terça-feira, 12 de abril de 2011

PANORAMA SOBRE A QUESTÃO ALIENÍGENA


INTRODUÇÃO

Estamos dando início hoje a uma série de postagens sobre a questão alienígena do ponto de vista bíblico e científico.

“A palavra Ufologia vem da sigla UFO (Unidentified Flying Objects), que corresponde a OVNI (Objeto Voador Não Identificado). A ufologia é a área que estuda a possível existência de seres em outros planetas e galáxias” (Centro Apologético Cristão de Pesquisas- http://www.cacp.org.br/extraterrestre.htm).

O mistério em torno da existência de vida inteligente em outros locais do universo intriga a humanidade há muito tempo, principalmente devido há dois elementos principais:

1º) o fenômeno OVNI (Objeto Voador Não Identificado); e

2º) As dimensões incalculáveis do universo.

Os alienígenas ou extraterrestres possuem uma influência em nossa sociedade cada vez maior, quer seja devido a intensa busca séria pela existência de raças extraterrestres promovida pelo meio científico, quer seja pelo espaço cativo na mídia que os mesmos possuem há muitas décadas, seja nos comerciais de T.V., no cinema, documentários, desenhos animados, gibis, seriados, novelas, revistas especializadas, jogos eletrônicos, etc.

Algumas vezes eles aparecem na mídia como seres amigáveis e em outras como guerreiros dominadores do espaço sideral. A exposição dos meios de comunicação quanto ao assunto é tão maciça que, propositadamente ou não, está acarretando um conformismo ou indiferença na sociedade quanto ao assunto. Boa parte das pessoas parece assimilar facilmente os conceitos e comportamentos apregoados pelos defensores e divulgadores dos OVNI´s e em muitos casos pode-se até mesmo perder a noção do que é real e do que é apenas mito.

“Identificando os Ovnis – a fronteira. O imaginário popular adquiriu um espaço sem fronteiras em grande parte devido às viagens espaciais, ficção cientifica e a indústria cinematográfica. Além disso, onerosos projetos científicos estão em operação, buscando com verdadeira seriedade encontrar vida e inteligência nos espaço sideral. Em resultado disso, está ficando cada vez mais difícil para as pessoas, especialmente os jovens, dizer onde termina a ciência e onde começa a ficção. A existência de seres extraterrestres e a possibilidade de se comunicar com eles e de ser influenciado por eles invadiram sutilmente a mente das pessoas, como que pela porta dos fundos” (fonte: Centro Apologético Cristão de Pesquisas: http://www.cacp.org.br/extraterrestre.htm).

Antes de chegarmos a uma conclusão se existem ou não raças alienígenas, não podemos negar que os Objetos Voadores Não Identificados, ou simplesmente OVNI´s, são reais. Seja qual for a sua origem, seja do espaço sideral, seja uma ilusão de ótica ou alucinação mental, seja um fenômeno natural ou espiritual, temos que convir que essas manifestações realmente acontecem.

Existem inúmeros relatos de pessoas que tiveram alguma espécie de contato com OVNI´s. Podemos, inclusive, traçar um breve histórico da influência da cultura OVNI na sociedade. Para estes assuntos, consultem, por gentileza, nossas próximas postagens sobre o assunto.

BREVE HISTÓRICO DA CULTURA SOBRE ALIENÍGENAS

Vejamos algumas considerações históricas sobre o crescimento do interesse pelos OVNI´s ou simplesmente “Discos Voadores” e seus tripulantes (fonte de pesquisa: http://www.ceticismoaberto.com/ufologia/aliensfc.htm; artigo de Gerson Lodi-Ribeiro).

“Alienígenas na Ficção-Científica. A existência de vida fora da Terra foi sempre considerada ponto pacífico pela maioria dos autores de FC [Ficção Científica] (...) Acostumada a lidar tanto com personagens que são a um só tempo humanos e extraterrestres, quanto com as inteligências extraterrestres não-humanas, a FC evitou a confusão entre ambos batizando esses últimos com termo ‘alienígenas’. O conceito do alienígena como criatura essencialmente diferente do ser humano é, contudo, relativamente recente, remontando ao final do século passado [séc. XIX, no caso] (...) A idéia da existência de seres alienígenas foi popularizada pelo astrônomo e escritor francês Camile Flamarion em vários trabalhos de não-ficção publicados na segunda metade do século XIX. Flamarion apresentou os alienígenas como seres basicamente pacíficos e bem intencionados. Mas esta visão humanista não persistiu por muito tempo. O conceito evolucionista da sobrevivência do mais apto estreou na FC em 1898 com o romance A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells. Ao imaginar os marcianos como invasores genocidas, Wells colocava os alienígenas como competidores dos seres humanos no sentido darwiniano, ou seja, inimigos naturais da humanidade (...) Na década de 1920, as histórias publicadas nas revistas americanas seguiam o modelo proposto por Edgar Rice Burroughs, que consistia em popular outros mundos com habitantes quase humanos, inclusive com mocinhas atraentes sempre prontas a se apaixonar pelo herói terrestre (...) Com o advento das revistas especializadas em FC a partir de 1926, nota-se a fusão dos paradigmas de Wells e Burroughs (...) Esse antigo modelo Wells-Burroughs de representar alienígenas ora como monstros, ora como quase humanos, ou ainda como meras variações da fauna terrestre, sofreu uma ruptura profunda em 1934 com a publicação do conto Uma Odisséia Marciana, de Stanley G. Weinbaum, considerado até hoje como um dos marcos da FC moderna. Foi a primeira vez que os leitores do gênero entraram em contato com um alienígena inteligente perfeitamente inserido dentro da sua biosfera extraterrestre própria, admitida como tão detalhada e complexa quanto a de nosso mundo. Outra barreira foi rompida em 1935, quando Clifford D. Simak sugeriu na noveleta The Creator que o nosso universo teria sido criado por um alienígena com poderes inimagináveis, trazendo as considerações religiosas e os mitos sobre a criação do universo para o âmbito da FC. Na época o tema foi considerado tabu e o trabalho só pôde ser publicado numa revista de segunda linha” [comentários entre colchetes de minha parte].

Podemos perceber neste relato acima que o interesse da humanidade pelos alienígenas não é tão recente como muitos podem imaginar, ele tem suas origens no século XIX. Percebemos também como estes personagens fictícios (os supostos alienígenas) evoluem em diversos âmbitos de sua existência e como as histórias vão se tornando mais complexas, chegando a ponto de misturar religião com ficção científica, evidentemente de uma maneira herética, pois, afirmou-se que a raça humana foi criada por um alienígena super-poderoso. Continuemos com a narrativa histórica:

“Contudo, os enredos do tipo ‘ameaça vinda do espaço’ ainda predominaram até meados da Segunda Guerra Mundial, quando começaram a perder um pouco de seu apelo, embora jamais tenham corrido risco de esquecimento (...) No cinema de FC, a temática do alienígena exibiu um desenvolvimento vigoroso, se bem que quase invariavelmente atrasado em relação à forma literária do gênero. As décadas de 1950 e 1960 foram dominadas pelos filmes-B de monstros espaciais (...) As duas décadas seguintes presenciaram o lançamento de filmes onde os alienígenas foram apresentados como criaturas inocentes ou altruístas (...) Enquanto isso, na literatura de FC das décadas de 1930 e 1940, alguns autores continuavam criando monstros alienígenas cada vez mais medonhos e tenebrosos (...) Outros autores, no entanto, começaram a se preocupar com os problemas de comunicação decorrentes dos primeiros contatos entre humanos e alienígenas. Durante a Segunda Guerra, os contatos da humanidade com alienígenas foram não raro abordados como relacionamentos complexos, delicados e instáveis (...) Os enredos das melhores histórias da década de 1950 assumiam que seria muito difícil decidir exatamente qual seria a atitude correta dos representantes humanos diante do primeiro contato com alienígenas. De qualquer modo, havia um certo consenso quanto à prioridade de se estabelecer relações cordiais de amizade com as culturas alienígenas. Caso contrário, um contato inicialmente pacífico poderia degenerar em conflito (...) As experiências literárias para criar alienígenas genuínos, ou seja, inteligências não-humanas plausíveis, tornaram-se mais sofisticadas na década de 1950, especialmente nos trabalhos de Hal Clement (...) Desse modo, muitas histórias publicadas depois da Segunda Guerra empregaram o alienígena como agente de contraste capaz de expor e dramatizar as mazelas da humanidade (...)”.

O conceito acerca dos alienígenas se diferenciou conforme o contexto histórico. Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, o contato com alienígenas envolvia “relacionamentos complexos, delicados e instáveis”. Já após este período, com o advento da “Guerra Fria”, dizia-se ser necessário buscar um contato cordial com os alienígenas, que eram encarados como seres de grande empatia para com a humanidade.

O mais interessante e intrigante é que o primeiro registro de fenômeno OVNI ocorreu justamente algum tempo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, como se a literatura alienígena de décadas passadas estivesse, mesmo que involuntariamente, tecendo uma espécie de “pano de fundo cultural”, preparando a sociedade para o aparecimento dos OVNI´s.

“O primeiro exemplo de um ‘fenômeno’ dos Ovnis registrado, ocorreu em Washington, EUA, 1947. Desde que um homem de negócios contou ter visto algo semelhante a um ‘pires’ voando, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo anunciaram suas próprias visões de objetos voadores não-identificados (...)”

Observemos o envolvimento da cultura alienígena com a religiosa. Perceberemos como sutilmente os alienígenas surgem como mensageiros divinos, ironicamente aparentando demônios ou às vezes como possíveis criadores e redentores da humanidade. Seria isso apenas coincidência ou haveria um plano maior por trás destes acontecimentos?

“(...) Uma nova função de extrema relevância assumida pelo alienígena na FC das décadas de 1950 e 1960 foi sua conexão com a temática teológica, até então pouco presente nos enredos do gênero. A partir dessa época, no entanto, os alienígenas começam a tomar para si uma série de papéis transcendentais. São os anjos da guarda que conduzem a humanidade diante de uma seqüência de revelações apocalípticas no romance O Fim da Infância (1953) de Arthur C. Clarke. Essa função de anjos da guarda é enfatizada de forma irônica pela aparência demoníaca desses alienígenas. Na noveleta Father (1955) de Philip José Farmer, o alienígena encontrado por dois padres católicos num planeta distante possui poderes divinos, colocando os religiosos no dilema de decidir se ele é de fato o Criador (...) Alienígenas desprovidos do conceito de Deus e, portanto, sem as noções do Bem e do Mal, são tomados por criações do demônio por um jesuíta no romance A Case of Conscience (1953) de James Blish. Já outros religiosos só conseguem atingir a redenção espiritual justamente através do contato com alienígenas, como no conto Os Ígneos Balões (1951) de Ray Bradbury. Por outro lado, em Sou um Povo Ciumento (1954) de Lester del Rey, é a humanidade que renega Deus, por este ter declarado que uma raça de alienígenas invasores seria o novo Povo Eleito (...)” [grifos meus].

Que grande absurdo! O sincretismo entre religião e ficção chegou a um ponto tão dramático, que afirmou-se que a humanidade renegou a Deus por Ele declarar que invasores alienígenas são o novo “Povo Eleito”! Até que ponto pode chegar a influência da cultura alienígena em nossa sociedade!

Agora, para encerrar o nosso breve histórico, observemos como a necessidade de se estabelecer uma comunicação inteligente e inteligível entre humanos e alienígenas influenciou a literatura OVNI e, por fim, até mesmo os próprios cientistas que, seriamente, buscam um contato com alguma civilização extraterrestre.

“A maior dificuldade enfrentada pelos autores de FC [Ficção Científica] ao criar personagens alienígenas é aquela de tentar descrever algo que é estranho por excelência. Por isso, é relativamente comum encontrar alienígenas fisicamente bizarros e que, no entanto, são dotados de princípios e motivações tipicamente humanos (...) Alienígenas não antropomórficos e, ainda assim, antropocêntricos. Alguns autores, contudo, tentaram apresentar os seus alienígenas como criaturas não apenas exóticas, mas absolutamente incompreensíveis para o intelecto humano (...) Mas na maioria dessas histórias o autor coloca como premissa básica a necessidade de se tentar estabelecer uma base intelectual comum que permita a comunicação. Neste sentido, a crença na universalidade do pensamento racional, e portanto na existência de uma similaridade fundamental entre todos os seres inteligentes, é evidente em muitos trabalhos de FC que têm no contato com alienígenas não-humanóides a sua temática básica (...) Com o tempo, essa idéia de empregar a ciência como base inicial de entendimento foi adotada pelos próprios astrônomos engajados no esforço SETI (...)” [citação entre colchetes de minha parte]

Mas afinal, qual a origem dos OVNI´s, o espaço exterior ou o mundo espiritual? Quais são os seus verdadeiros responsáveis? Qual a sua finalidade? E mais: Não seria possível a existência de vida inteligente num universo infinito como o nosso, no qual as distâncias são completamente impossíveis de compreender pela mente humana, onde a quantidade de estrelas é incalculável?

Será que em tantos planetas descobertos dentro e fora do Sistema Solar não haveria pelo menos uma raça alienígena? Vamos mais além: Deus teria criado um universo tão imenso para estabelecer um ser inteligente apenas na Terra? Neste caso, então, não existiriam condições de abrigar vida inteligente em outros locais do universo. Enfim, será que estamos sós neste imenso universo?

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