Vejamos ainda, antes de concluirmos esta parte, mais algumas analogias artísticas. Temos, a seguir, as figuras 46 a 52:
46 (fonte: http://www.inglesnosupermercado.com.br/o-trio-barra-de-cereal-arrebentou-em-show-para-milhares-de-pessoas).
50 (fonte: http://fatimacuruca.blogspot.com/2010_05_01_archive.html) - Vejam também: http://www.artesacris.com/portal/index.php?id=1550).
52 (fonte: http://mais.uol.com.br/view/g3c5axuhakz8/a-santissima-trindade-0402183470CCC12366?types=A&).
Recordando todos os exemplos que vimos, é preciso destacar a figura 38 (da postagem anterior), bastante interessante se formos encará-la como uma representação do que veremos ao chegar no Paraíso, ou seja, seremos recebidos amavelmente pelo Senhor Jesus e o Pai e o Espírito Santo estarão presentes, todos em comunhão de essência uns com os outros, mas, segundo muitos estudiosos, Eles não serão vistos, apenas Cristo, pois Cristo é Deus, é a encarnação e a imagem do Deus invisível.
Destacamos também as figuras 31 (da postagem anterior) e 51 (logo acima), realmente muito belas e que não usaram diretamente todas as imagens dos personagens e dos eventos bíblicos como vimos nas demais figuras. Essas duas figuras foram mais discretas em relação a esta questão.
Ademais, é digno de nota e destaque a grande criatividade e a habilidade de todos os artistas que estiveram empenhados na produção de todas estas obras. Deus nos deu inteligência, habilidades e talentos para serem usados. Mas, infelizmente, muitas destas representações precisam e devem ser evitadas por nós cristãos protestantes devido ao engano doutrinário, a ilusão religiosa e a heresia idólatra a que muitas podem nos levar.
Relembremos o texto do livro de Deuteronômio (cf. observamos anteriormente):
“Guardai, pois, cuidadosamente, as vossas almas, pois aparência nenhuma vistes no dia em que o SENHOR vosso Deus vos falou, em Horebe, no meio do fogo; para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher; semelhança de algum animal que há na terra; semelhança de algum volátil que voa pelos céus; semelhança de algum animal que rasteja sobre a terra; semelhança de algum peixe que há nas águas debaixo da terra.” (Dt 4:15-18).
Não podemos deixar de citar outro texto importantíssimo acerca deste assunto, que confirma tudo o que observamos em postagem anterior:
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata, ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem.” (At 17:24,29; comparem com Is 40:18-25).
A essência ou a aparência do Criador e Senhor do universo não pode ser confundida com qualquer coisa que Ele mesmo criou. Ela não pode ser refletida por meras expressões artísticas humanas, por melhor que seja a intenção. Deus não está limitado há um local ou um objeto. Portanto, é contrário à vontade dEle que oficializemos algum tipo de figuração de Seu Ser, seja qual for. Isso seria pecado.
Como já concluímos, é impossível expressar a Trindade graficamente com um nível de acerto de 100%. Mas, alguns diagramas (como as analogias gráficas), podem ser didaticamente úteis para estudarmos a Trindade em um nível elementar de compreensão.
Vejam algumas reclarações interessantes que nos recordam as recomendações para a cuidadosa utilização de imagens dentro do catolicismo:
"[...] O CONTROLE DA IGREJA CATÓLICA SOBRE A PRODUÇÃO DE IMAGENS. Todo o poder que as imagens possuem, remetem inevitavelmente, segundo Jean-Claude Bernadet, ao poder da Igreja, que, ciosa de não perdê-lo, tende a manter um monopólio sobre a produção de imagens. As autoridades eclesiásticas têm exercido controle sobre os tipos de imagens utilizadas no culto cristão. Estas não podem ser inspiradas unicamente pelo esteticismo ou pela devoção popular exuberante, fantasista. Foi com esse pensamento que o Papa Urbano VIII, em 1628, condenou a representação da Santíssima Trindade sob forma de um tronco humano com três cabeças, e que, em 1745, Bento XIV rejeitou a cena de três pessoas sentadas uma ao lado da outra, para representar a Santíssima Trindade. Isso porque nunca o Espírito Santo apareceu sob forma humana. Foi também proibido pelo Papa Pío VI que as sagradas imagens, em particular as da Virgem Maria, recebessem outras denominações diferentes daquelas que a Igreja aprova e recomenda. Essa denominações são “temerárias, ofensivas aos ouvidos piedosos e injuriosa à veneração devida especialmente à bem-aventurada Virgem.” Para a Igreja, a arte cristã deve representar as Pessoas Divinas somente sob as formas pelas quais são citadas na Sagrada Escritura. A posição da Igreja Católica favorável às imagens não autoriza a representação direta de Deus, como uma das figuras da Santíssima Trindade. Em 1745, o Papa Bento XIV já afirmava através da Sollicitudini nostrae, citada por Denziger, que as imagens da Santíssima Trindade são temerárias e contrárias ao costume da Igreja, pois não existem imagens da Santíssima Trindade comumente aprovadas e que possam ser permitidas com segurança. A impossibilidade dessa representação será mantida pela Igreja por séculos. Durante todo o primeiro milênio as representações de Deus são extremamente raras na cristandade latina. Somente a partir do século XIII elas se tornam mais freqüentes e explodem no maneirismo e no barroco. Tanto para Kant quanto para Hegel, citados por Alain Besançon, “todas as imagens que se referem à Deus são justificáveis, mas nenhuma é verdadeira; só são verdadeiras em relação ao artista, não em relação a Deus [...]” (fonte: http://www.artesacra.art.br/historia_da_iconografia.php).
Vejam a que ponto chegou essa discussão do uso de imagens dentro dos templos, inclusive no cristianismo protestante, no seguinte site: http://caiafarsa.wordpress.com/imagens-em-templos-prostestantes.
Neste endereço acima, encontramos críticas ao protestantismo em resposta a condenação bíblica contra a idolatria que tanto nós defendemos. Em alguns casos apresentados, inclusive com fotos, é realmente verdade e é preocupante, pois a Igreja evangélica (algumas denominações) está perdendo a noção da sã doutrina biblica, mas em alguns outros casos relatados, é puro mal entendido e falta de conhecimento do que é permitido e não no assunto das artes da pintura e escultura dentro das igrejas, algo que foi praticamente banido das igrejas evangélicas, de forma radical muitas vezes, para impedir qualquer aparência do mal, qualquer menção ou traço de uma suposta e inconsciente idolatria.
É de suma importância atentarmos para três verdades, para complementarmos tudo o que já afirmamos até agora sobre as pinturas e esculturas, algo que já afirmamos em postagens anteriores sobre a idolatria, inclusive para aqueles que são avarentos, pois avareza também é idolatria (Ef 5:5; Cl 3:5):
1ª) DEUS NÃO É CONTRA A ARTE E A CONSTRUÇÃO TRABALHADAS EM MADEIRA E PEDRAS PRECIOSAS, mas não devemos utilizar a criatividade dada por Ele, para edificarmos algo que ocupe o Seu lugar de glória e honra em nosso coração (Êx 31:3-6; 1Rs 4:29-34; 7:1-51; 8:1-66; 9:1-9; Tg 1:17);
2ª) DEUS NÃO É CONTRA AS RIQUEZAS, mas devemos honrar a Deus com os nossos bens materiais e não honrar os nossos bens primeiramente e nos esquecer de Deus (1Rs 3:11-13; 10:23-25; Pv 3:9-10; Ec 5:19); e
3ª) DEUS NÃO É CONTRA PRESTARMOS HONRAS E HOMENAGENS àquelas pessoas que as merecem, só não podemos exaltá-las e cultuá-las como deuses ou superestimá-las ao ponto de desviar para elas a glória que deve ser para Deus (Rm 13:7; Fip 2:29; 1Pe 2:17). Nossas homenagens não podem ser usadas de tal maneira que sejam um instrumento para invocar pessoas já falecidas, que foram importantes e que devem ser, sim, homenageadas e lembradas, mas não invocadas, pois invocar e consultar os mortos é abominação diante de Deus, mesmo porque este contato com os mortos é impossível (vejam todas estas referências: Lv 19:31; 20:6; Dt 18:9-14; Is 8:19; 26:13-14; Ec 3:19-22; Lc 16:19-31; Jo 5:26-29; 1Co 15:12-44; Hb 9:27; Ap 20:11-13).
Mas, por que todas as analogias, sejam de quaiquer tipos, são insuficientes? Ora, já vimos que o Espírito Santo não é uma pomba, Ele se apresentou em forma corpórea como uma pomba apenas no batismo de Cristo e não existe nenhuma outra menção bíblica de que Ele repetiu ou repetirá esse comportamento. O Pai é espírito, Ele não é um velhinho de barbas e cabelos brancos que vive sentado em um trono em uma nuvem qualquer. Cristo, sim, além se Sua natureza divina, possui a natureza humana, Ele pode ser visto em forma humana e sempre será, mas não podemos afirmar como é essa aparência com exatidão plena.
Aliás, Cristo é a imagem do Pai, que é espírito, Ele é a expressão exata do Pai. Quem vê a Cristo, vê o Pai, que está em comunhão de essência com o Filho. Tanto o Pai, como o Filho e o Espírito Santo são onipresentes e indivisíveis, cada pessoa da Trindade sempre está habitando junto com as demais em qualquer lugar do universo. Quando alguém recebe a Cristo, também recebe o Espírito Santo e obviamente o Pai está presente também, pois Deus é sempre um. Vejam as seguintes referências para terem essa mesma visão: Jo 10:30; 14:9-11, 20-23; Rm 8:9-11; 1Jo 2:23; 3:21-24.
Prezados irmãos, amigos e leitores, Deus é único. Nós nunca, jamais, quando pensarmos em Deus e até mesmo quando finalmente pudermos comtemplá-Lo face a face, veremos três seres separados, muito menos um idoso de cabelos brancos, uma pomba e um rapaz com uma cruz ou uma coroa de espinhos ou até mesmo uma criança. Isso é um pensamento ilusório, herético e ridículo.
Deus nunca se dividiu ou se separou em duas ou três pessoas literalmente falando. Quando Cristo esteve na terra e falava do Pai que estava no Céu e do Espírito que "viria" ou "seria derramado", ou, como já afirmamos, que Cristo está à direita de Deus Pai, tudo isso é um arcabouço doutrinário correto, mas está repleto de simbologia, são apenas maneiras didáticas para que nossa limitada humanidade consiga compreender um pouco das verdades divinas.
A diferença existente na essência divina indivisível está exatamente na funcionalidade trinitariana, devido a divisão de tarefas na economia do ser de Deus, ou seja, a divisão de funções que cada uma das três co-existências de Deus possui (veremos mais detalhes posteriormente). Mesmo que as pessoas da Trindade sempre estejam em união de essência, habitando umas com as outras misteriosamente, cada uma possui algumas atribuições (e não atributos) diferentes.
Todas estas pinturas e esculturas que vimos anteriormente devem ser consideradas por nós como meras simbologias da nossa fé em Deus, mas nunca uma representação 100% fiel de quem Ele é e muito menos elas podem ser consideradas como alvo de nossa adoração. Devemos adorar e servir ao único e verdadeiro Deus, que é invisível, e não uma imagem ou pintura.
Tudo bem, muitas destas ilustrações que estudamos, em algum momento, podem vir a servir de útil exposição bíblico-didática do que o Deus triúno operou na história, entre outras coisas, inclusive sempre colocando Cristo ao lado direito do Pai (outro simbolismo) e neste ponto estas pinturas não estão equivocadas, não é isso que estamos afirmando (desde que não insinuem nenhuma heresia, evidentemente, como é o caso daquelas pinturas que incluem Maria como participante da Divindade, como intercessora).
Contudo, como já afirmamos, é preciso muito cuidado para que não caiamos no gigantesco equívoco de acreditar que essas ilustrações representam a imagem do Deus que adoramos e servimos. Isso é um claro engano e uma ilusão herética.
Encerrando, portanto, que o nosso único e verdadeiro Deus seja glorificado para todo o sempre. Amém.
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Vejam muitas outras figuras complementares àquelas vistas neste estudo:
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Para se ter noção como o termo "Santíssima Trindade" se tornou mal utilizado na sociedade, algumas vezes para diversos setores da atividade humana, outros até mesmo com conotação blasfema ou satírica e muitas vezes sem conhecimento alguma da doutrina trinitaria, vejam:
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Comparem ainda com:
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