sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A PLENA DIVINDADE DO PAI CELESTE

INTRODUÇÃO

Já demonstramos dezenas e dezenas de referências bíblicas que atestam de forma clara a existência das três pessoas divinas como sendo o único Deus, mas, no Antigo Testamento sem a revelação clara e aberta de quem é a segunda pessoa.

É evidente que só podemos afirmar que o que encontramos implicitamente no Antigo Testamento podemos chamar de primeira pessoa, segunda pessoa e de terceira pessoa da Trindade porque o Novo Testamento já as revelou como tal.

E também já demonstramos a atuação clara e aberta das três pessoas da Trindade no Novo Testamento sendo o único Deus: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.  E foi possível observar que é o mesmo Deus único e que subisiste em três formas pessoais idênticas, mas distintas (para uma parte daqueles que lêem e discutem sobre este estudo). Mas, a grande parte destas evidências já demonstrada até aqui não é suficientemente clara para muitas pessoas, cristãs ou céticas, e, segundo muitas, nem é exaustiva em comprovar essa realidade trinitária de que essas três pessoas são realmente o único Deus e ao mesmo tempo são distintas entre si.

Estas supostas evidências (segundo muitos críticos) são apenas inferências (deduções) óbvias, lógicas e teológicas conforme a análise do contexto geral biblico. Em parte muitos têm razão, pois para assegurarmos 100% de comprovação bíblica sobre a doutrina trinitariana, é mais sensato ainda demonstrarmos mais algumas dezenas de evidências. E é o que faremos a seguir.

Mas, antes mesmo de citarmos as claras e indiscutíveis evidências das distinções entre as pessoas da Trindade, é necessário que se mencione as claras e indiscutíveis evidências da plena divindade de cada uma delas.

EVIDÊNCIAS DA DIVINDADE DAS TRÊS PESSOAS DA TRINDADE

A divindade do Pai, à propósito, dificilmente tem sido questionada na história do cristianismo., o que não ocorreu com a divindade do Filho e do Espírito Santo, que frequentemente são postas em descrédito por diversas seitas, religiões e críticos antitrinitaristas.

01) O PAI CELESTE É DEUS (CONHECENDO MELHOR A PESSOA DO PAI E SUA PATERNIDADE)

Quais as evidências de que o Pai Celeste é realmente Deus e quais as Suas "funções", "atributos" ou "atribuições"? A Igreja atualmente fala e canta tanto a respeito do Pai, de Jesus e do Espírito Santo (mesmo que algumas igrejas ainda resistam ao Espírito), mas a respeito do Pai Celeste, é evidente que ninguém na igreja desconfia de Sua divindade, mas será que lembramos quem é Ele realmente e qual é a Sua obra?

Citaremos inúmeras evidências do Novo Testamento. Para as evidências no Antigo Testamento, sugerimos a leitura das nossas postagens anteriores.

Ele é o Pai de todos os crentes em Cristo:

“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus.” (Gl 3:26).

Ele é o Pai da Igreja e dos cristãos porque o amor dEle pelo Filho os alcança:

"Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus. Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai." (Jo 16:27). "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo." (Jo 17:24).

Ele é abençoador e é o Autor da eleição:

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.” (Ef 1:3-5).

O Pai, além de eleger, selou os cristãos:

"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará. Porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo." (Jo 6:27)

O Pai, além de selar, leva os cristãos a conhecer Cristo:

"Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim, e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora [...] E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu, pelo contrário, eu o ressuscitarei no última dia [...] Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 6:37,39,44).

O Pai é o comissionador e quem enviou o Filho, movido por um intenso amor, como o Pão do Céu para dar vida ao mundo:

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3:16). "Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis [...] Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu repeito de que o Pai me enviou." (Jo 5:19-20,36). "Respondeu-lhes Jesus: a obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado [...] Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo [...] Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede." (Jo 6:29,33,35).

O Pai deseja que todos aqueles que crêem no Filho, tenham vida eterna:

"De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 6:40).

Ele é disciplinador de Seus filhos, para que participemos de Sua santidade:

"É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? [...] Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade." (Hb 12:7,9,10)

Ele é o nosso ensinador, se ouvimos e aprendemos tudo o que vem da parte Dele:

"Está escrito nos profetas: E serão ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim." (Jo 6:45-46; cf. Is 54:13).

O Pai nos concede Sua graça e Sua paz:

"A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo." (Rm 1:7).

Ele é o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação:

"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus." (2Co 1:3-4).

O Pai vivifica e ressuscita os mortos, bem como também o Filho:

"Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a querm quer." (Jo 5:21).

Assim sendo, o Pai concedeu ao Filho ter a vida em Si mesmo, assim como Ele tem a vida em Si mesmo:

"Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo." (Jo 5:26).

O Pai, juntamente com o Filho, enviou o Espírito Santo:

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós [...] Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." (Jo 14:16-17,25-26). "Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim." (Jo 15:26; comparem ainda com Jo 16:7,13).

Pertence ao Pai também o beneplácito (consentimento ou aprovação):

"Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo." (Ef 1:4; comparem com os vv. 9 e 11).

Ao Pai, de forma especial, pertence o poder, o reino e a glória:

"[...] pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!" (Mt 6:13b).

Cristo não O chama apenas de Pai, mas também de Deus:

"Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mt 27:46). "Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus." (Jo 20:17)

O próprio Cristo é chamado "Cristo de Deus":

"Mas vós, perguntou ele, quem dizeis que eu sou? Então, falou Pedro e disse: És o Cristo de Deus." (Lc 9:20; comparem com 1Co 3:23; Ap 12:10).

O Pai confiou ao Filho todo o julgamento, para que todos honrem o Filho da mesma forma como o Pai deve ser honrado:

"E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honra o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou." (Jo 5:22-23).

Aliás, o Pai confiou não apenas todo o julgamento ao Filho, como também todas as coisas:

"O Pai ama ao Filho, e todas as coisas tem confiado às suas mãos." (Jo 3:35).

Mas, o Pai reservou para Sua exclusiva autoridade o tempo determinado para o fim das eras:

"Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai." (Mt 24:36). “Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1:7-8).

O Pai está trabalhando constantemente, assim como o Filho:

"Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." (Jo 5:17).

O Pai, que é espírito, procura adoradores que O adorem em espírito e em verdade:

"[...] Mulher, podes crer-me, que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai [...] Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4:21,23,24).

Depois de tantas evidências, será que restam dúvidas ainda de que o Pai Celeste é Deus? Acredito que não. Como afirmamos, a Divindade do Pai nunca foi um grande problema para a defesa da fé cristã protestante, dificilmente ela foi contestada, o que não ocorreu com o Filho e o Espírito.

Hermisten da Costa trouxe sábias considerações quanto a paternidade de Deus no livro “Eu creio no Pai, no Filho e no Espírito Santo”:

A paternidade de Deus é amplamente ensinada no Novo Testamento. Paulo, por exemplo, em todas as suas epístolas reafirma este fato (Rm 1.7; 1Co 1.3; 2Co 1.2; Gl 1.3; Ef 1.2; Cl 1.2; 1Ts 1.1; 2Ts 1.2; 1Tm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4; Fm 3). A paternidade divina é entendida como um ato de intenso amor para com os homens que se encontravam num estado de total depravação e miséria (Jo 3.16; 1Jo 3.1) (...)” (p. 130).

Em seguida, Hermisten forneceu uma edificante relação de adjetivos referentes à paternidade de Deus para que compreendamos melhor o seu sentido (p. 131):

“1) Pai Glorioso: Jo 17.1-5; Ef 1.17; 2) Pai Santo: Jo 17.11; 3) Pai Justo: Jo 17.25; 4) Pai Perfeito: Mt 5.48; 5) Pai Misericordioso: Lc 6.36; 2Co 1.3; 6) Pai Gracioso: Mt 7.11; Rm 1.7; Tg 1.17; 7) Pai Fiel no Cumprimento de suas Promessas: Dt 7.6-9; Lc 24.49; At 1.4, 8; At 2.1ss.; 14ss.; 8) Pai que escolhe seus filhos adotivos: Jo 6.37, 44, 65; Ef 1.3, 4; 2Ts 2.13; 9) Pai Incansável: Jo 5.17; 10) Pai Onisciente e Todo-Poderoso: Mc 13.32; 14.36; 11) Pai que envia seu Filho para salvar seu povo: 1Jo 4.14; Jo 17.6-26; 12) Pai Auto-existente: Jo 5.26; 13) Pai livre em seus atos: Jo 5.21; Rm 9.14-29; 11.33-36; 14) Pai que se revela através do Filho: Mt 11.27”.

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