INTRODUÇÃO
"Escrevo-lhe estas coisas, embora espere ir vê-lo em breve; mas, se eu demorar, saiba como as pessoas devem comportar-se na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade." (1Tm 3:14-15).
Depois de recomendar e exortar ao jovem pastor Timóteo à respeito do procedimento dos cristãos para com a Igreja de Cristo, o apóstolo Paulo mencionou que a Igreja, a casa de Deus é COLUNA E FUNDAMENTO DA VERDADE. Isso é muito sério. A verdade está sustentada neste mundo pela Igreja. Mas, infelizmente, muitos e muitos de seus membros estão se afastando da sã doutrina. Mas o que é exatamente essa sã doutrina? A própria Bíblia interpreta ela mesma como sempre e nos traz a resposta:
"Sabemos que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. Também sabemos que ela não é feita para o justo, mas para [...] todo aquele que se opõem à sã doutrina. Esta sã doutrina se vê no glorioso evangelho que me foi confiado, o evangelho do Deus bendito [...] Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores." (1Tm 1:8-9b,11,15a).
"Retenha, com fé e amor em Cristo Jesus, o modelo da sã doutrina que você ouviu de mim." (2Tm 1:13).
"Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina." (Tt 2:1).
Ora, a sã doutrina bíblica nada mais é do que o evangelho de Cristo, as boas novas de que Deus enviou Seu Filho ao mundo para morrer em lugar dos pecadores (mesmo que tenha sido por um grupo definido, eleito, limitado). Toda a obra de salvação foi impuncionada pela graça de Deus, o ser humano não precisa dar e fazer nada para Deus para que Ele o ame mais ou menos. Mas esses princípios balisares estão sendo deturpados. Agora, o ser humano ensina que devemos barganhar com Deus, que as bênçãos divinas, principalmente uma vida próspera, depende de valor de nossas ofertas e contribuições financeiras. Bem, prestemos muita atenção nessas palavras:
"Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada entende." (1Tm 6:3).
Quem ensina falsas doutrinas em descordância com a sã doutrina de Cristo e com o ensino de uma vida piedosa e de contentamento, essa pessoa tem um espírito orgulhoso, arrogante, ela não é humilde e não aceita uma vida simples, o que possivelmente a levará à avareza. Essa pessoa não compreendeu a verdade do evangelho. Inevitavelmente, ela possue a mente corrompida e é privada da verdade, pensando, portanto, que uma vida piedosa necessariamente deve ser uma fonte de lucro e não de contentamento (vejam o contexto em 1Tm 6:3-8).
E o apóstolo Paulo já havia recomendado que um líder de igreja, entre tantas outras características, devia se apegar firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela (Tt 1:9). Será que os líderes da igreja evangélica estão apegados FIRMEMENTE à sã doutrina, DA MANEIRA COMO FOI ENSINADA, para encorajar outras pessoas, REFUTANDO aqueles que estão pregando o contrário dela? Muitos não estão seguindo essas recomendações (infelizmente um número cada vez maior), mas graças a Deus, uma boa parte de pregadores no nosso país se mantém firmes à sã doutrina bíblica. Sem mencionar o desejo que Paulo exprimiu de ver o crentes de filipos permanecendo firmes, num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica, sem de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opusessem a eles (Fp 1:27-28).
Será que poderíamos usar a seguinte advertência do autor da epístola aos Hebreus para este problema?
"Por isso, é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos." (Hb 2:1).
Em face a estas considerações sobre a sã doutrina, evidentemente, se alguma distorção doutrinária está corrompendo a Igreja, corrompendo pessoas que deveriam permanecer "sadias na fé" e não darem atenção a ensinamentos meramente de pessoas que rejeitam a verdade (conforme Tt 1:13-14), metaforicamente, podemos chamar essa distorção de doutrina enferma, ou melhor, "CÂNCER"....ou melhor ainda: "câncer doutrinário comportamental": a satânica teologia da prosperidade é uma doutrina herética que leva a comportamentos heréticos evidentemente. Ela é pregada e propagada por líderes e pastores evangélicos desviados da sã doutrina da graça de Deus e da teologia da Cruz, àvidos em aumentar apenas em quantidade e não em qualidade os fiéis de sua igreja, aumentando assim a arrecadação da mesma. Muitos destes fiéis são despreparados biblicamente falando, são imaturos na fé e buscam veementemente e urgentemente uma bênção na área da saúde, familiar ou financeira, geralmente eles buscam e até mesmo ousam determinar um milagre, como se fosse possível.
É, essa é uma palavra forte, mas é a verdade. A Teologia da Prosperidade é um "câncer espiritual" infiltrativo no Corpo de Cristo, a Igreja. E o pior: as áreas do Corpo atingidas por este "câncer" parecem que nem estão sentindo mais os sintomas (se é que algum dia sentiram). Quem apoia esta doutrina deveria estar sentido no mínimo ânsia de vômito, devido à podridão que ela carrega dentro de si. Parece que estamos exagerando? Com a leitura dos estudos que já postamos anteriormente unida às demais partes do estudo, cremos que muitos ou quase todos concordarão conosco.
Mas, por que nós chamamos a Teologia da Prosperidade de Teologia da Mediocridade? É bem simples e já vamos explicar o porquê. Vejamos um versículo para iniciar a nossa refutação bíblica contra a teologia da prosperidade:
"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo." (Ef 1:3).
Deus Pai nos abençoou com TODAS as bênçãos ESPIRITUAIS. O texto não diz bênçãos materiais (apesar de que elas vêm de Deus também). E mais, as reais bênçãos, as eternas, as espirituais, estão nas regiões celestiais, não aqui na Terra. Aliás, seja provando uma vida piedosa com contentamento aqui na Terra ou até mesmo passando pela morte, nós poderemos nos considerar ricos (Fp 1:21; 1Tm 6:6). Também podemos alcançar a riqueza do pleno entendimento em Cristo, onde estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Cl 2:2-3).
A Teologia da Prosperidade na verdade é a Teologia da Mediocridade simplesmente pelo fato de que, prometendo riquezas e saúde constantes aqui na Terra, ela faz com que as pessoas se afastem das promessas gloriosas do Céu, onde nos está reservado o verdadeiro tesouro, o próprio Senhor Jesus, onde está a nossa herança, pois somos herdeiros do Pai Celeste e co-herdeiros com Cristo. Desfrutaremos no Paraíso de uma vida eterna na presença santa e gloriosa do nosso Deus, com todos os demais cristãos, remidos, sem dor, sem tristeza, sem choro, sem luto. Essa é a maior riqueza que um ser humano pode anelar.
Pensando deste ponto de vista bíblico, a Teologia da Prosperidade é ridícula, pois ela erra o alvo. A verdadeira e eterna prosperidade será no Céu, onde seremos infinitamente mais ricos e saudáveis do que em qualquer circunstância aqui na Terra. A Teologia da Prosperidade é pura mediocridade se compararmos suas promessas falsas com as riquezas prometidas a nós para a vida eterna, a herança eterna (Hb 9:15), do nosso Pai Celeste gloriosamente rico (Ef 3:16a). Fomos regenerados conforme a grande misericórdia de Deus Pai para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o valor, uma rica e gloriosa herança guardada nos céus (1Pe 1:3-4; Ef 1:14,18; Cl 3:24; Tt 3:7b), uma coroa que dura para sempre (1Co 9:25b).
Paulo iniciou sua epístola a Tito afirmando que o propósito da mesma era...
"...para levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade; fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o Deus que não mente prometeu antes dos tempos eternos." (Tt 1:1-2).
Percebamos: as instruções do apóstolo tinham o objetivo de nos levar à fé e ao conhecimento da verdade que leva à piedade. Verdade, sã doutrina, que leva à uma vida piedosa e não de avareza. E mais: essa fé e esse conhecimento gerados em nós são alicerçados na esperança da vida eterna e não na esperança de uma vida terrena e materialista. Aliás, uma vida eterna verdadeira, garantida, pois foi prometida por Deus, que jamais mente.
Devemos acumular tesouros espirituais no Céu e não promovermos uma corrida insana por acúmulo de riquezas aqui na Terra (Mt 6:19-20). Não podemos servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo (Mt 6:24). Afinal, do que adiantaria ganhar toda a riqueza do mundo e perder a oportunidade de salvar sua alma? (Mt 16:26). Como no caso do encontro de Jesus com o jovem rico, que com tristeza no coração devido ao seu apego aos seus bens, não abriu mão de sua riqueza e rejeitou o apelo do Senhor em segui-Lo, ocasião quando Cristo afirmou o quanto é difícil um rico entrar no Reino de Deus (Mt 19:16-26). É mais difícil, mas não impossível, aliás.
Devemos nos alegrar no Senhor e não nas riquezas (Fp 4:4). Devemos estar felizes com aquilo que possuímos (não necessariamente acomodados). Se tivermos roupas e alimentos, estejamos contentes. Tendo o que comer e com que vertir-nos, estejamos com isso satisfeitos (1Tm 6:8; comparem com Mt 6:25-33; Lc 3:14b). A nossa suficiência (ou capacidade) vem de Deus (2Co 3:5). Não nos esqueçamos que avareza é pecado e é idolatria também e seus praticantes não herdarão o Reino de Deus (1Co 6:9-10; Ef 5:5; Cl 3:5). Inclusive os cristãos que fazem parte da liderança e organização da Igreja não devem nutrir um apego pelo dinheiro e por maneiras de obter lucros desonestamente (1Tm 3:3,8; Tt 1:7).
"Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: 'Nunca o deixarei, nunca o abandonarei'" (Hb 13:5).
Lembremo-nos do profeta João Batista, que foi tremendamente usado por Deus. Suas roupas eram de pêlos de camelo, ele usava um cinto de couro na cintura e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre (Mt 3:4), no entanto, apesar de tamanha simplicidade, o Senhor Jesus afirmou que entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista (Mt 11:11). Que tremendo testemuho o próprio Jesus Cristo transmitiu à respeito de João Batista. A grandeza deste importante profeta, portanto, com certeza não estava nos bens que possuía.
Amar o dinheiro, desejar se enriquecer de forma compulsiva e descontrolada só nos traz cruéis armadilhas que arruinam a nossa vida, nos traz muito sofrimento e nos faz desviar da fé:
"Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos" (1Tm 6:9-10).
Salomão do alto de sua sabedoria também advertiu a corrida exagerada por riquezas:
"Não esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso! As riquezas desaparecem assim que você as contempla; elas criam asas e voam como águias pelo céu." (Pv 23:4-5).
"Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos. Isso também não faz sentido. Quando aumentam os bens, também aumentam os que os consomem. E que benefício trazem os bens a quem os possui, senão dar um pouco de alegria aos seus olhos? O sono do trabalhador é ameno, quer coma pouco quer coma muito, mas a fartura de um homem rico não lhe dá tranquilidade para dormir." (Ec 5:10-12).
O pastor e escritor Charles R. Swindoll teceu sábias e interessantes asseverações sobre este tema:
"Falando de forma geral, há dois tipos de testes na vida: a adversidade e a prosperidade. Dos dois, o último é o mais difícil. Quando a adversidade chega, as coisas se tornam simples; o alvo é a sobrevivência. É o teste de manter o básico, como comida, roupa e moradia. Mas quando a prosperidade chega, cuidado! As coisas se complicam. Todos os tipos de tentações sutis chegam também, exigindo satisfação. É em tal circunstância que a integridade da pessoa é colocada à prova." (Livro "Rise & Shine: A wake up call", pp. 194-195, citado no livro "Super Crentes" de Paulo Romeiro, p. 75, segunda edição).
O amor ao dinheiro é o grande problema. Possuir dinheiro e até mesmo muito dinheiro não é o problema em si geralmente, mas é preciso saber administrá-lo adequadamente. TODOS os nossos bens devem ser instrumentos para honrarmos a Deus (Pv 3:9-10). Observemos mais uma vez as sábias afirmações de Paulo Romeiro:
"À luz das Escrituras, não é errado o cristão procurar enriquecer ou buscar prosperidade financeira. Deve-se mesmo orar pelo pão de cada dia (não é de cada ano, pois Jesus não ensinou acúmulo de bens materiais), por um emprego melhor, por uma casa e um carro melhores e várias outras coisas que são bênçãos que acompanham a salvação. Tudo isso é válido. Entretanto, o dinheiro pode ser um ótimo empregado, mas nunca será um bom patrão. Se o cristão souber controlar ou administrar, com sabedoria e equilíbrio, o dinheiro que lhe chegar as mãos, vai ser uma bênção. No entanto, se for controlado por ele, será certamente uma tragédia. Além disso, nem todo cristão tem estrutura para administrar uma grande soma de dinheiro. Há muitos exemplos disso. Então, o melhor é viver não na miséria, mas na dependência de Deus, que sabe cuidar muito bem de seus filhos. As palavras de Jesus sobre isso descritas em Mateus 6:33 são fidedignas. Portanto, os bens materiais não devem constituir a prioridade número um na vida do cristão, mas sim o crescer no conhecimento de Deus, de sua Palavra, na comunhão do Espírito Santo, servindo o Corpo de Cristo e desenvolvendo intimidade com ele. Não existe riqueza maior que essa." (Paulo Romeiro no livro "Decepcionados com a graça", p. 113).
No livro de provérbios de Salomão encontramos uma linda oração de Agur, no capítulo 30, que nos faz refletir no equilibrio que devemos cultivar na administração dos nossos bens sem abandonar a fé e no contentamento de uma vida piedosa em santificação ao Senhor:
"Duas coisas peço que me dês antes que eu morra: Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: 'Quem é o SENHOR?' Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus." (vv. 7-9).
Lembram-se da lenda da "galinha dos ovos de ouro"? Pois é, mera lenda. A riqueza material, salvo exceções como uma herança milhionária ou algum prêmio milhionário promovido na mídia, não vem de uma hora para outra e nem "cai do céu", não surge instantaneamente.
Seja o rico ou o pobre, ambos possuem algo em comum que é Deus como o Criador deles (Pv 22:2), e que nos ensina através de Sua Palavra que se queremos melhorar as nossas finanças, ter mais dinheiro, devemos trabalhar diligentemente com as próprias mãos, sem preguiça e com sabedoria e honestidade e teremos o nosso próprio sustento, Ele, o Criador nos honrará. Estes preceitos permeiam inúmeras passagens bíblicas, tanto no Antigo como no Novo Testamento (Pv 6:6-11; 10:4 e 22; 11:18; 12:11; 13:4; 14:23; 15:16-17; 16:26; 18:9 e 11; 19:15; 20:4, 13 e 21; 21:5, 20 e 25; 22:4 e 29; 24:27, 33 e 34; 28:6,19; Ec 3:13; 5:19; 11:4; At 20:33-34; Ef 4:28; 1Ts 4:11-12; 5:14; 2Ts 3:6-12; Tt 3:14).
Em toda a problemática que circula a teologia da prosperidade, nos deparamos com mais um exemplo da famosa expressão "texto fora do contexto como pretexto". Em outras palavras, muitas pessoas "pegam" o tão querido versículo "Tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4:13), isoladamente, fora de seu contexto textual, fora da intenção original do autor e com isso acreditam que o texto está dando carta branca para termos tudo de bom nesta vida, que podemos fazer e ter tudo, mas é uma grande falácia (equívoco) de interpretação, pois se verificarmos os versículos anteriores, veremos que o apóstolo afirmou:
"...aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade..." (vv. 11-12).
Ele aprendeu a se adaptar a todas as circustâncias, não apenas às boas, àquelas de fartura, que nos trazem apenas prazer, mas também de passar necessidade e até fome. E será que poderíamos atualmente fazer uma declaração como essa? Será que já descobrimos e já aprendemos o segredo de viver contente em qualquer situação? Será? O segredo é viver com Cristo. Nele, sim, em todas as circunstâncias, boas ou adversas, temos capacidade para fazer qualquer coisa, qualquer coisa que seja de Sua vontade, segundo os Seus justos e santos propósitos, pois a força vem DELE, é ELE quem nos fortalece, se estivermos em comunhão com ELE e na direção DELE, ou seja, se estivermos NELE, pois é uma união espiritual nossa com o Senhor Jesus, pois aqueles que se unem a Ele, se tornam um com Ele (1Co 6:17; comparem com 1Ts 5:10).
E mais adiante, ma mesma epístola, o apóstolo Paulo ainda afirmou que Deus iria suprir TODAS as necessidades deles, dos filipenses, de acordo com as Suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus (v. 19), que depois de Sua ascenção ao Céu, glorificado, voltou a desfrutar, na totalidade, das riquezas da eternidade e da divindade, mas durante Sua passagem na Terra, mesmo sendo Deus Filho, não tinha nem um lugar para reclinar a cabeça (Mt 8:20). Ele mesmo é a antítese, a realidade totalmente oposta da Teologia da Prosperidade, pois nos ensinou uma vida simples, humilde e nos advertiu contra a ganância, pois a nossa vida não consiste na quantidade de bens que possuímos (Lc 12:15). E tudo indica que seus apóstolos seguiram este ensinamento (At 3:6).
O autor de Hebreus exorta a que os cristãos lembrem-se das lutas, sofrimento, insultos, tribulações que suportaram e, entre a prática de boas obras, aceitaram alegremente o confisco do seus próprios bens, pois sabiam que possuíam bens superiores e permanentes (Hb 10:32-34; comparem com 2Tm 3:11-12). Que situação!! Será que hoje nós também teríamos a mesma reação? É evidente que precisamos zelar dos bens materiais que Deus nos dá, mas será que, almejando ardentemente as riquezas celestiais, aceitaríamos com alegria que estes bens materiais que Deus nos deu fossem retirados de nós? Difícil não é mesmo? Os pregadores da teologia da prosperidade com certeza não incluirão este texto bíblico em suas mensagens.
Sigamos o exemplo da igreja primitiva em seu início, quando os cristãos não tinham apego aos seus bens e compartilhavam tudo e até mesmo vendiam seus bens e distribuiam o dinheiro aos demais conforme a necessidade de cada um de tal forma que não havia nenhum cristão passando necessidades materiais (At 2:45; 4:32-35; comparem com Rm 12:13; Hb 13:16). Difícil ou quase impossível imaginar esta cena nos dias atuais não é mesmo?
Aliás, em se falando em desapego aos bens materiais e o generoso compartilhar com os necessitados, o apóstolo Paulo trouxe uma bela e preciosa lição (na verdade, uma ordem) de como aqueles que são ricos devem agir com estes assuntos, uma vez que, como mencionamos no início, é muito difícil um rico entrar no Céu, mas não é impossível. Com esta receita do apóstolo, certamente eles estarão investindo no tesouro celestial da próxima vida, comportamento que é fruto de alguém que, não deposita sua confiança nas riquezas, mas segue a Cristo e deposita sua confiança na provisão do Mestre:
"Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfaçao. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida." (1Tm 6:17-19).
Como vimos, ser rico, ser próspero, não é o problema, mas o problema é qual a atitude que cada pessoa rica terá diante de sua prosperidade: avareza ou generosidade? Ela será rica apenas financeiramente e se afastará da fé em Cristo ou continuará sendo discípula de Cristo e também rica e generosa em boas obras?
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NOTA: Todos os textos das Escrituras foram transcritos da NVI (Nova Versão Internacional)
Para complementar o nosso estudo, por favor, acessem:
Muito bom amados, Deus continue vos abençoando.
ResponderExcluirpaz meu querido
ResponderExcluirgostei muito do texto, e concordo plenamente e digo mais a T. da prosperidade é uma fraude é a causa da desvalorização do Evangelho puro e autentico.
gostei muito do texto.
um forte abraço
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