o coração" (Pv 21:2).
"Os planos bem elaborados levam à fartura; mas o apressado sempre acaba na miséria" (Pv 21:5).
"Não há sabedoria alguma, nem discernimento algum, nem plano algum que possa opor-se ao SENHOR" (Pv 21:30).
"Não se gabe do dia de amanhã, pois você não sabe o que este ou aquele dia poderá trazer" (Pv 27:1).
Nem precisamos dizer mais nada. A Palavra de Deus fala por si só. Devemos adimitir, como o profeta Jeremias, que o nosso futuro está nas mãos de Deus e não em nossas próprias mãos:
"Eu sei, SENHOR, que não está nas mãos do homem o seu futuro; não compete ao homem dirigir os seus passos." (Jr 10:23).
Que Deus nos abençoe em nossos planos. Amém.
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