domingo, 2 de janeiro de 2011

ORANDO SEM CESSAR, MAS SEM ERRAR


Aleluia! O sacrifício do Senhor Jesus por nós na cruz nos reconciliou com Deus Pai e, assim, temos livre acesso a Ele, podendo nos aproximar do Trono da Graça com confiança (2Co 5:14-21; Hb 4:14-16; 10:19-22). Contudo, por mais sinceras que sejam as nossas orações, podemos estar involuntariamente equivocados em algumas afirmações ou comportamentos específicos.

Deus deseja que amadureçamos mais no Seu conhecimento e nos tornemos mais preparados e habilitados através do conhecimento de Sua Palavra (Os 4:6a; 6:6; Mt 22:29; Jo 17:17; Hb 5:11-14; 2Tm 2:15; 3:16-17). Citaremos oito equívocos, dentre outros, com os quais devemos tomar cuidado para não cometermos em nossas orações, pois, todos nós estamos suscetíveis à falhas (1Co 10:12-13; Gl 6:1-3).

Primeiro: A frase, por exemplo: “Perdoa, Senhor, a nossa multidão de pecados”. O cristão verdadeiro não pode ter uma “multidão” de pecados. Mesmo que o processo de santificação termine apenas no Céu (Pv 4:18; Fp 3:12-14) e que pelo menos um pecado nós cometamos (Ec 7:20; Tg 2:8-11), isso não é justificativa para uma vida de pecado constante (1Jo 1:5-10; 2:1-2; 3:4-10; 5:18), mesmo porque o Espírito Santo convence o cristão de seus pecados e dá discernimento entre o certo e o errado (Jo 16:8-11; 1Jo 2:20,27; 3:19-21).

Segundo: A frase, por exemplo: “Senhor Jesus, querido Pai Celestial...”. Se orarmos desta forma, estaremos realizando uma confusão teológica. Jesus Cristo é Deus Filho e não Deus Pai. Apesar do Senhor Jesus ser Deus (Jo 1:1; Cl 1:15; 2:8-9; Fp 2:5-6; Hb 1:1-3) e podermos seguramente orar a Ele (Mt 18:19-20; At 7:54-56, 59-60; 1Jo 5:13-15), a Bíblia afirma que Deus Pai e Deus Filho, mesmo tendo a mesma essência divina, a mesma glória, majestade e poder, são pessoas distintas (Mt 3:17; Mc 1:35; Lc 5:16; 6:12; 9:28; Jo 10:15; 11:41; 14:6; 15:24; 17:17; Ef 1:3,17).

Terceiro: Alguns segmentos religiosos adotam orações repletas de repetições, como, por exemplo, “Senhor Jesus, Senhor Jesus, Senhor Jesus, abençoa o meu lar, abençoa o meu lar, abençoa o meu lar, abençoa o meu lar”. O pedido está correto, mas, a questão está justamente nas vãs repetições. Muitas frases, por exemplo, são repetidas mais de dez vezes! Muitas delas parecem “mantras” (tipo de rezas realizadas por algumas seitas - cf. 1Rs 18:26). Jesus nos ensinou que não devemos utilizar vãs repetições em nossas orações, acreditando que, desta forma, seremos ouvidos (Mt 6:7-8). O que Deus quer de nós é que sejamos perseverantes em oração e não repetitivos na mesma oração (Lc 18:1-7; At 12:5; Rm 12:12b; Cl 4:2; 1Ts 5:17).


Quarto: Muitas vezes apenas fazemos pedidos em nossas orações, mas, há tanto para agradecer a Deus (Sl 40:5; 126:3)! Os mesmos motivos que nos levam a suplicar, podem ser também usados para agradecer (ex: família, emprego, igreja, saúde, etc.). Podemos, sim, orar especificamente por algo (Mt 6:9-13; Fp 4:6; 1Jo 5:13-15) e interceder (1Sm 12:23; Rm 15:30-32; Ef 1:15-17), mas, não devemos nos esquecer de incluir também em nossa vida de oração a adoração (Mt 6:9; Jo 4:23-24; Fp 3:3) e a gratidão (Ef 1:16; Cl 3:15-17; 1Ts 5:18).

Quinto: A frase, por exemplo: “Satanás, você não tem poder sobre nós, em nome de Jesus”. Apesar desta oração ser correta e sabermos que o diabo está ao nosso redor (Ef 6:11; 1Pe 5:8), como podemos ter certeza que ele ou algum de seus anjos malignos está nos ouvindo, justamente naquele lugar e naquele momento? Afinal, só Deus é onipresente, o diabo e os demônios não (Jó 1:6-8,12; 2:1-3,7; Sl 139:7-12; Tg 4:7). Devemos ter discernimento espiritual (Ef 6:12; 1Co 12:10; 1Jo 4:1-6). Se realmente existir a presença de entidades satânicas onde estivermos, devemos, sim, repreendê-las em nome de Jesus, se tivermos uma vida com Deus de devoção e fé (Mt 17:14-21; At 16:16-18; 19:11-17; Ef 6:10-18; Tg 4:7). Aliás, não precisamos ter um apelo exagerado pela questão da batalha espiritual em detrimento da adoração, ou seja, quando orarmos, se a preocupação é a possível existência de entidades demoniacas, o mais sensato é suplicar para que o próprio Senhor Jesus, que é onipresente, onisciente e onipotente, repreenda qualquer atividade demoníaca que porventura estiver acontecendo naquele lugar e ocasião, ou melhor ainda, mantermos uma atitude de santidade e devoção e priorizarmos a adoração a Deus em espírito e em verdade que certamente e naturalmente as entidades malignas não suportarão permanecer em algum local onde o louvor a Deus é sincero e constante.

Sexto: Não devemos pedir algo a Deus no intuito de esbanjar em nossos prazeres (Tg 4:3; cf. 2Cr 1:7-12). Devemos ter em mente que Deus atenderá as nossas petições se elas estiverem de acordo com a Sua boa, perfeita, agradável e soberana vontade (Mt 6:10; Rm 8:28; 12:1-2; Fp 2:13; 1Jo 5:13-15; Tg 4:13-16), de acordo com o que Ele planeja realizar (Js 10:12-14; Pv 5:21; 16:1,9; 19:21; Jó 22:23-28; cf. 2Co 12:1-8).

Sétimo: Muitos de nós oramos assim: “Senhor, que tu possas nos abençoar”. Contudo, não devemos nos preocupar se Deus pode fazer algo. Semelhantemente ao item anterior, a questão é se Deus deseja nos dar uma determinada bênção. Tudo é possível para Deus (Lc 18:27), Ele é soberano, faz tudo como Ele deseja (Sl 115:3; Ef 1:11; Fp 2:13) e Todo-Poderoso, o domínio e o poder estão em Suas mãos (1Cr 29:11-12; Is 43:13; Ap 5:11-13).

Oitavo: Algumas pessoas utilizam em suas orações um vocabulário de alto nível, mas, não estão com sinceridade e pureza diante de Deus, é apenas um exibicionismo. Deus não se compraz de tais orações (Pv 15:8,29; 16:5; Is 1:11-18; Mt 6:1,5-6). Podemos, sim, orar com tudo o que já aprendemos, com a nossa inteligência, mas, principalmente com um coração humilde e quebrantado diante de Deus (2Cr 7:14-15; Sl 51:17; Is 57:15; 1Co 14:15).

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