domingo, 16 de maio de 2010

UM VENENO MORTÍFERO

A Bíblia afirma que palavras agradáveis têm o poder semelhante ao mel para a nossa alma e são saudáveis ao nosso corpo, inclusive (Pv 16:24).

A Palavra de Deus também afirma que devemos expressar sabedoria ao falar e ter o discernimento do que é mais agradável ao ouvido das pessoas (Pv 10:31-32; 15:2,4,26; 22:11; 16:24; Ef 6:19; 1Co 15:33).

O apóstolo Paulo, em conformidade com estes ensinos de Salomão, também afirmou que as palavras só devem sair de nossa boca se tiverem o intuito de trazer edificação aos nossos ouvintes, de acordo com a necessidade do momento (Ef 4:29).

Mas, Salomão trouxe outros ensinamentos com respeito ao nosso vocabulário. Ele afirmou que há um momento determinado para todas as coisas e propósitos (Ec 3:1), inclusive um momento certo para falar e outro para ficar em silêncio (Ec 3:7). Seus sábios e inspirados provérbios nos ensinam que devemos moderar os lábios (Pv 10:19), que uma pessoa que fala excessivamente traz um efeito no ouvinte semelhante à pontas de espada (Pv 12:18) e o que guarda a sua própria boca conserva a sua alma, mas o que muito a abre traz ruína para si (Pv 13:3).

Como podemos concluir, segundo a Bíblia, palavras agradáveis evitam distúrbios emocionais que podem acarretar problemas de ordem física também.

Distante destes ensinamentos bíblicos, porém, a nossa sociedade tem se deparado com a triste realidade de conviver com clinicas psiquiátricas repletas de pacientes com problemas de relacionamento, muitos deles, entre outros, traumatizados por um tratamento desumano recebido. Uma parcela significativa dessas pessoas é composta por filhos cujos pais jamais os elogiaram e apenas lançaram sobre eles palavras de rejeição. Uma triste realidade.

Infelizmente, até mesmo no meio cristão, em alguns casos, seja na família ou na igreja, encontramos conflitos e dissabores devido ao uso inadequado das palavras. Quantas vezes expressamos palavras da forma errada e no momento errado?! Quantas vezes expressamos a verdade, sim, mas, sem qualquer critério?!

É evidente que devemos sempre buscar a verdade, mas ela deve ser dita com amor e no momento adequado (Pv 15:23; Zc 8:16; Ef 4:15,29; Cl 3:8-14). Devemos também demonstrar sabedoria com nossas palavras (Sl 37:30-31; Pv 12:18; 15:7; 16:21,23; 18:7; 20:15) e evitar um vocabulário imoral e maledicente (Lv 19:16; Sl 1:1-3; Pv 3:29; Ef 4:31-32; 5:3-4; Cl 3:8; 1Pe 3:10-11).

No livro de Tiago aprendemos que se alguém imagina ser religioso, mas não sabe usar a língua adequadamente, ou seja, não domina as suas palavras, a sua religião é vã (Tg 1:26). Ele também afirmou que quem é capaz de dominar sua língua, é capaz de dominar todo o seu corpo e possui maturidade espiritual (Tg 3:1-4), pois a língua, mesmo sendo um pequeno órgão, pode acarretar terríveis estragos, pois ela é como um fogo, onde uma simples palavra maldosa pode ser como uma pequena fagulha que inceideia toda uma floresta, ou seja, o curso de nossa vida, sendo que a própria língua é incendiada pelo inferno, a língua é um mundo de iniquidade, um mal incontrolável e é carregada de veneno mortífero (vv. 5-8; cf. NVI).

Em seguida, Tiago também afirmou sobre a língua:

"Com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus: de uma boca procede bênção e maldição.” (vv. 9-10a; cf. Pv 15:4).

Essa afirmação de Tiago infelizmente é uma realidade, inclusive no meio evangélico.

Muitos de nós usamos as palavras para louvar a Deus, mas, por outro lado, a mesma língua que louva a Deus, também é capaz de falar mal de pessoas que foram, da mesma forma que nós, feitas à imagem dEle (Tg 4:11-12).

Mas, em seguida, Tiago nos exorta: “Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas sejam assim” (v. 10b) e faz a seguinte reflexão: “Acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” (v. 11).

Não devemos ter uma atitude dividida, nossa boca não deve exprimir palavras de bênção e maldição ao mesmo tempo, ela não pode ser como uma fonte doce e amarga. Mesmo que estejamos passando por um momento de provação ou de perseguição, devemos buscar uma atitude de mansidão, evitando a ira (Tg 1:19). Nestes casos, não devemos nos esquecer que uma resposta branda tem a capacidade de desviar a ira (Pv 15:1), que também devemos saber ouvir e responder na hora certa (Pv 18:13) e esperar em Deus (Sl 38:12-15; 39:1-2; 119:41-42), pois devemos, como cristãos, fazer tudo o que tiver ao nosso alcance para termos paz com todos (Rm 12:14,18; 1Tm 2:1-4; Hb 12:14; 1Pe 3:10-11).

Para termos um vocabulário adequado, devemos principalmente manter a mente pura, em santificação ao Senhor, pois nós falamos daquilo que ela contém, a nossa boca fala daquilo que o nosso coração (mente) está cheio. É do nosso enganoso coração que surge todo tipo de intenção pecaminosa (Pv 20:5; Jr 17:9; Mt 5:8; 12:33-37; Mc 7:20-23; Lc 6:45; Ef 4:23; Fp 4:8; Hb 9:12-14).

Ele, o nosso coração, já é naturalmente pecaminoso, automaticamente inclinado a pecar. Portanto, devemos induzí-lo a seguir o caminho correto, enchendo-o com os mandamentos do Senhor (Sl 119:9,11,105,112).

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