sábado, 22 de maio de 2010

CONCUPISCÊNCIAS PECAMINOSAS

O ser humano está sempre querendo mais e mais e parece que nunca o que temos é o suficiente. Existe uma cobiça insaciável dentro do coração humano, pois, “os olhos do homem nunca se satisfazem” (Pv 27:20b; cf Ec 4:8). O problema da cobiça começou na “queda” do homem (Gn 3:6), onde a Bíblia afirma que:

“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu”.

Segundo as observações de Charles C. Ryrie na Bíblia Anotada (pp. 10-11), podemos visualizar três áreas de auto-engano que estão nas mesmas categorias de tentação encontradas em 1º João 2:16. Vamos, então, ver esta passagem:

“Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

Concupiscência é, conforme o Dicionário Novo Aurélio:

“Desejo intenso de bens ou gozos materiais.” (p. 522).

Comparando as passagens de Gênesis, sobre a “queda do homem” e de 1º João sobre os prazeres do mundo, podemos traçar um paralelo entre três áreas nas quais o ser humano está propenso a cair em tentação: desejo carnal, desejo dos olhos e soberba.

Neste estudo vamos enfatizar apenas o desejo carnal e o desejo dos olhos. Ao comerem do fruto proibido, Adão e Eva perceberam um senso forte de culpa:

“Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si.” (Gn 3:7).

Percebemos nesta passagem que eles, ao perceberem sua nudez, prepararam cintas (!?), inutilmente, com folhas de figueira na tentativa de esconder-se, mas logo adiante (v.21) Deus providenciou vestimentas de peles para os cobrir. Essa passagem nos mostra que Deus não deseja que o ser humano exponha o seu corpo, pois as cintas não foram suficientes, sendo necessário, portanto, preparar roupas.

Atualmente a humanidade sofre de um grave problema devido à cobiça da carne: a pornografia e a sensualidade lasciva que se espalha até mesmo dentro de igrejas e que tem o poder de destruir relacionamentos e até lares inteiros, pois podem levar a comportamentos destrutivos como o egocentrismo, o adultério e a prostituição (Pv 5:18-20; 6:27-35; 1Co 10:24).

Esta cobiça da carne, apesar de ser distinta, está na verdade intimamente ligada à cobiça dos olhos. Devemos evitar colocar alguma coisa impura diante de nossos olhos, algo que poderá fazer-nos cair em pecado (Sl 101:1-3) e nem cobiçar algo de propriedade de nosso próximo (Ex 20:17).

Em Mateus 6:21-23, Cristo nos ensina que devemos tomar cuidado com os nossos desejos, pois a nossa mente se firmará naquilo em que mais tivermos consideração (v. 21). Em seguida Cristo afirma que nossos olhos servem como luz para o nosso corpo. Se utilizarmos a nossa visão para desejar o bem, nosso corpo será luminoso, do contrário, estaremos em trevas (vv. 22 e 23). O Mestre Jesus também nos ensina que o homem pode adulterar apenas em olhar com uma intenção pecaminosa para uma mulher e que devemos nos esforçar para que sirvamos a Deus com os nossos olhos em santificação (Mt 5:27-29).

Paulo recomenda em sua primeira epístola a Timóteo, capítulo 2, nos versículos de 8 a 10, inspirado pelo Espírito Santo, quais devem ser algumas das atitudes de homens e mulheres. Aos homens primeiro:

“Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade.” (v. 8).

Em seguida Paulo fala às mulheres:

“Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas)” (vv. 9-10).

Este ensino bíblico não proíbe absolutamente o uso de jóias, mas ele quer ensinar que as mulheres devem dar prioridade para uma vida cristã piedosa, sempre usando a modéstia e o bom senso com suas vestimentas e não a ostentação, a vaidade exagerada ou a lascívia (sensualidade). Deus deseja que homens e mulheres tenham atitudes dignas e piedosas e não desejos lascivos (2Co 12:21; Gl 5:19-21; Cl 2:20-23; 3:1-7).

Tanto homens como mulheres devem evitar não só vestimentas que não edificam, mas, o contato com qualquer tipo de material que promova a sensualidade e a lascívia, ainda mais neste contexto atual onde o mundo secular, que só almeja o retorno financeiro e o sucesso, cada vez mais procura atrair principalmente os jovens a estes tipos de material impróprio. Não somente jovens, mas, adultos já numa idade considerada avançada e até mesmo crianças convivem com o drama do vício que tal material provoca, muitas vezes sem as pessoas perceberem inicialmente.

É preciso buscar com fé e perseverança a força necessária que só o Senhor Jesus Cristo pode dar para a libertação do poder escravizador destes pecados (Jo 8:31-36; 1Co 10:12-13).

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