sábado, 8 de maio de 2010

A TRÍADE VIRTUOSA: FÉ, ESPERANÇA E AMOR (PARTE 01)

“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém o maior destes é o amor” (1ª Coríntios 13:13).

Este é certamente um dos versículos mais conhecidos da Bíblia. Aqui, Paulo encerra sua explanação sobre o amor, antes de falar sobre os dons espirituais (Capítulo 14), destacando uma espécie de tríade de virtudes: a fé, a esperança e o amor, ressaltando porém, a superioridade do amor sobre as outras duas virtudes.

Virtudes? Não apenas virtudes, mas, podemos classificar estes três como dons de Deus, sem os quais não podemos viver adequadamente a carreira cristã. Aliás, ninguém, cristão ou não, consegue viver sem fé, sem esperança e sem amor.

“Virtude é uma qualidade moral particular. É ‘uma disposição habitual e firme para fazer o bem’ (CCIC, n. 377). Para S. Gregório de Nissa, ‘o fim de uma vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus’. A virtude na doutrina cristã: Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a própria vida. No Cristianismo, existem 2 categorias de virtudes: - as virtudes humanas que ‘são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas’. Elas regulam os atos humanos, ordenam as paixões humanas e guiam a conduta humana segundo a razão e a fé. ‘Adquiridas e reforçadas por atos moralmente bons e repetidos’, os cristãos acreditam que estas virtudes ‘são purificadas e elevadas pela graça divina’ (CCIC, n. 378). - as virtudes teologais, cuja origem, motivo e objeto imediato são o próprio Deus. Os cristãos acreditam que elas são infundidas no homem com a graça santificante, e que elas tornam os homens capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. Elas fundamentam e animam ‘o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas’. Para os cristãos, elas são ‘o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano’ (CCIC, n. 384). As virtudes teologais são três: fé, esperança e caridade. Entre as virtudes humanas são constantemente destacadas as virtudes cardeais: a prudência, considerada a virtude-mãe por ser instrumental e a base de todas as outras virtudes humanas; a justiça, uma ‘constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido’ (CCIC, n. 381); a fortaleza que ‘assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem’ (CCIC, n. 382); e a temperança que pode ser descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres. Estas quatro virtudes são consideradas as principais por serem os apoios à volta dos quais giram as demais virtudes humanas. A doutrina cristã destaca também constantemente as 3 virtudes teologais: a fé que consiste na confiança e na entrega livre do Homem a Deus, na aceitação e no acreditar das verdades reveladas por Ele e na conseqüente realização livre da vontade divina; a esperança que consiste no desejo e espera vigilante da vinda da vida eterna e do Reino de Deus prometidos por Jesus Cristo; e por fim, a caridade que, sendo considerada a mais importante e o fundamento de todas as virtudes e o «o vínculo da perfeição» (Col 3,14), consiste no amor ‘a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus’ (CCIC, n. 388)” (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtude).

Observemos nas Escrituras Sagradas, o porque destas três virtudes serem tão importantes e porque o amor é o mais importante das três:

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hebreus 11:1); “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6); “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Romanos 1:17; comparem com Habacuque 2:4 e Gálatas 3:11); “E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo” (Romanos 10:17).

Depois de todos estes versículos, nem é necessário muita consideração sobre a importância da fé, não é mesmo? Vejam, acreditamos no mundo sobrenatural, nos milagres de Deus por meio da fé, vivemos pelo que não vemos e não pelo que vemos (2ª Coríntios 4:18; 5:7), a nossa fé é a vitória que vence o mundo (1ª João 5:4) e sem esta fé não podemos agradar a Deus. Sem fé não podemos viver, vivemos por ela, pois as obras (sempre justas) de Deus, isto é, Sua justiça, se revelam em Sua Palavra de fé em fé. E esta fé que pode gratuitamente nos salvar só é obtida pela pregação da Palavra de Cristo (comparem com Atos 3:16; Efésios 2:8).

Que tremenda responsabilidade daqueles que pregam a Palavra, ou seja, um dever de todos nós, cristãos: levar a Palavra de Deus para que ela gere a fé nos corações incrédulos.

E a esperança? Ora,

“Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou da promessa de Deus, por incredulidade; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera” (Romanos 4:18-21).

O que dizer depois de um versículo como este? O patriarca hebreu Abraão suportou com esperança uma situação que para muitos seria desesperadora e sem esperanças. Ele “esperou contra a esperança”. Diante da promessa do Todo-Poderoso que ele seria pai de muitas nações, mesmo ele não podendo ter filhos, não perdeu a fé (e, assim, retornamos à fé neste momento). Aliás, a fé no sobrenatural (desculpem-nos a redundância) nos proporciona esperança, a esperança, por exemplo, de que Cristo ressuscitou e um dia voltará para nos buscar e estaremos para sempre com Ele, pois...

“...se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1ª Coríntios 15:19).

Quando Cristo se manifestar do Céu em Sua segunda vinda, seremos transformados em Sua semelhança e é nesta esperança que nos santificamos nesta vida (1ª João 3:2-3).

Paciente, benigno, não ciumento, não soberbo, se porta convenientemente, não se alegra com injustiças, mas com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta e é eterno (1ª Coríntios 13:4-8). Quem não conhece este trecho das Escrituras Sagradas? Estas palavras de Paulo já foram tema de incontáveis sermões, livros e canções.

É, este é o AMOR. O amor é parte integrante do “Fruto do Espírito” (Gálatas 5:22-23), um reflexo comportamental daqueles que seguem a Cristo e, conseqüentemente, foram revestidos com o Espírito Santo.

O amor é o resumo, o cumprimento da lei de Deus (Mateus 22:37-40; Romanos 13:10; Gálatas 5:14).

O amor deve ser intenso entre os irmãos em Cristo, pois tem a capacidade de apagar (e não esconder) uma multidão de pecados (1ª Pedro 4:8). O próprio Deus é amor (1ª João 4:8,16), o amor é a Sua essência, é dEle que procede o amor (1ª João 4:7).

Hoje nós podemos sentir amor porque Deus nos amou primeiro (1ª João 4:19). Ele derrama o Seu amor em nossos corações por meio do Espírito Santo (Romanos 5:5) e prova o Seu próprio amor para conosco pois Cristo morreu por nós, mesmo sendo pecadores (Romanos 5:8; 1ª João 4:9).

Portanto, como Deus é amor e é perfeito (2ª Samuel 22:31; Jó 11:7), o amor é o vínculo da perfeição (Colossenses 3:14). É praticando o amor para com Deus e o nosso próximo que juntos prosseguimos nos aperfeiçoando até chegarmos à perfeição no Céu.

O amor verdadeiro é tão pregado e ansiado pela sociedade moderna, mas, tão pouco praticado! Nunca vimos tantas demonstrações de ausência de amor, até mesmo dentro das famílias, muitas totalmente destroçadas pelo egoísmo e pelo ódio.

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