sábado, 31 de julho de 2010

A SANTIFICAÇÃO E OS PRÓPÓSITOS DO CORAÇÃO

INTRODUÇÃO

Santificação não é um evento específico que ocorre na carreira cristã como a conversão, mas, ocorre a partir do momento da conversão, quando diariamente nos santificamos, nos aperfeiçoamos em santidade, ou seja, nos separamos para Deus, deixando que Ele molde o nosso ser, o nosso caráter, de acordo com os propósitos Dele, buscando um padrão de vida puro diante Dele, nos livrando cada vez mais do poder escravizador do pecado até que cheguemos à perfeição no Céu (Pv 4:18; Rm 7:15-19; 2Co 7:1; Gl 5:16-25; Ef 4:12; Fp 3:12-14).

A vontade de Deus para nós é que nos santifiquemos (Jo 17:17-19; 1Ts 4:13), pois, Ele é santo (Lv 11:45; 1Pe 1:15), e nos ama e quer que tenhamos uma íntima comunhão com Ele (Sl 25:14; Pv 3:32), sem a influência do pecado que nos separa dEle (Is 59:1-2; 2Co 6:16) e dá um péssimo testemunho (Mt 5:13-16), pois, o corpo do cristão é santuário do Espírito Santo (1Co 3:16; 6:19) e sem a santificação jamais veremos o Seu poder atuando em nossas vidas (Js 3:5) e muito menos o próprio Deus pessoalmente (Hb 12:14).

Portanto, como podemos manter uma conduta santa, que agrade a Deus e dê bom testemunho da nossa fé, num mundo tão pervertido e escravizado pelo pecado?

OS PROPÓSITOS DO CORAÇÃO

Vamos estudar a origem dos nossos pensamentos e atitudes: o coração, ou seja, a mente, à luz da Palavra de Deus, pois ela é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4:12).

A mente humana, mais popularmente chamada de “coração”, é a origem de todas as nossas ações, de nossos desejos e sentimentos bons ou maus (Mt 15:19; Mc 7:20-23). O coração de uma pessoa revela e reflete o seu interior, assim como o rosto é refletido na água (Pv 27:19). Devemos cuidar de nossos pensamentos, pois, o ensino de que a boca fala do que o coração está cheio é bíblico e, conseqüentemente, verdadeiro e atual (Lc 6:45).

O Senhor Jesus ensinou que a nossa maneira de expressar reflete diretamente aquilo que pensamos, ou seja, o que está em nossa mente (coração) e que a mesma revela o nosso caráter (comparem com Rm 10:9-11). Cristo ensinou mais: seremos julgados pelos nossos pensamentos, refletidos em nossas ações (Mt 12:33-37).

No livro do profeta Jeremias encontramos uma passagem que ensina exatamente o mesmo: Deus conhece o coração maligno dos homens e nos recompensará de acordo com nossas ações (Jr 17:9). Podemos perceber que neste texto a Palavra não afirma que a recompensa será segundo os nossos pensamentos e, sim, segundo as nossas ações, pois elas refletem o que está em nossa mente.

Não podemos enganar a Deus, Ele é onisciente. Todos os nossos pensamentos, mesmo antes de virem à nossa mente já são conhecidos por Ele (1Sm 16:7; Pv 15:11; 20:27; Jr 17:17).

Mas, como podemos zelar melhor pelos nossos pensamentos? Devemos tomar cuidado com pelo menos três fatores básicos que compõem os pensamentos da mente humana:

Primeiro: A natureza pecaminosa inerente ao ser humano (Gn 8:20-21; Jó 15:14-16; Sl 51:5; Ec 7:20; Mc 7:20-23);

Segundo: O que nós ouvimos e aprendemos (Jó 12:11; Sl 78:3-4a; Pv 25:12; Tg 1:19-20); e

Terceiro: O que nós vemos e aprendemos (Gn 3:6; Sl 101:1-3; Mt 5:27-30; 6:21-23).

Considerando todos estes elementos, o que devemos fazer, então, para que tenhamos pensamentos que agradem a Deus? Vamos citar sete atitudes recomendadas, entre tantas outras, pelas Escrituras Sagradas:

Primeira: Adquirir entendimento constantemente (Pv 2:2; 3:5; 4:5; 9:6; Ef 1:17-18; 2Pe 3:1);

Segunda: Filtrar apenas pensamentos edificantes (1Co 2:14-16; 10:23; Ef 2:1-3; 4:17-24; Fp 1:9-11; 1Ts 5:21; Tt 1:15);

Terceira: Renovar a nossa mente para cultuar a Deus racionalmente com o nosso corpo, não nos amoldando ao comportamento secular e experimentando a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:1-2; Ef 4:23);

Quarta: Dominar os próprios pensamentos (1Co 6:12; 2Co 10:3-5; Gl 5:22-23; 2Pe 1:5-7);

Quinta: Examinar o nosso coração (Sl 139:23-24; Pv 20:5; 1Co 2:11; 11:28);

Sexta: Purificar a nossa mente e nossa consciência (Sl 24:3-5; 51:5-11; 1Co 4:4; 2Co 1:12; 1Tm 1:5,18-19; Hb 9:12-14);

Sétima: Utilizar a “armadura” de Deus contra os ataques das forças das trevas (Ef 6:10-18).

Para termos uma mente saudável e pura temos um ensino prático deixado pelo apóstolo Paulo na epístola aos filipenses, capítulo 4, versículos 4 ao 8:

Primeiro: Nossa alegria deve estar em Deus (v. 4);

Segundo: Devemos transparecer um comportamento de moderação (v. 5); e

Terceiro: Não devemos dar chance a ansiedade, mas termos atitude de oração em petição e gratidão diante de Deus (v. 6).

Mantendo essas atitudes, temos a promessa no versículo seguinte (v. 7): “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus“.

Encerrando o ensino, Paulo lista tudo o que deve ocupar a nossa mente (v. 8):

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.

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