domingo, 7 de novembro de 2010

ANALOGIAS ARTÍSTICAS "ANTI-BÍBLICAS" PARA A TRINDADE

Após estudarmos as analogias cotidianas, cosmológicas e gráficas, iremos observar neste momento as analogias artísticas, oriundas (conforme as cotidianas) das capacidades humanas, demonstradas através de desenhos (ilustrações), pinturas e esculturas.

São produções artísticas nas quais o ser humano acredita estar reproduzindo a Santíssima Trindade. Mas como já concluímos anteriormente é impossível reproduzir a Trindade com 100% de exatidão e veremos que estas analogias a seguir também não satisfazem. Pior ainda, elas não apenas não satistazem como também algumas são pura heresia e outras, sutilmente, se disfarçam utilizando os personagens bíblicos, mas podem nos levar a uma ilusão religiosa e até mesmo ao pecado da idolatria.

Estas analogias a seguir utilizam situações e personagens bíblicos totalmente fora de contexto para expressar a Trindade, resultando em uma absurda e herética aplicação da Palavra de Deus.

Observemos alguns conceitos que um site esotérico possui sobre a Santíssima Trindade. Vejamos a figura 12:


“APLICAÇÃO: Dirigi VOSSA ATENÇÃO para os vossos corações. Sabei: DEUS ESTÁ em vossos corações; do contrário eles não pulsariam! Procurai sentir que vosso coração é um irradiante sol dourado de luz que se expande e que preenche todas as partes de vosso corpo: vede, como a luz sobe e se irradia em vossos cérebros e em vossos sentimentos e enche todo o ambiente com vosso AMOR e boa vontade; expandi-vos, irradiai-vos até encher vosso ambiente, e mais e mais, até que todo o mundo seja envolvido. Depois contemplai a estampa da Santíssima Trindade que representa vosso parentesco com Deus.”
(confiram mais detalhes no endereço: http://www.naveluz.arq.br/santissi.htm).

Em resumo, um grande absurdo herético. Qualquer cristão por mais novo na fé que seja percebe logo de início que esta figura não possui nenhuma relação com a única e verdadeira Trindade, mesmo que, ao analisar todas as suas considerações no site, sejam utilizados eventos e personagens bíblicos como aplicação da figura.

Já no site http://www.adventistas.com/ é possível acompanhar um breve e interessante histórico sobre esta questão polêmica de representar a Trindade por meio de gravuras que, apesar de buscarem algum elemento bíblico, ficam completamente aquém da realidade:

Vejamos a figura 13:


"A gravura acima é uma representação gráfica da trindade desaprovada pela Igreja Católica, embora pretenda ilustrar exatamente a crença de que o Deus triúno é composto por três pessoas, mas não equivale a três deuses, pois esses três seres formariam um único Deus. O quadro, que data do século 19 e foi pintado na Alemanha, apresenta na verdade um deus siamês, com três cabeças em um único corpo! Quadros e imagens desse tipo estão proibidos pela Igreja Católica desde 1628, quando o Papa Urbano VIII condenou a representação da ‘santíssima trindade’ sob a forma de um tronco humano com três cabeças. Antes disso, uma outra tentativa de representação artística produzida no século XV, pelo Monge André Rublev, da Igreja Ortodoxa Russa do Mosteiro de São Sérgio da Santíssima Trindade, mostrava o Pai, o Filho e o Espírito Santo, como três pessoas absolutamente iguais.” [conforme as figuras mais abaixo:] (Comparem com http://webspace.webring.com/people/so/oguata1/trindade.htm).

Portanto, esta figura 13 é, no mínimo, horrível, assombrosa, ridícula, descabida e qualquer coisa semelhante, algo que se assemelhe a 0,000001% da doutrina trinitariana.

Conforme vimos nas declarações anteriores, quadros e imagens conforme este foram sabiamente proibidos pela Igreja Católica desde o ano 1628 d.C. pelo Papa Urbano VIII, que condenou qualquer representação da Santíssima Trindade como se fosse um "tronco humano com três cabeças". Sábia decisão.

Mas, antes dessa proibição, uma outra espécie de representação artística já havia sido produzida no século XV, (especialmente a figura 14, abaixo), pelo Monge André Rublev, da Igreja Ortodoxa Russa do Mosteiro de São Sérgio da Santíssima Trindade, mostrando o Pai, o Filho e o Espírito Santo, como três pessoas humanas absolutamente iguais. Certamente este é outro equívoco grave. Será que este erro passou despercebido?

Vejamos a figura 14:


“Dizia-se fundamentar no episódio bíblico da visita dos três anjos à casa de Abraão (Gênesis 18:1-4). O autor acreditava que, assim, a suposta unidade e igualdade entre os membros da Trindade poderia ser melhor visualizada, a ponto de confundirmos as personagens e, à primeira vista, não sabermos distinguir a pessoa do Pai, do Filho e do Espírito. Mas em 1745, o Papa Bento XIV rejeitou também essa cena de três pessoas sentadas uma ao lado da outra, para representar a Santíssima Trindade. Isso porque, segundo ele, o Espírito Santo nunca apareceu sob forma humana. Ainda em 1745, o Papa Bento XIV afirmou, através da Sollicitudini nostrae, que as imagens da Santíssima Trindade eram temerárias e contrárias ao costume da Igreja. ‘Imagens da Santíssima Trindade que são comumente aprovadas e que podem ser permitidas com segurança, são aquelas que representam a pessoa de Deus, o Pai, como um venerável patriarca, figura tomada do ‘ancião de dias’ que se assentou em Daniel 7:9; e próximo dele Seu Filho unigênito, Jesus Cristo, Deus e Homem; e entre ambos, o Espírito Santo, o Paracleto, em forma de uma pomba.’ (Bullarium Rom., p. 318)- Citado em: "Modernistic Art and Divine Worship- http://www.petersnet.net/browse/3141.htm) - (fonte: http://www.arquivoxiasd.com.br/).

Como pudemos averiguar, graças ao bom Deus, mais uma vez uma tentativa equivocada de representação artística de Seu ser foi proibida. Em 1745, portanto, mais de um século depois daquela proibição do Papa Urbano VIII, o Papa Bento XIV proibiu o uso de pinturas com três pessoas humanas sentadas uma ao lado da outra para representar a Santíssima Trindade.

Conforme a opinião deste Papa (e concordamos com ele), o Espírito Santo jamais apareceu sob forma humana e este tipo de representação era "temerária" e "contrária" ao costume da Igreja (mais especificamente contrária a revelação bíblica).

Mas, ao passo que Bento XIV proibiu este tipo de representação, ele recomendou que a Santíssima Trindade seria seguramente representada desde que mostrasse, segundo ele, a pessoa de Deus, o Pai, como um venerável patriarca, figura retirada do "ancião de dias" que se assentou em Daniel 7:9 e ao lado do "Pai", Jesus Cristo, a encarnação de Deus e entre ambos, o Espírito Santo, o Consolador, em forma de uma pomba.

Poís é, Bento XIV afirmou corretamente que o Espírito jamais encarnou, mas permitiu que Ele fosse representado por uma pomba, em alusão a ocasião do batismo do Senhor e que Cristo fosse retratado em forma humana (evidentemente, pois Ele encarnou) e o Pai como o Ancião de Dias. Tudo bem, mas até que ponto será que uma recomendação como essa é correta e sábia? Bem, é preciso lembrar que este Papa afirmou que é uma "representação" da Trindade, ele não quis dizer que essas pinturas demonstrariam exatamente a Trindade como Deus é.

Por isso, questionamos, até que ponto é saudável e proveitoso para a nossa fé estabelecermos uma representação da Divindade por mais que ela seja inspirada em acontecimentos e personagens biblicamente embasados? É preciso muito discernimento. Muitas representações podem ser usadas de forma didático-pedagógica para compreendermos mesmo que de forma rudimentar a doutrina trinitariana, mas é preciso cuidado para não sermos aprisionados por uma ilusão religiosa sobre as verdades sobre o nosso Deus e nem cairmos no pecado da idolatria, não apenas reverenciando essas pinturas e esculturas, mas no fim das contas, nos curvando a elas ou fazendo petições a elas.

É de vital importância nesta parte do nosso estudo esclarecer que em nenhum momento a nossa intenção é criticar ou denegrir o caráter ou a pessoa de quem quer que seja dentro da religião cristã católica. Pelo contrário, temos grande admiração e respeito por estes nossos amigos. Já afirmamos, inclusive, que sabiamente estes Papas citados proibiram a utilização de alguns tipos de representações da Divindade.

Desejamos tão somente, nessa e na postagem seguinte, apresentar pinturas e imagens que durante séculos foram utilizadas para representar a Santíssima Trindade, justamente obedecendo as recomendações de Bento XIV. Desejamos, como acabamos de afirmar, trazer um alerta de que essas pinturas e imagens devem apenas servir como referência didática na demonstração da Trindade e quando não incluirem alguma alusão à idolatria (como na figura 19 que veremos adiante). (OBS: muitos evangélicos e adeptos de outras religiões também caem no pecado da idolatria, só que na maioria das vezes na idolatria ao bens materiais, ou seja, avareza, que também é pecado). Veremos mais sobre esta questão da idolatria, mesmo que resumidamente, na conclusão desta parte do nosso estudo trinitariano sobre as analogias artísticas.

Prosseguindo, portanto, no site da Revista Veja encontramos mais uma imagem da Trindade cuja utilização foi também proibida pela Igreja Católica (diretamente relacionada à figura 14).

Vejamos a figura 15:


“Um tesouro, restrito durante décadas a integrantes da Ordem do Carmo, será aberto aos cariocas. Nem o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), até o ano passado, havia tido acesso às preciosidades: são 1 200 imagens sacras, do século XIV ao XX, de várias partes do mundo (...) As obras e a montagem do espaço, que funcionará na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, na Lapa. É um patrimônio e tanto. Entre as raridades, uma Santíssima Trindade do século XVIII, em que Pai, Filho e Espírito Santo aparecem como figuras humanas. Esse tipo de imagem foi proibido pela Igreja em 1745, pois cada divindade deveria ter sua representação de acordo com a história cristã: o Espírito Santo, por exemplo, na forma de uma pomba”. (fonte: http://veja.abril.com.br/vejarj/090604/patrimonio.html).

Vejam ainda as figuras 15-B, 15-C e 15-D como complementação:





Portanto, em resultado a recomendação de Bento XIV, vejamos, a seguir, na próxima postagem, inúmeros exemplos de representação da Trindade utilizando as figuras que ele sugeriu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário