terça-feira, 29 de março de 2011

A NOVA CRIAÇÃO

“O Senhor me livrará também de toda a obra maligna, e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém” (2Tm 4:18).

Somos herdeiros com Cristo da vida eterna. Aqueles que estão em Cristo não são apenas novas criaturas, mas fazem parte de uma nova criação, uma nova era que já iniciou com a morte e a ressurreição de Cristo. O apóstolo Paulo afirmou que Cristo morreu e ressuscitou para ser o primeiro da ressurreição dos mortos quando Ele voltar (1Co 15:20-27) e que a nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a Cristo, que transformará os nossos corpos semelhantes ao dEle (Fp 3:20-21).

Em 2 Coríntios 5:1-8, Paulo diz que se o nosso corpo físico se desfizer, nós temos a promessa de Deus do corpo ressurreto e eterno e que apesar das cargas e sofrimentos que levamos por estarmos neste corpo ainda, não queremos ser apenas desencarnados, mas receber o corpo imortal, e que foi Deus que nos preparou para isso nos dando o Espírito Santo (vv. 1 a 5).

Sendo assim, como será o nosso corpo imortal? (1Co 15:35). Na passagem de 1º Coríntios 15:35-58, o apóstolo Paulo nos revela ensinamentos essenciais a respeito da ressurreição geral dos mortos e da natureza do corpo que receberemos então. Charles C. Ryrie em seus comentários na Bíblia Anotada, observa em relação aos versículos 35 ao 41:

“Aqui Paulo trata de dois erros comuns quanto à natureza do corpo ressurreto: (1) o de que este é o mesmo corpo que foi colocado no túmulo, apenas ‘reconstituído’; e (2) o de que este novo corpo não tem qualquer relação com o ‘original’. Paulo explica aqui que é o corpo que Deus escolheu dar aos ressurretos (v. 38), que é relacionado ao primeiro (v. 36), mas é diferente em sua essência (vv. 39-41)” (p. 1453).

Nosso corpo imortal será como o de Cristo glorificado (Fp 3:20-21; 1Jo 3:2; Sl 17:15). Mas, as qualidades do corpo ressuscitado não são discutidas amplamente nas Escrituras, exceto por algumas insinuações de como era Jesus e os seus aparecimentos após a ressurreição. Norman Geisler trouxe alguns esclarecimentos sobre este assunto em matéria da Revista Defesa da Fé (abril/2004), intitulada “Eu creio da ressurreição da carne”:

“(...) Isto está de acordo com o que o apóstolo ensina: ‘Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual’ (1Co 15:44) (...) O próprio Jesus disse que o corpo no qual ressuscitou era de ‘carne e ossos’ (Lc 24:39). Falando sobre a ressurreição de Cristo, Pedro insistiu neste assunto ao pregar que a ‘carne dele (Jesus) não viu a corrupção’ (At 2:31) (...) Além disso, Jesus se alimentou pelo menos quatro vezes após sua ressurreição (Lc 24:30; 24:42-43; Jo 21:12-13). Ele também mostrou as cicatrizes de sua crucificação quando desafiou Tomé, dizendo: ‘Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente’ (Jo 20:7)” (p. 19).

Após a ressurreição, Cristo tinha a forma visível e podia ser tocado, mas mesmo assim foi capaz de passar através de madeira sólida sem ser modificado (Mt 28:9; Lc 24:39; Jo 20:26-27). Maria Madalena e os discípulos o reconheceram de um relance (Jo 22:16,18,20). Através destas passagens que temos visto podemos ter um vislumbre de como este corpo imortal será e quais serão suas qualidades. Nosso corpo material é mortal, corruptível, sujeito a morrer, enquanto que, o corpo ressurreto será incorruptível, imortal, imperecível (Jo 14:17; 1Co 15:53-54). Os defeitos desta vida não existirão na ressurreição.

A criação será restaurada para que possa ser purgada de todos os efeitos do pecado (2Pe 3:7,10,12) e nos será apresentada a nova criação. A cidade celestial será a morada de todos os santos (Hb 12:22-24), a noiva de Cristo (Ap 21:9-10), e o lugar que Cristo está preparando para o Seu povo (Jo 14:1-3). É importante lembrar, entretanto, que o Céu (presença pessoal de Deus) para onde os cristãos vão ao morrer, não é o Céu definitivo da eternidade onde todos estarão com Ele. Herbert Lockyer, em seu livro “Apocalipse: o drama dos séculos”, salienta esta diferença:

“’Céu’ em 21:1 não significa a presença imediata de Deus, mas o céus aéreos – isto é, tudo o que se encontra entre a terra e o próprio Deus. Era o céu antigo que Satanás operava, portanto, não era limpo à vista de Deus. Um novo céu deve ser criado e tão diferente que o sol, a lua, as estrelas e propriedades atmosféricas já não sejam necessários. Finalmente haverá um alvorecer sem o pôr-do-sol. As Escrituras mencionam três céus: 1) O terceiro céu, ou o céu real, é o lugar para o qual Paulo foi levado – a presença imediata de Deus. É a região da glória divina e também o lugar onde habitam os anjos e os santos (2 Coríntios 12:1-5). 2) O segundo céu, ou o céu astronômico, é o lugar do sol, da lua e das estrelas (Jó 38:31-33). 3) O primeiro céu, ou o céu atmosférico, é o ar que nos rodeia. Temos referência a Satanás como príncipe desta região (Efésios 2:2). Uma vez que o primeiro céu (habitação de Deus), é eterno, não é, pois, sujeito a nenhuma mudança. ‘Um novo céu’ implica a transformação dos céus aéreos e astronômicos (...)” (p. 212).

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