sábado, 23 de outubro de 2010

A PLENA DIVINDADE DE JESUS CRISTO

Certamente esta doutrina dentro da doutrina trinitariana foi exaustivamente combatida e criticada através dos séculos pelos antitrinitaristas, juntamente com a Divindade do Espírito, e veremos em algumas partes deste estudo, essas acusações contra a Divindade do Salvador e do Espírito Santo. Citaremos inúmeras evidências do Novo Testamento. Para as evidências no Antigo Testamento, sugerimos a leitura das nossas postagens anteriores.

O interessante é que a nossa sociedade todo ano no Natal (que está se aproximando), que é quando uma parte significativa se lembra que Jesus existe, canta com os pulmões à toda força "bate o sino pequenino, sino de Belém, já nasceu o Deus-menino para o nosso bem", mas parece que praticamente ninguém faz a menor ideia do que significa a expressão "Deus-menino".

Depois do término de todo este estudo, espero em Cristo que toda e qualquer dúvida ou crítica contra a Divindade do Salvador e do Espírito tenham caído por terra. Amém. Em caso negativo, porém, estaremos à disposição para auxiliar a dirimir essas dúvidas.

Portanto, entre outros atributos do Pai e do Espírito Santo, Cristo é...

Onipotente:

"Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra." (Mt 28:16-18; comparem com Ap 1:8).

Se Jesus não possuísse plena Divindade, idêntica ao Pai, certamente Ele teria repreendido Seus discípulos que o adoraram ao vê-lo, mas Ele aceitou adoração.

Onipresente:

"E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas." (Ef 1:22-23),

Onisciente

Jesus sabia exatamente o que as pessoas pensavam:

"Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que cogitais o mal no vosso coração?" (Mt 9:4; comparem com Mt 12:25; Mc 2:8a; Lc 5:22; 6:8; 9:47; 11:17; Jo 1:47-50; 13:19; 37-38; 18:4).

Ele conhecia os pensamentos ruins das pessoas e não se confiava muito a elas (Jo 2:24-25; 6:67; comparem com Mt 22:18; Mc 12:15).

Imutável:

"Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre." (Hb 13:8).

E mais:

Cristo, assim como o Pai, já era glorioso antes da criação do mundo:

"E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo." (Jo 17:5; comparem com o v. 24).

O Filho, Cristo Jesus, assumiu a natureza humana, estava no princípio com Deus como o Verbo (a Palavra). Ele não só estava com Deus, mas também era (e é) Deus, Ele subsistia (e subsiste) em forma de Deus:

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1:1). “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus.” (Fp 2:5-6).

Jesus é o Deus unigênito que está em comunhão de essência com o Pai (no seio do Pai) e O revelou ao mundo (cf. Jo 14:8-9):

“Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” (Jo 1:18).

Ele é a imagem de Deus Pai, que é invisível:

“Dando graças ao Pai que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.” (Cl 1:12-15).

Cristo é o resplendor da glória e a expressão exata de Deus Pai. Percebam que Cristo não é parecido, semelhante a Deus Pai, mas é a EXPRESSÃO EXATA Dele. Portanto, Cristo é igual, é idêntico ao Pai em divindade, majestade e glória:

"Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser.” (Hb 1:1-3a).

O próprio Deus Pai declara o Filho como Deus:

“Mas, acerca do Filho: o teu trono, ó Deus, é para todo o sempre, e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.” (Hb 1:8-9).

Cristo é o Emanuel, o Deus conosco:

“Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).” (Mt 1:23; cf. Is 7:14).

Cristo é chamado de Deus Forte:

“Um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da paz.” (Is 9:6).

Cristo é Deus bendito para todo o sempre:

“Deles [dos israelitas, cf. v. 4] são os patriarcas e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém.” (Rm 9:5). [citação entre colchetes de minha parte].

No corpo físico de Jesus Cristo habita ou reside toda a plenitude da Divindade. Notem: o texto inerrante diz: "toda" a plenitude e não parte dela:

"Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.” (Cl 2:8-9).

Jesus Cristo é o nosso grande Deus e Salvador:

“...aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.” (Tt 2:13). "Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo." (2Pe 1:1).

Jesus é o verdadeiro Deus e a vida eterna:

“Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1Jo 5:20).

O cético discípulo Tomé sem hesitação afirmou diante do Cristo ressurreto: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20:28), o que, certamente, não foi uma interjeição, pois os judeus não empregavam este tipo de linguagem.

Sobre esta expressão, A. H. Strong afirmou:

“(...) Porque não foi repreendida por Cristo, equivale a uma declaração da sua parte como reivindicação da divindade.” (“Teologia Sistemática – Vol. I”, p. 455).

Enquanto que Wayne Grudem, descrevendo todo o contexto desta declaração de Tomé, trouxe as seguintes considerações:

“João 20.28, no seu contexto, também é uma sólida prova em favor da divindade de Cristo. Tomé duvidava dos relatos dos outros discípulos, de que haviam visto Jesus ressuscitado, e disse que não acreditaria se não visse as marcas dos cravos nas mãos de Jesus e não lhe tocasse com a mão na ferida do lado (Jo 20.25). Então Jesus apareceu novamente aos discípulos, estando agora Tomé com eles. Disse a Tomé: ‘Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente’ (Jo 20.27). Diante disso, lemos: ‘Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu’ (Jo 20.28). Aqui Tomé chama Jesus de ‘Deus meu’. A narrativa mostra que tanto João no modo como escreveu o seu evangelho quanto o próprio Jesus aprovam o que Tomé disse e incentivam todos os que ouviram falar de Tomé a crer nas mesmas coisas em que Tomé creu. Jesus imediatamente disse a Tomé: ‘Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram’ (Jo 20.29). Quanto a João, esse é o momento dramático mais forte do evangelho, pois ele logo a seguir diz ao leitor - já no versículo seguinte – que esta é a razão pela qual ele o escreveu: ‘Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome’ (Jo 20:30-31) (...)” (“Teologia Sistemática”, p. 172).

Ainda como evidências da divindade do Salvador, podemos citar também que três escritores do Novo Testamento aplicaram a Cristo verdades de Deus escritas no Antigo Testamento:

1) Em Mateus 3:3, por exemplo, lemos: “Preparai o caminho do Senhor”, que é uma citação livre, parafraseada de Isaías 40:3: “Preparai...o caminho de Yahweh (SENHOR)...”.

2) Semelhantemente, em Efésios 4:7-8, Paulo realizou uma aplicação do que o Salmo 68:8 afirma sobre Cristo, com a expressão “levaste cativo o cativeiro”.

3) E o apóstolo Pedro em sua primeira epístola afirmou: “santificai a Cristo em vossos corações” (1Pe 3:15), tomando emprestado a linguagem de Isaías 8:13: “Ao SENHOR dos Exércitos santificai...”.

Em seu estilo inconfundível, o famoso escritor cristão C.S. Lewis dirigiu uma impactante palavra exortativa àquelas pessoas que não acreditam na divindade de Jesus e O consideram apenas como um mestre moral:

“(...) Alguém que fosse meramente um homem e dissesse o tipo de coisas que Jesus disse nunca seria um grande mestre moral. Ou ele seria um lunático ou seria um demônio do inferno. Logo, você deve tomar sua decisão. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus; ou ele era um louco ou algo pior. Você pode considerá-lo um tolo, pode cuspir nele ou matá-lo como um demônio, ou você pode prostrar-se aos seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Todavia, não apresentemos essa adulação sem sentido sobre ele ser um grande mestre humano.” (“Mere Christianity”, Nova York: Touchstone, 1980, p.56).

Tudo bem, a Bíblia claramente afirma a Divindade de Cristo, mas questionamos: Cristo sabia que era o Messias, o Filho de Deus Pai e afirmou ser Deus?

Bem, para a cultura judaica da época, afirmar ser o Filho de Deus era o mesmo que dizer ser o próprio Deus (vejam Jo 10:30-33). Jesus, por Sua vez, afirmou para a mulher samaritana ser Ele o Cristo, o Messias (Jo 4:25-26). Certa vez os judeus o confrontaram solicitando para que afirmasse sinceramente ser Ele o Messias. Ele respondeu que já tinha afirmado, mas eles não acreditaram (Jo 10:23-25). Até os demônios temiam a Cristo e reconheceram ser Ele o Filho de Deus (Lc 4:41; 8:28-29).

No julgamento de Cristo, antes da crucificação, o sumo sacerdote O interrogou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Bendito?”. Qual foi a resposta de Jesus? “Eu sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14:61-64).

Pedro afirmou a Cristo que os discípulos acreditavam ser Ele o Filho do Deus vivo. Cristo não o exortou como em outras situações, mas, disse que Pedro era bem-aventurado porque o Pai Celeste o tinha revelado a verdade (Mt 16:15-17; comparem com Mt 3:16-17; 17:5; Mc 1:9-11; Lc 3:21-22; 1Jo 5:9-12).

Aliás, Cristo evidentemente sabia que era Deus. Ele aceitou adoração (Mt 8:2; 14:33; Jo 9:35-39; 20:27-29; comparem com Hb 1:5-6,14). Quando um dos dez leprosos curados por Jesus se prostrou em sinal de adoração e gratidão diante dEle, Cristo não o exortou pela atitude, mas, perguntou ao ex-leproso onde estavam os outros que não vieram dar glória a Deus (Lc 17:12-18).

Repetindo um trecho deste estudo que apresentamos anteriormente, vejamos mais uma vez Cristo aceitando a adoração dos apóstolos:

"Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra." (Mt 28:16-18; comparem com Ap 1:8).

Se Jesus não possuísse plena Divindade, idêntica ao Pai, certamente Ele teria repreendido Seus discípulos que O adoraram ao vê-Lo, mas Ele aceitou adoração.

Será que alguém ainda continua com dúvida que Jesus Cristo é Deus? O problema, na verdade, não é que as pessoas não acreditam que possam existir evidências, mas o problema é uma questão de vontade de aceitar. As pessoas, sejam céticas ou até mesmo crentes, geralmente não querem aceitar a Divindade de Cristo ou ainda têm barreiras com o assunto, por imaturidade doutrinária, orgulho espiritual ou neglicência escriturística.

Confesso que a Divindade de Cristo e do Espírito Santo até há alguns anos atrás não estavam muito "cristalizadas", firmadas em minha mente, mesmo eu tendo nascido e crescido em um lar cristão. Eu precisei de um certo tempo de oração, leitura bíblica, meditação, conselhos e pesquisa do assunto ao material teológico disponível para compreender finalmente essas verdades tão maravilhosas e fundamentais para a nossa vida cristã.

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