sábado, 15 de janeiro de 2011

RELIGIÃO NÃO SE DISCUTE?

Os seres humanos nascem com uma consciência religiosa e intelectual gravada em seus corações por Deus (Rm 2:13-15; Tg 1:17).

Centenas de culturas ao redor do mundo, inclusive a indígena, trazem em si um senso religioso carregado de um sentimento de culpa que precisa ser expiado para satisfazer ao seu “deus”.

No livro “O homem: Corpo, alma e espírito”, o Pr. Severino Pedro da Silva comentou esta questão:

“O homem sempre foi e é, necessariamente, inclinado para a religião (...) O coração humano, por sua própria natureza, busca a Deus (...)” (p. 168).

“Religião”, por sua vez, tem se tornado um assunto cada vez mais delicado em nossa sociedade. A mídia apregoa tenazmente o perigoso conceito de que não se pode convencer as pessoas a mudar de religião, alegando que a própria religião é a única correta, pois, no fim das contas, todas as religiões estão certas e levam ao mesmo Deus, ou melhor, “deus”. Contudo, nenhum pensamento poderia ser mais destrutivo para a sociedade como este.

Cada religião possui seus próprios dogmas. Muitas adotam a Bíblia parcialmente. Muitas outras rejeitam a Bíblia e outras a deturpam para os seus próprios interesses. Outras adotam seus próprios livros sagrados. Algumas acreditam em mais de um deus e em alguns casos até centenas ou milhares de divindades. Em contrapartida a esta realidade, os ateus alegam não acreditarem em Deus. Friedrich Nietzsche, em sua obra “O anticristo”, entre tantas afirmações, escreveu:

"A religião (...) é uma forma de gratidão. O homem é grato por existir: para isso precisa de um Deus (...) A concepção cristã de Deus (...) o Deus na forma de espírito – é uma das concepções mais corruptas que jamais apareceram no mundo”.

O grande debate em torno da religião refere-se justamente a tudo aquilo que não podemos ver, nem mesmo com telescópios ou microscópios. Tudo o que se vê é, evidentemente, possível analisar e provar, porém, a religião trata de assuntos para os quais a ciência não consegue provas: é o mundo espiritual.


Afinal, Deus existe? É evidente que sim. Ele não pode revelar a Sua essência totalmente santa, pura, poderosa e gloriosa, pois, nenhum ser humano suportaria e morreria (Ex 33:17-23), mas, os Seus atributos, a Sua essência ou natureza e o Seu poder sempre puderam ser claramente observados através das obras criadas por Ele (Rm 1:20; cf. Sl 19:1-4; 8:1; 50:6). Quem não se maravilha com a beleza da natureza, com a magnífica e insondável grandeza do espaço sideral ou com o impressionante funcionamento do corpo humano?

Cientistas cristãos renomados confirmaram que a vida existente em nosso planeta, como o restante do universo só poderia se originar de um ser vivo inteligente e superior, contrariando, assim, as teorias ateístas e evolucionárias, entre outras. Jamais a ciência encontrou ou encontrará algo que desminta a Bíblia. A Bíblia apresenta conceitos verdadeiros em matéria de história, geografia, astronomia e outros ramos da ciência. Se em termos terrenos ela é 100% verdadeira, seguramente é também 100% verdadeira naquilo que afirma sobre os valores espirituais (Jo 3:8-12), pois é divinamente inspirada (2Pe 1:20-21).

O deus deste mundo pecador, o diabo, cegou o entendimento dos não crentes. Devemos apresentar o evangelho vivo e verdadeiro de Cristo a eles, para que conheçam a única verdade (Jo 8:31-36; 14:6; 2Co 4:1-4). Mas simplesmente acusar as pessoas não crentes de estarem sendo usadas pelo diabo pode não ser uma estratégia adequada. Um dos piores sentimentos que podem ser herdados deste árduo debate religioso é quando os não crentes envolvidos em seitas e religiões pagãs se sentem acusados de participantes das obras do diabo, cúmplices dele. Com exceção dos satanistas, nenhum outro segmento “religioso” aceitaria esta acusação.

No artigo “Como reconhecer uma seita” o Rev. Augustus Nicodemus Lopes afirmou:

“Não estamos dizendo que todos os que pertencem a uma seita são desonestos ou mal intencionados. Existem muitas pessoas sinceras que caíram vítimas de falsos profetas”. (http://www.ipb.org.br/)

Como devemos lidar com este delicado assunto, então? Não podemos discutir religião? Na verdade, não devemos impor a própria religião, nem obrigar que as pessoas das demais religiões se convertam ao cristianismo, mas, testemunhar do evangelho salvador de Jesus com palavras e atitudes piedosas e deixar que soberanamente Deus irá convencer e converter as pessoas (Zc 3:6b; Jo 16:8-11; Ef 6:11-12). A nossa missão é mostrar o Caminho, que é Cristo e orar por elas (Jo 14:6). Se elas seguirão também ao Mestre, este assunto está nas mãos Dele.


Devemos demonstrar simpatia (At 2:47), paciência (2Tm 2:24-26) e principalmente estarmos habilitados e firmados na Palavra de Deus (At 18:28; Rm 10:17; 1Tm 4:16; 2Tm 3:16-17), para que as nossas palavras sejam edificantes (Cl 4:5-6; 1Pe 3:15).

Sim, vivemos pela fé (Hc 2:4; Hb 11:1,6), mas não é uma fé “burra”. Nossa fé em Deus e na Sua Palavra é consciente, inteligente. Temos o Espírito Santo que nos guia a toda verdade (Jo 14:26; At 13:9; 1Jo 2:20,27), testifica conosco que somos filhos de Deus (Rm 8:16), nos capacita a testemunhar ousadamente (At 1:8; 4:8-13,29-31; 6:9-10) e nos mostra o que devemos falar (Mt 10:19-20; Jo 16:12-14).

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