domingo, 21 de novembro de 2010

A TRI-PERSONALIDADE DIVINA (PARTE 01)

A ESSÊNCIA DIVINA UNIFORMEMENTE COMPARTILHADA

Podemos observar até o presente momento que a grande dificuldade em compreensão da Santíssima Trindade reside justamente no mistério de como podem subsistir três pessoas compartilhando igualmente a Divindade.

O batismo cristão ordenado por Cristo na grande comissão missionária (Mt 28:19) deve ser efetuado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Observe que o texto diz “nome” e não “nomes”. A ideia é que o nome de Deus é "Pai-Filho-Espírito Santo".

E como é a dinâmica interativa entre as subsistências divinas, então? Vamos expôr alguns conceitos bíblicos que podem trazer um pouco de luz a este assunto complexo.

O Reino Eterno é descrito como sendo de ambos, Deus Pai e Deus Filho onde também observamos a atuação clara da Trindade:

“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens” (Rm 14:17-18)”; “Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.” (Ef 5:5).

Para alguns, a figura abaixo seria uma analogia artística útil para explicar o Reino Eterno de Deus sendo regido pelo Pai e pelo Filho, com a presença da alegria do Espírito Santo:


Deus Pai e Deus Filho podem atuar juntamente na direção dos crentes:

“Ora, o nosso mesmo Deus e Pai, com Jesus, nosso Senhor, dirijam-nos o caminho até vós.” (1Ts 3:11; cf. contexto: vv. 9-13).

Deus Pai e Deus Filho atuam conjuntamente no consolo e na confirmação do ministério cristão:

“Ora, o nosso Senhor Jesus Cristo mesmo, e Deus nosso Pai que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, console os vossos corações e os confirme em toda boa obra e boa palavra.” (2Ts 2:16-17; comparem com 1:12).

Contudo, o Deus Filho é “um” com o Deus Pai, não somente no sentido de que possuem os mesmos propósitos, mas também a mesma natureza divina:

“E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim.” (Jo 17:21-22).

Muitas pessoas alegam que o texto acima indica que Cristo e Deus Pai possuem apenas uma unidade de propósitos e não de natureza, mas observemos outra passagem:

“Eu e o Pai somos um. Novamente pegaram os judeus em pedras para lhe atirar. Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e, sim, por causa da blasfêmia, pois sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.” (Jo 10:30-33; comparem com 5:17-18).

Se Jesus apenas tivesse dito que era um em propósito com Deus, ou que estava apenas realizando a obra do Pai, quando afirmou “Eu e o Pai somos um”, os brios dos judeus não teriam sido atingidos. Além do mais, eles também criam estar fazendo a vontade do Pai. Mas Ele estava declarando ser o SENHOR Deus, o Criador do universo, e havia ampla razão, segundo eles, para todas as pedras que pudessem apanhar e jogar contra Jesus. E mais: a forma neutra do numeral “um” no original grego exclui o sentido de que sejam uma única pessoa (é evidente, pois Pai e Filho são distintos entre si – Pai, Filho e Espírito Santo compartilham a mesma essência e não a mesma existência pessoal). Observemos mais alguns textos como fundamentação:

“Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Outro é o que testifica a meu respeito, e sei que é verdadeiro o testemunho que ele dá de mim” (Jo 5:31-32; cf. 3:35; 10:17; 14:31) [grifo meu].

No texto original grego o apóstolo João inspirado pelo Espírito Santo, utilizou a expressão “allos” para indicar “outro” (“outro é o que testifica a meu respeito”), o que quer dizer “outro da mesma natureza”. Se Cristo e Deus Pai fossem apenas distintos entre si, como realmente o são, mas também fossem de naturezas diferentes, ou seja, uma divina e uma apenas humana, a palavra utilizada deveria ser “héteros” (“outro de outra natureza”). Mas, o texto indica que Cristo e Deus Pai possuem a mesma natureza, isto é, a divina. A mesma situação ocorre em relação ao Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo que são um em essência, mesmo possuindo personalidades distintas:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.” (Jo 14:16; cf. 14:26; 16:8-11) [grifo meu].

Mais uma vez no texto original o apóstolo João utilizou a expressão “allos” que significa “outro da mesma natureza” (“outro Consolador”), o que quer dizer que se Cristo e o Espírito Santo fossem apenas distintos entre si, como realmente o são, mas também fossem de naturezas diferentes, ou seja, uma divina e uma apenas humana, a palavra utilizada deveria ser “héteros”. Mas, o texto indica que Cristo e o Espírito Santo possuem a mesma natureza, isto é, a divina.

Outra questão importante a ser salientada é que, ao contrário do que muitos podem imaginar, cada pessoa da Trindade é completa, plenamente Deus, ou seja, cada pessoa tem em si a absoluta plenitude do Ser divino.

Deus não é subdividido em três partes ou três terços. O Filho não é parcialmente Deus ou só uma parte de Deus, mas completa e plenamente Deus. O mesmo valendo para o Pai e o Espírito Santo. O Pai não é parte de Deus, mas, completamente Deus e o Espírito Santo não é uma parte de Deus, mas, totalmente Deus. Não há em Deus três vontades ou propósitos diferentes.

Wayne Grudem afirmou:

“Quando falamos conjuntamente do Pai, do Filho e do Espírito Santo, não estamos falando de um ser maior do que quando falamos somente do Pai, ou somente do Filho, ou somente do Espírito Santo. O Pai é todo o ser divino. O Filho é todo o ser divino. E o Espírito Santo é todo o ser divino.” (“Teologia Sistemática” – p. 187).

Robert M.Bowman Jr, em seu livro “Por que devo crer na Trindade” (p. 13), salientou:

“(...) Outro aspecto importante sobre a unicidade de Deus é o fato de que não há separações, divisões ou repartições em Deus. A doutrina Trinitarista sustenta que Deus é um ser infinito, único, que transcende os limites do espaço e do tempo, que não possui corpo material nem espiritual (a não ser o corpo que o Filho tomou sobre Si ao tornar-se homem). O Deus trino, portanto, não tem partes. Não se pode dividir em componentes a existência infinita (...)”.

A existência de três pessoas distintas na Divindade não enseja que cada uma seja separada das outras, assim como os seres humanos possuem a mesma essência humana, mas são separados uns dos outros, não formando, assim, um único ser, apesar da mesma natureza.

A natureza divina, ao contrário da nossa natureza humana limitada e finita, pode subsistir em Sua plenitude, sem divisões e de forma infinita em mais de uma pessoa, pois cada uma das pessoas da Divindade possui a mesma substância ou essência, o que torna Deus um único Ser, daí existir em Deus uma única vontade, uma só glória.

No livro “Prayer and Revelation” (p. 5), de Vincent Cheung presidente da Reformation Ministries International (Ministério Reformado Internacional), temos algumas considerações sobre a expressão “essência” e que “três pessoas” define o verdadeiro Ser de Deus assim como “dois rins” define um ser humano normal:

“Pela palavra ‘essência’ nos referimos aos atributos de Deus, tais como Sua onipotência e onisciência (...) Assim, Deus tem uma definição, mas há três pessoas que completamente e igualmente participam desta definição. Contudo, isto não se traduz em politeísmo. O exposto acima não nos compele a afirmar a existência de três Deuses distintos e independentes. E isto porque o Deus da Bíblia é, por definição, uma Trindade; portanto, uma Trindade constitui somente um Deus. Por exemplo, se por definição um corpo humano normal inclui dois rins, então, o fato de que eu tenha dois rins não significa que eu consisto de dois corpos humanos. Visto que por definição cada corpo humano tem dois rins, o próprio fato de que eu tenha dois rins significa que eu tenho um corpo humano normal. Da mesma forma, a definição bíblica da deidade é que Deus é uma Trindade, assim, se há uma Trindade de pessoas divinas, há um Deus. Não há outro Deus além do Deus da Bíblia, e o Deus da Bíblia é uma Trindade. Por si mesma, esta doutrina separa o Cristianismo de todas as outras cosmovisões e filosofias, sejam religiosas ou seculares (...)” (fonte: http://www.monergismo.com/).

Diante de tudo que temos observado, podemos afirmar que:

“(...) Há uma intercomunhão de pessoas e uma imanência de uma pessoa divina na outra que permite a obra peculiar atribuir-se, com uma simples limitação, a qualquer uma das outras e a manifestação de uma se reconheça na manifestação de outra (...)” (Strong, “Teologia Sistemática”, p. 494).

Strong, ainda na mesma obra trouxe as seguintes afirmações complementares:

"[...] Jo 17:11,22 – ‘para que sejam um, assim como nós’ – [...] não unus, mas unum; não uma pessoa, mas uma substância (...)” (p. 465).

Portanto, cada membro da Trindade, em um sentido misterioso, habita no outro, sem qualquer diminuição da total pessoalidade de cada um.

O Pastor Isaías Lobão Pereira Júnior, em seu artigo “A doutrina da Trindade”, considerou sobre o termo latim “pericórese” que expressa a comunhão existente na Divindade (http://www.monergismo.com/textos/trindade/trindade_isaias.htm):

“O termo usado para explicar a comunhão das Pessoas da Trindade é pericórese, (latim, circumincessio). O sentido seria o fato de envolver - circum - e entrar numa profunda intimidade.”

CONSCIÊNCIA E AUTOCONSCIÊNCIA

Vamos estudar também os conceitos de “consciência” e “autoconsciência” e suas implicações na pessoalidade humana e na tri-pessoalidade divina. Héber Carlos de Campos afirmou, em seu livro “o Ser de Deus e os seus atributos” (pp. 101-102):

“Há uma distinção importante entre consciência e autoconsciência. Na consciência, o objeto é uma outra coisa ou ser que existe além do sujeito. O objeto de conhecimento é distinto do sujeito. Contudo, na autoconsciência, o objeto de conhecimento é da mesma substância do sujeito. Conhecer algo fora de nós mesmos é muito mais fácil do que o conhecimento de nós próprios. A auto-inspeção é muito mais difícil do que a inspeção de algo que não nós mesmos. No ato da auto-inspeção, não há a realidade objetiva que podemos contemplar. No ato da autoconsciência é a mesma alma individual que percebe e é percebida. Não há diferença entre o pesquisador e o pesquisado. Toda consciência implica um sujeito e um objeto. Na autoconsciência não há diferença entre os dois. Este é o poder que o espírito racional possui, diferentemente dos animais irracionais. Se o homem perde essa capacidade, ele deixa de ser homem. Deus, que é Espírito supremo, possui esta capacidade de autoconsciência num grau infinitamente maior, e, portanto, perfeito. É este poder que Deus possui, em grau de perfeição, de fazer-se a si mesmo seu próprio objeto de conhecimento, sendo um ser eminentemente pessoal; na verdade, tripessoal”.

Analisando deste ponto de vista, torna-se mais acessível às nossas mentes limitadas compreender melhor o Ser triúno de Deus: A Sua autoconsciência é infinitamente superior a nossa e, portanto, perfeita, permitindo a Ele facilmente contemplar a Si mesmo, em Sua única e indivisível essência, como um tripersonalidade.

Ainda baseados nas sábias considerações de Campos neste citado livro (pp. 102-103), podemos citar, mesmo que resumidamente, a comparação que o mesmo apresentou entre Deus, os seres humanos e os animais irracionais:

1º) O animal irracional possui uma consciência (percepção ou sensação) de objetos que estão em torno de si, limitada, ele não diferencia exatamente o que ou quem são estes tais objetos, mesmo que lhe pareçam “familiares”. Todavia, ele não possui consciência de si mesmo. Ele até se impressiona com objetos ao seu redor (não participantes da sua essência), mas nunca se impressiona consigo mesmo. Se colocarmos o animal irracional diante de um espelho, ele não entenderá que o que está observando é sua própria imagem. Ele nunca se contempla, mas é capaz de contemplar os outros, mesmo que não possa fazer as devidas distinções. Esse comportamento se deve ao fato de que ele não é uma pessoa. Ele possui a consciência das coisas ao seu redor, mas não possui autoconsciência.

2º) O ser humano possui consciência no sentido de perceber as coisas que estão ao seu redor, no entanto, o que o difere do animal irracional é que o homem é capaz de se contemplar e de entender que aquele que está refletindo no espelho é ele próprio, e não alguma outra coisa que o impressiona. Diferentemente dos animais irracionais, o homem pode ter pensamentos e sentimentos espontâneos, sem que precise exercitar sua mente ou suas emoções. A autoconsciência é mais profunda do que a consciência. Todo homem tem consciência de que comete erros, mas somente quando o Espírito Santo o convence dos seus pecados é que ele passa a exercer a autoconsciência do que é e do que faz.

3º) Ao contrário dos animais racionais e irracionais, Deus não possui a mesma espécie de consciência, porque existe antes que qualquer coisa que não Ele mesmo. Ele não precisa desse tipo de consciência para ser o que é. Deus não tem corpo, partes e nem é afetado por nada que não seja Ele próprio. Ele é auto-existente e independente de tudo o que há na criação, porque já era antes de ela vir a existir. O Ser divino, em contraste com os seres humanos, não possui a autoconsciência que provém da mera consciência, nem possui um processo mental irrefletido, como é próprio da mente humana. Nada vem à Sua mente de maneira irrefletida, espontânea, sem que tenha sido desejado e planejado por Ele. Ele sempre exercita a Sua mente naquilo que pensa. Em nós, pode haver uma distinção entre consciência e autoconsciência, mas não em Deus.

Essas duas coisas são absolutamente unidas, e é difícil entender a autoconsciência em Deus em virtude de Sua natureza pessoal ser muito superior e mais complexa do que a nossa. Sendo assim, a autoconsciência em Deus é perfeita e tem um grau bem mais elevado que nos homens ou nos anjos, que são os seres racionais criados. Héber Campos ainda salientou (pp. 103-104):

“É aqui que a doutrina da Trindade derrama algum tipo de luz sobre esse profundo mistério da autoconsciência divina. Deus é um ser tripessoal, sendo que as três pessoas compartilham da mesma essência divina. A revelação das Escrituras mostra a Deus como aquele que ‘é bendito eternamente’, sendo absolutamente independente, tendo vida própria, possuindo todas as características de um ser pessoal, que vive relacionando-se. Portanto, como tal, ele deve possuir todas as propriedadas dentro de si mesmo, e não fora do seu próprio ser, porque ele já era antes de todas as outras coisas virem a ser. Ele nunca precisou do universo para poder relacionar-se. Essa faculdade é encontrada dentro do seu próprio ser, que subsiste tripessoalmente. Ele não precisa conhecer a sua criação a fim de que possa ter um objeto para conhecer e amar, e com quem possa regozijar-se e ter comunhão. Isso Ele faz dentro do próprio ser divino. Essa propriedade é impossível para o homem, que é unipessoal. A fim de que ele possa relacionar-se, amar e ter alegria, tem que haver uma outra pessoa. Por essa razão, Deus fez Eva para servir de companhia para Adão. Deus não precisava de ninguém para ser o que é. Ele não precisa de ninguém além de si próprio. Ele se basta a si mesmo, por que é tripessoal (...) Deus tem uma perfeita autoconsciência. Antes mesmo que houvesse qualquer outra coisa além do ser divino, as pessoas da Trindade já se relacionavam, tendo amor uma pela outra e alegrando-se mutuamente. Esta relação se dava dentro da essência divina. A autoconsciência divina é diferente e superior em Deus porque ele é independente de qualquer outro ser para relacionar-se (...)”.

A Confissão de Fé de Westminster, comenta sobre a independência e auto-suficiência divina. No seu Capítulo II, que trata “De Deus e da Santíssima Trindade”, no artigo 2º, ela afirma:

“II) Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança. Ele é todo-suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência; não deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele é a única origem de todo ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser (...)” (p. 30).

Como referências para as declarações deste parágrafo a CFW utilizou: Sl 119:68; 145:17; Pv 15:3; Jo 5:26; At 7:2; 15:18; Rm 11:33-34,36; 17:24-25; 1Tm 6:15; Hb 4:13; Ap 4:11; 5:12-14.

Ainda sobre “consciência” e “autoconsciência”, Louis Berkhof apresentou importantíssimas considerações que irão complementar o que já temos observado:

“Shedd baseia o seu argumento na autoconsciência geral do Deus triúno, como distinta da autoconsciência individual e particular de cada uma das Pessoas da Divindade, pois na autoconsciência o sujeito tem que se conhecer a si mesmo como objeto, e também percebe que o faz. Isso é possível em Deus em razão de Sua existência trina. Argumenta Shedd que Deus não poderia contemplar-se a Si mesmo, conhecer-se e comunicar-se consigo mesmo, se não fosse trino em sua constituição. Bartlett apresenta de maneira interessante várias considerações para provar que Deus é necessariamente tripessoal. A argumentação que parte da personalidade, para provar ao menos que há pluralidade em Deus, pode ser expressa de forma semelhante a esta: Entre os homens o ego só se desperta para a consciência por meio do contato com o não-ego. A personalidade não se desenvolve nem existe na isolação, mas somente associada a outras pessoas. Daí, não é possível conceituar a personalidade de Deus independentemente de uma associação de pessoas iguais nele. Seu contato com Suas criaturas não explica a Sua personalidade, do mesmo modo como o contato do homem com os animais não explica a sua personalidade. Em virtude da existência tripessoal de Deus, há uma infinita plenitude da vida divina nele (...)" [Shedd: Dogm. Theol. I, pp. 393,394,251 e seguintes, 178 e seguintes; Bartlett: The Triune God, Part Two].- (citado em “Teologia Sistemática”, p. 81).

Um ser vivo racional, portanto, só desenvolve sua personalidade com a convivência com uma outra personalidade do mesmo nível de existência. Por exemplo, a personalidade humana não se desenvolve em contato com um animal irracional (inferior), mas, em contato com outro ser humano. A personalidade divina não se desenvolveu em contato com a personalidade humana (inferior), aliás, ela existe eternamente, inclusive relacionando-se entre si com outras personalidades também divinas, isto é, as três pessoas da Santíssima Trindade.

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