Como foram os testes aplicados aos livros pela Igreja?
1º) Havia o teste de autoridade do escritor. No caso do Antigo Testamento, isto significa a autoridade do legislador, do profeta ou líder em Israel. Em relação ao Novo Testamento, o livro deveria ter sido escrito ou influenciado por um apóstolo. Pedro, por exemplo, apoiou a Marcos, e Paulo a Lucas;
2º) Os próprios livros deveriam dar alguma prova intrínseca de seu caráter peculiar, inspirado e autorizado por Deus. Seu conteúdo deveria demonstrar ao leitor algo diferente de qualquer outro livro por comunicar a revelação de Deus; e
3º) O veredicto das igrejas quanto à natureza canônica dos livros era importante. Na verdade, houve uma surpreendente unanimidade entre as primeiras igrejas quanto ao cânon.
Em relação especificamente ao A.T. a revelação escrita foi dada por Deus e colecionada pelos judeus em três estágios: A LEI em primeiro lugar, os regulamentos religiosos da comunidade judaica. A seção recebeu o nome de “Torá” (instrução), chamada também de Pentateuco (cinco livros: de Gênesis a Deuteronômio).
A seguir vieram os PROFETAS, chamados de “Nebiim”, divididos em Profetas anteriores: Josué, Juízes, 1º e 2º Samuel e 1º e 2º Reis e Profetas posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os conhecidos profetas menores (de Oséias a Malaquias).
Por último temos os ESCRITOS, ou “Ketubim” que são: Salmos, Provérbios, Jó, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e 1º e 2º Crônicas. Temos assim a primeira divisão da Bíblia hebraica: A lei, os profetas e os escritos. Este arranjo era comum nos dias de Jesus (Lucas 24:44).
O processo de canonização dos livros levou algum tempo. Alguns afirmam que todos os livros do Antigo Testamento já haviam sido colecionados e reconhecidos por Esdras, no quinto século A.C. (Esdras 7:14), todavia eles não foram formalmente listados e arranjados até cerca de 90 A.D..
Esta lista final teve duas razões para ser criada:
Primeira: Jerusalém havia sido destruída pelos romanos em 70 A.D. e os judeus compreenderam que precisavam preservar suas Escrituras de uma nova catástrofe; e
Segunda: Os escritos cristãos que formam o nosso Novo Testamento estavam se tornando populares. Os judeus queriam finalizar as suas Escrituras, a fim de evitar a influência cristã.
Segundo a tradição judia, dois concílios de rabinos e estudiosos foram realizados para cumprir a tarefa. Eles se reuniram em 90 e 118 A.D. em Jamnia (ou Jabne) na costa do Mediterrâneo. Os livros da Bíblia hebraica foram então discutidos e preparada uma lista adequada.
Acredita-se que o próprio Senhor Jesus delimitou os livros canônicos do Antigo Testamento (vejam Lucas 11:48-51). O relato da morte de Abel está, é claro, em Gênesis; o de Zacarias (não se trata do conhecido profeta) se acha em 2º Crônicas 24:20-22, que é o último livro na disposição da Bíblia hebraica (no lugar de Malaquias), como vimos anteriormente.
Para nós é como se Jesus tivesse tido: “Sua culpa está registrada nas Escrituras – de Gênesis a Malaquias”. Jesus não incluiu qualquer dos livros apócrifos que já existiam em Seu tempo e que continham relatos das mortes de outros mártires israelitas, devido às inúmeras heresias, lendas e mandamentos contrários a Palavra de Deus encontradas nestes livros.
A igreja protestante jamais admitiu tais livros no cânon e temos inúmeras citações do Antigo Testamento no Novo Testamento e absolutamente nenhuma menciona os livros apócrifos.
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