sábado, 9 de janeiro de 2010

A ORIGEM DA BÍBLIA (ASPECTOS DIVERSOS)

A Bíblia é o livro mais conhecido no mundo inteiro e é a base de duas das maiores religiões do planeta: judaísmo (apenas Antigo Testamento) e cristianismo, sendo que este último adota ambos os Testamentos, mas, se divide em protestantismo (cristianismo reformado) e catolicismo (com alguns livros a mais em relação ao protestantismo).

Contudo, apesar da vasta utilização da Bíblia no mundo, será que todos que a lêem e estudam sabem qual a sua origem? Afinal, quem a escreveu e quando? Qual a sua finalidade? Porque exatos sessenta e seis livros compõem a Bíblia para os cristãos protestantes e porque outros livros compõem a Bíblia “católica”?

A palavra “Bíblia” não consta de nenhuma parte das Sagradas Escrituras. É geralmente aceito que ela foi primeiramente usada por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla no século IV. Ela se origina do termo grego “biblos”, que significa “um livro” (conforme Mateus 1:1) e é o nome dado à polpa interna da planta do papiro na qual se escreviam os livros sagrados. Na sua forma diminutiva é “biblion”, ou seja “pequeno livro” (conforme Lucas 4:17).

Como a estrutura que conhecemos hoje de 66 livros se formou e por que está “limitada” a estes livros? A questão de quais livros pertencem à Bíblia é chamada questão canônica. A palavra “cânon” deriva de um termo hebraico que significa “junco” ou “vara de medir”. A palavra veio eventualmente a significar catálogo ou lista de livros. Cânon, portanto, é a coleção de livros que passaram pelo testes de autenticidade e autoridade realizados pela Igreja.

A Bíblia originalmente foi escrita em três idiomas: o hebraico é o mais antigo dos três, sendo a língua da maior parte do Antigo Testamento. Ele é escrito da direita para a esquerda, sem letras maiúsculas ou minúsculas. O hebraico bíblico se compunha inteiramente de consoantes e a escrita aparecia em uma linha contínua, com pouquíssima separação entre as palavras; as vogais foram acrescentadas séculos mais tarde.

A segunda língua da Bíblia é o aramaico, um descendente do hebraico. Era a linguagem comum dos judeus nos anos posteriores à era do Antigo Testamento, usada também durante todo o período do Novo Testamento. Encontramos o aramaico em três passagens do Antigo Testamento: Esdras 4:8; 6:18; 7:12-26 e Daniel 2:4; 7:28. Embora conhecessem e usassem o hebraico, o aramaico foi a língua falada geralmente por Jesus e seus discípulos. Diversos termos aramaicos podem ser encontrados em todo o Novo Testamento (por exemplo, “Aba” para Pai em Marcos 14:36).

O terceiro idioma bíblico é o grego. Nos dias de Jesus, o grego era a linguagem escrita universal do império romano e o Novo Testamento foi escrito nesse idioma. Todavia, o grego do N.T. é o “koinê” (significando “comum”) e não o grego clássico dos eruditos, mostrando que a Bíblia se destinava a todos e não apenas aos eruditos.

No mundo antigo a escrita era um processo caro e trabalhoso. Os livros tinham de ser escritos e copiados a mão (o primeiro livro impresso não foi completado até cerca de 1455 A.D.). Os sistemas postais do império romano ficavam geralmente restritos ao uso do governo, de modo que os autores bíblicos tiveram de arranjar viajantes especiais ou mensageiros para transportar os seus escritos.

O “papel” dos tempos bíblicos era o papiro, uma planta esguia que crescia às margens do rio Nilo (a palavra “papel” vem de “papiro”). As “canetas” eram pincéis feitos de junco; a “tinta” era geralmente um tipo de cola de carbono líquido. O papiro era comum e barato, mas frágil e de fácil deterioração.

Um material mais durável e dispendioso era o pergaminho, feito de peles de animais (ovelhas ou cabras) e que foi aperfeiçoado cerca de 200 a.C. e os ricos o utilizavam. Tanto o papiro como o pergaminho eram enrolados em varas de madeira, formando rolos. Cerca de 100 A.D. as pessoas começaram a cortar os rolos em tiras e costurá-los, o que veio a ser chamado de “códice”, o ancestral do nosso livro.

A palavra “testamento”, para designar as duas divisões da Bíblia, provém do termo latim “testamentum” que se deriva do vocábulo grego “diathéke”, que, na maioria de suas ocorrências na Bíblia grega, significa “concerto” em vez de testamento (Êxodo 24:7-8; Hebreus 8:13; 1ª Coríntios 11:25). Os termos “Antigo Testamento” e “Novo Testamento”, entraram no uso geral entre os cristãos na última parte do século II.

Os 66 livros da Bíblia adotada pelo cristianismo reformado foram escritos em um período que compreende 16 séculos. Seus autores, cerca de 40, eram de várias profissões e atividades. Eles viveram e escreveram a Bíblia em países, regiões e continentes distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas. Entretanto, seus escritos formam uma harmonia perfeita.

A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de “citações”, em 1227 ela foi dividida em capítulos. Em 1551, outra decisão foi tomada; criar subdivisões. E, assim, os textos foram agrupados em versículos.

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